"Não dá pra esconder, o que eu sinto por você, Ara!"

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

| | | 3 conselhos
O dia começou incomum. Já a princípio era um dia excepcional, um dia fantástico. Não havia aulas. Para ir contra a rotina de todos os dias daquele semestre, naquele dia, exatamente, foi o primeiro dia de vários dias sem nenhuma aula. Isso porque a matéria estava acabada; os professores, acabados; os alunos, acabados; e o professor de física, sempre pronto para mais uma avaliação, segunda. Aliás, fui bem.
Mas aquela sexta-feira... Aquela sexta-feira prometia.
Na semana anterior, exatamente à terça feira, 14:30h, duas alunas do primeiro período me chamaram. O clima era todo de mistérios e segredos. Estávamos na ponta do corredor, meio isolados:
"Bruno, queríamso fazer uma cena pro Aramis. Na verdade duas. AJuda a gente?"
Meu pequeno Husk Siberiano teatral, animal incontrolável, fez-me dizer, pornto: "Topo". Mas a razão, aquela fresca metida a saber de tudo da consciência o fez advertir:
"Olha, vocês têm um grande trabalho pela frente, então. Em uma semana... Peças de vinte minutos demoram um semestre para serem ensaiadas..."
Mas a disposição era incrível, quase palpável à frente deles. Topei.
"Qual a epaç que vocês querem fazer?"
Elas já estavam saindo do corredor, iam andando para as escadas.
"Estava pensando em 'A Cartomante', do Machado, e mais um outro o que você sugere?"
PRimeiro, um choque: nunca tinha feito Machado na minha vida, e sabia que adaptá-lo seria bem complicado. Mas elas estavam tão determinadas, e porque não eu?
Sugeri Nelson, porque acho incrível, Aramis também e metade do mundo também. (A metade dele que já leu Nelson)
FOi uma grande semana. Todos os dias, praticaamente, de uma da tarde até as cinco e meia da tarde, ensaiando e cortando.
Me senti o Aramis, sentado naquelas cadeiras do auditório e falando: "Fala mais alto, projeta sua voz. Olha, faz isso isso e isso. Não, tira. Olha, você está na frente dela. pôs-lhe o veneno onde? AH tá!"
Então, de modo mais profundo, senti o que o Aramis vê de mágico no trabalho de dirigir. Mesmo de modo amador, pude ver algo que não passava de uma massa informe de textos e palavras narrativas, como um organismo, algo com vida própria, surgir na minha frente, grande, colossal, imponente e, sobretudo, magicamente belo.
No dia, nervoso como sempre, ajietando uns detalhes de última hora (o menino que não tinha decorado o texto, as jóias que foram roubadas , não pela Madame de Santarem. Isso é João do Rio. Estamos em Machado. E Nelson.) e, enfim, anunciei a peça.
FOi ÓTIMO! Os meninos e as meninas me surpreenderam MUITO. EU mesmo não achava que ficaria tão bom quanto ficou. Atestei uma crença em que vínhamso, eu e Aramis, discutindo a um tmepo: o poder da determinação. Com uma semana, o pessoal ensaiou duas peças, de dez minutos cada, um trabalho que em geral consome uns belos três meses para ser feito, ou mesmo seis. E COM ALUNOS DE PRIMEIRO PERÍODO, QUE PROPRIAMENTE NUNCA DECORARAM UM TEXTO E TRABALHARAM NUMA CENA FEITA!
Fiquei maravilhado e, espero, Aramis também. Depois teve o discurso, e o bate-papo depois da cena. E Aramis saiu do colégio. =/

Ê, mulato.

domingo, 20 de dezembro de 2009

| | | 1 conselhos
ÊÊÊÊÊÊÊÊÊ
Mulato que dança na lapa
Mulato que ginga, que salta
Mulato que um dia pretende,
Como todo dia, escapar
Da cilada que a vida insiste
Em quase todo dia jogá-lo.

Como vive mulato tão simples
A sorrir, e a sorrir? Sorrirá
Todo aquele que, tal o mulato,
Passar seu dia no rio a sambar...

Imagem copiada do Por uma Janela.

ROad to Victory

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

| | | 3 conselhos
Vira!
Torce!
Retorce!
Encaixa!
Pula!
Sobe!
Desce!
Ajeita!
Centraliza!
Justifica!
Corrige!
Apaga!
Arranca!
E assim fez-se um folder!

Soneto quebrado do amor não vivido

sábado, 28 de novembro de 2009

| | | 2 conselhos
Há quem diga que o amor é um furacão.
Há quem diga que não passa de ilusão.
Há quem diga que o amor é uma serpente.
Há aqueles que o sentem de repente.

E sigo nesssa rima mal feita,
Sem nenhuma pretenção a ser perfeita,
Pra dizer do amor que tive,
Aquele amor que ainda em meu peito vive.

Pra que fingir?
Pra que tentar fugir?
De que vale parar o tufão

Ou inutilmente dissipar a ilusão,
Se tão ironicamente
Amamos tal repentina serpente?

CURINGA

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TIve que dar uma pausa para escrever. Não sei porque, nem me perguntem, apenas senti necessidade tremenda de estar aqui. Estou bolando uma história, o tempo anda escasso como rutênio, mas tive que parar. Estava fazendo um trabalho pro Aramis quando li o texto dele sobre o Batman e o curinga, e ele cita a história doa tor suicida. Meio tomado pela inspiração da aura teatral, lembrei-me de um texto que li quando estudava teatro com Djalma, um texto que esqueci de todo, mas falava basicamente sobre o atuar/mentir.
Em suma, o ator não deve sentir o que o personagem sente, pois a platéia não quer ver o aotr expressando suas reações, mas sim como o personagem reage às situações. Basicamente, ver o ator fazendo ele mesmo, a gente vê todos os dias, mas vê-lo sentindo algo que ele, de fato, não sente: isso sim é teatro.
POr experi~encia própria, no entanto, percebo que, muitas vezes, é inevitável, sobretudo a amadores como eu, sentir o que o personagem na hora sente, deixar-se levar por algum momento pela atmosfera do próprio personagem. E quanto maior a tensão deste, mais fácil fica essa incoporação do personagem. E esse foi o erro do ator suicida. De fato, eu acho que ele fez a mais genail interpretação jamais feita do curinga. Isso porque ele conseguiu transportar toda a estética, toda a atmosfera psicótica/psicopata do personagem, sua ironia, seu sarcasmo e seu desligamento com qualquer nota de remosrso ou culpa. Um alucinado, de fato. Percebam a carga dramática que o ator estava propondo.
Assdim, das duas uma: ou aconteceu o previsível, ou seja, o ator deixou-se contaminar pela atmosfera psicodélica do personagem curinga; ou ele só o fez tão bem por uma identificação pessoal com tal personagem, tornando muito mais fácil o entrosamento e a incorporação do personagem ao ator, o que pode tê-lo levado ao suicídio, à loucura.
Enfim, só externalizando os pensamentos. Logo logo mando o texto que preparei.

Observador de soslaio

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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O vento gélido da manhã veio beijar-lhe a face, enquanto abria sua janela de vidro esquadrinhado por um metal verde e simples. O primeiro contato de sua pele morna com a frialdade ignorante do metal causou-lhe um leve choque. As cortinas de pano vasado foram abertas e lá estava o rapaz descendo as escadas de pedra que ligavam o condomínio à rua. Talvez quem visse a cena não lembrasse de nada, mas na mente do nosso observador de soslaio passou-se uma cena, que ocorreu há um tempo, no ônibus. Digo, duas cenas, uma em sucessão à outra, ambas no mesmo ônibus, em dias diversos.
O rapaz entrara no ônibus com a arrogância de um camelo e sentara-se ao primeiro assento vazio que pudera recostar-se. Acomodara-se, enquanto esperava o ônibus partir do ponto final. Fechara os olhos e deixara-se estar num sono leve, instabilíssimo. Um pequeno tranco acordara-o de seu estado de semipresença no local. Foi quando ele percebera que, bem ao seu lado, havia uma senhora, devia ter bem seus quarenta e poucos anos, e sua aparência dava-nos a impressão de uma mulher sofrida e batalhadora. Ao vê-la desse modo, nosso arrogante rapaz pedira, com a voz um tanto engrolada de quem acaba de acordar, o que talvez tivesse contribuído para o tom ainda mais rude:
"Você quer que eu segure sua bolsa?"
A mulher, passado o ligeiro susto inicial, dissera-lhe:
"Não, obrigada."
Seu tom foi seco rude. Talvez a qualquer outro espectador aparentasse apenas a resposta do seu psicológico às dores de toda sua vida, mas ao menino fora uma desconfiança pessoal. Aquela senhora não confiava nele, e achava que ele a roubaria ou algo do tipo. Deveria estar aparentando a cara de um ladrão, ou alguém cuja vida fosse sustentada por atos indignos. Sentiu-se extremamente ofendido e, na saída, fizera questão de olhar feio mais uma vez para a mulher. O nosso observador estava no banco logo atrás, e assistiu à cena com perguntas na cabeça.
Agora, o menino virava a esquina, seu tênis de marca acabara de desaparecer pela coluna da padaria, enquanto o fluxo de lembranças do segundo ato inundou a cabeça do nosso observador.
O menino tornara a entrar no ônibus, ao mesmo dia, na volta de suas atividades, que renderam volumosos e vistosos frutos, os quais tiveram que ser carregados até uma casa, e a eleita fora a casa do nosso jovem rapaz. Herique era seu nome, caso as apresentações tenham sido suprimidas. Henrique agora estava parado de frente para uma senhora, não igual àquela da manhã, mas uma senhora negra, já com seus sessenta anos aparentes.
"Deseja que eu segure isso pra você, filho?"
O rosto da senhora era simpático, e Henrique lembrara-se de sua avó, que falecera algumas semanas antes. Acho agora justificável uma pequena análise psicológica do rapaz: Henrique não era rude, nem mal-educado. De fato, era um jovem vivaz e muito culto: adorava música clássica e rock dos anos oitenta. Além disso, tivera em casa uma rígida educação, fornecida, em partes, pela sua , em outra pela sua mãe. Seu pai, não conhecia. Assim, seu único problema era que, às vezes, esquecia-se de ser educado, ou seja, às vezes a educação fugia-lhe da mente, pelo simples fato de ele não reparara na falta de educação que estava a cometer. Assim, seu problema era o esquecimento, a falta de atenção, o que era difícil de ser doutrinado.
Seguimos então nossa história.
Como dizíamos, o menino lembrara-se de sua , e aquilo insuflou em seu peito todos os princípios que aquela moça o ensinara. A senhora era velha, parecia ser frágil e seus volumes eram muito pesados e espaçosos, o que talvez a sufocasse, além do peso que faria sobre seu fêmur, já bem fragilizado pela osteoporose e pela osteopenia. Além disso, por si só, era alguém que merecia respeito, de modo que não lhe parecia de todo correto despejar sobre alguém que havia oferecido toda sua educação, bagagens pesadas e, para elas desnecessárias.
"Não, minha senhora, obrigado, mas não precisa."
E a senhora olhou feio para ele. Provavelmente, pensara a mesma coisa que ele pela manhã.
Nosso observador de soslaio olhava agora o vulto de menino desfazendo-se pela esquina. Mas um outro grande vulto, carregado dos jornais e potes, trombou com ele.
O que aconteceu de fato fica na imaginação do homem mexeriqueiro: teria o menino ralhado ou Henrique encararia a casualidade com parcimônia. Teria talvez espaço o humor e algumas risadas? Ou a plateia composta pelo nada e pelas consciências dos atores principais, além de ratos e organismos populacionais de uma cidade urbanizada, assistiria novamente uma explosão de ira desmedida?
Nosso observador permitiu em seu rosto um pequeno sorriso. Saberia sua próxima história. Enquanto despia-se, e preparava-se para seu banho, pensava nos esquemas e nas tramas de seu próximo romance. O título... Bom, isso encadeou outra corrente de pensamentos complexos, mas isso fica para próxima história. Essa já está demasiado longa, não suportaria mais acontecimento sem fazer babar sobre o teclado os fluidos de suas papilas gustativas.

Problemas polares

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

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E vão-se embora as roupas, na ordem: blusa, short, cueca. Nu, completamente desprotegido, exposto aberto. De repente, uma sensação de prazer irremediável, uma arrepio gostoso que sobre pela espinha, um arrepio intenso, intrínseco à vida.
E o corpo relaxa, e a mente viaja, rodopia pelos ares, sem rumo, rumando para um outro lugar, mas sem sair da posição. Contraditória vertigem de sensações que culminam num mesmo ponto: o prazer real, carnal, prazer humano.
Novo arrepio, nova sensação, percepções mais apuradas, sentimentos à flor da pele, e enfim o orgasmo, ah o orgasmo, como é bom sentir o ápice do prazer, envolto por um lugar quentinho, acolhedor, embora pequeno, ou não, tamanho ideal. Se fosse maior talvez não tivesse a mesma magia.
Então, após o clímax, sentir o toque suave pela pele, percorrendo cada poro, cada centímetro quadrado desta vasta imensidão do corpo, da ponta do cabelo até o dedo do pé. Nova sensação gostosa, a lavagem da alma, o fluxo dos problemas e das quizilas da vida para o exterior, e descer o ralo.
Ah, como é gostoso chegar de um longo dia e sentir-la cair por todo seu corpo, rodeando-o, encobrindo cada poro de sua epiderme, a doce beleza, força da natureza, solvente universal!

(A quem porventura interpretou de outra maneira, até que fosse lido o último parágrafo, não sinta-se mal. É um daqueles caprichos de escritor vazio, que obriga a pessoa a ler sua obra, no mínimo, duas vezes para que possa ser captada em toda sua essência. Ou não.)

MONITORIA

sábado, 12 de setembro de 2009

| | | 1 conselhos
Ontem recebi uma notícia bacana, uma notícia tribacana, como seria dito por algum lugar do país. Depois de algum tempo, teve a entrevista, e então a espera ansiosa pela resultado. A entrevista foi na terça. Na quarta não aguentei:
"Oi, você já sabe algum resultado da monitoria do teatro?"
"Não, Aramis ainda não deixou seu resultado, ele só vem na segunda, e deve trazer consigo a indicação."
Na sexta o telefone toca uma vez. Pego para atender, mas a ligação cai. Dando de ombros, entro no metrô e sigo em frente. AO chegar à estação, vou olhar o horário.
"1 missed call".
Novamente, perdi uma ligação. Dando de ombros novamente, segui para o ônibus, naquela mesma sem-gracice diária, as mesmas paisagens, a mesma rota, o mesmo mesmo, e a repetição do todo. Dentro do ônibus, a alta velocidade, o celular mais uma vez toca. EU estava com uma mochila pesadérrima segura em uma das mãos, a outra tentava com muito esforço manter seu dono vivo durante aquele turbilhão de energia potencial e cinética. Enfim, o ônibus pára, e a ligação novamente cai.
"putz!"
Mais uma vez, dou de ombros, e traço reta direta para casa, onde provavelmente me esperava um arroz, feijão e batatas fritas com carré. AO chegar ao portão de casa, sinto cheiro de bife de fígado. Definitivamente, o dia não estava pra peixe, até mesmo porque não se come fígado de peixe. Ou come-se? Alguém já experimentou?
"Bruno, meu filho, estou tentando te ligar: o colégio mandou avisar que você foi selecionado para a monitoria do teatro, que é para você levar uns documentos urgente!"
Branco-gelo, com o sangue afluindo irracionalmente na direção dos pés, as pernas bambeiam. Estranho o comportamento desses membros inferiores que, quando recebem sangue, começam a tornar-se sensíveis, não? (por favor, sem duplo-sentido, ou talvez com apenas um pouco, a intenção foi o conflito mesmo).
Recobrando os sentidos e os movimentos da PERNA, minha mente recebe de volta o oxigênio que lhe foi roubado e, enfim, pego a carteirinha da escola, disco o número.
"Olá, posso falar com a CoTP?"
"Um momento, se não conseguir, o final do número é tal"
"Obrigado"
(...)
"Alô?"
"Oi, tubo bom, sou Bruno, vocês me aceitaram para monitoria do teatro, só que eu preciso levar uns documentos,certo?"
"SIm, falta tais documentos."
"Ok, posso levar na segunda*feira?"
"Sim, segunda feira você traz os documentos e assina o contrato."
"OK, muito obrigado."
"Nada"
clic
clic
URRA!
Chuto a mesa, disfarço e pigarreio, com o dedinho mindinho do pé esquerdo latejando. Se você teve paciência de aturar minha ladainha sobre meu dia, pode-se perguntar agora: porque sempre acertamos o dedinho mindinho do pé direito quando batemos com o pé?
Que importa, afinal? O negócio é que fui aceito, e trabalharei com Aramis, e farei, bem ou mal, mais um período de teatro, e arrumarei o camarim, o que sempre foi meu sonho desde que entrei naquele lugar pela primeira vez. E verei a gurizada que está entrando agora no colégio. Espero que sejam participativos. Darei meu máximo.
Ainda que me espere o metrô das seis, ainda que um dia na semana me espere o metrô das SETE,, mesmo que não tenha teatro nesse dia e eu tenha que ficar com artes! Ainda que me espere a marmita revirada e a comida aquecida por microondas! Ainda que me espere uma noite de sono de duas horas porque tenho provas nos dias seguintes! Ainda que me espere tudo isso! Que me esperem prontas, que eu " chegando"!

EnTrOpIa De IdEiAs

sábado, 29 de agosto de 2009

| | | 2 conselhos
Não enchergo conspirações
Até que elas dancem na minha frente
Não sofro de amor,
Relevo, perdôo, amo intensamente,
E tanto, que não sobra em minh'alma,
Espaço pro sofrer.
Não sou impulsivo,
Sou calmo, controlado,
Calculista e, por vezes, frio.
No entanto, não sou tudo isso
E sou um ser um constante mudança.
Sou instável, sou besta,
Sou estranho
Mas, por quê aqui estou
Descrevendo a bipolaridade do meu ser?
TUdo que sei,quero e espero
É dizer-te, amor, TE AMO!

----//-------
Sugador de idéias
Obscuro,
Natural,
Opressor irreprimível.

-----//-------
Todos
Esperam
Devaneios
Incompreensíveis
Ou realidades concretas?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

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Uma observação social:
Estava num dia desses reparando na fita, que apesar de chamarmos de fita é um DVD, de aniverário da minha irmã, e observei algo no mínimo cômico: mais de oitenta por cento das pessoas que eram filmadas, simplesmente paravam o que estavam fazendo e ficavam estáticas, como se fosse uma foto ou algo do tipo. Gente, SE MECHE!!! Não tem sentido pagar a mais por um vídeo onde as pessoas ficam estáticas!!

Razão?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

| | | 0 conselhos
Até onde vão os limites do desprezo e do descaso para com os outros? Até onde as pessoas são psicologicamente capazes de racionalizar informações e impedir o instinto que todos nós temos, o instinto da sobrevivência? E mais, até onde as pessoas interpretam luxo, ostentação e riqueza como necessidades vitais?
A pergunta: não ter nada e ter tudo e perder, é a mesma coisa? Sim, se não houver o fator de ostentação e luxo na equação. Nesse caso, o dinheiro cega. Enxergo o dinheiro como uma droga: em dosagens corretas e sob uma administração consciente, é proveitoso, mas em mãos despreparadas e inconsequentes, torna-se venenoso e maléfico.
Até onde aqueles que possuem luxo, riqueza e ostentação conseguem segurar seus instintos mais primitivos? O instinto de união, de preservação da espécie, de solidariedade e humildade? Espero que esse dia chegue logo, antes que o vírus da avareza faça mais vítimas letais. Sua infestação começa quando mentes despreparadas e equivocadamente poderosas começam a pensar.
Então, nesse caso, vale usar a razão? É proveitoso, é bom, é vantajoso usar a razão, ou simplesmente deixar o espírito do isntinto voar livremente? Devemos, entyão, usar a razão para não usar a razão?!
Pense nisso ;)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

| | | 1 conselhos
Tsssssssssssssssssssssssssssssss
Abre a coca, o engraçadinho grita: "Até que enfim chegou a garçonete!", todos começam a rir. Meu riso sai forçado, quase insolente. Vem o vento, "salvem o bolo", a cortina quase o pega. Mais risadas. O mundo dá muitas risadas. Vêm os quitutes e petiscos. E dali coemça o assunto: gripe suína, gripe suína, gripe suína. Depois vem aquela mesma ladainha: é a mídia, o jornal que está falando demais, eu não assisto mais televisão, nem é tudo isso, cadê a dengue?!
É, cadê a dengue? Uma mordida no bolinho de queijo, queima os lábios, deixo cair no chão, mais gargalhadas, corre, pega o guarana, pega o guaraná, no lábio, gelado, o choque, derrama por baixo, mais risadas, o vento bate, derruba o bolo...

"É, gente...O lula está pensando muito na questão ambiental...Ouvi dizer que ele está aproveitando o vento pra voar de asadelta."

Dessa vez, mais risos, muitos risos, gargalhadas. A boca torce, o gelo quebra, e a vida se torna, enfim uma lidna e bela festa!
Sem o bolo, é claro.

Perfeição

quinta-feira, 30 de julho de 2009

| | | 0 conselhos
Com Carlos Gardel a altos brados no auto-falante:
"Por una cabeeeza"
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Paro pra refletir, mais uma vez sobre o problema do mundo. Acho que já estou ficando um tanto paranóico com essas coisas, mas não consigo deixar de pensar nisso. Li um livro entitulado "O vendedor de sonhos" e vi um filme chamado "Ensaio sobre a cegueira", e estou louco para encontrar o livro com emsmo nome, do incrível José Saramago. Então, parei pra ver uma relação mínima entre os dois:
Ensaio sobre a cegueira pode ser interpretado como um alarme, um alerta à todos no mundo. Todos estamos cegos pela ignorância, cegos pelos descaso com os outros, cegos com a concorrência ignorante que temos e estamos tão cegos que não percebemos que estamos imersos num mar de caos percebemos então que estamos absolutamente perdidos, sem saber o que fazer e onde ir. Mas quem poderá percebê-lo? Aqueles que ainda podem enchergar. Aqueles que tem a mente aberta para admitir a ignorância, aqueles que têm uma mente sã, que são o oposto daqueles que são cegos. Aqueles que admitem, primeiramente, que são ignorante e por isso estão um passo a frente daqueles que se julgam sábios. Esses podem, e na minha opinião DEVEM vender o sonho da visão. ENtra em ação o vendedor de sonhos, espalhando pelo mundo a completa futilidade e muitas vezes inutilidade das grandes fortunas, dos padrões absurdos que a sociedade adota, do governo das exceções: quem tem a razão são os ricos, os magros, loiros, olhos azuis, cabelos bons, com bons carros e católicos. Enfim, vivemos num mundo governado pela soberba e pelo descaso, acreditando num Deus autoritário e cheio de regras e pedindo aos céus para se integrar nesse núcleo de exceções absurdas, sonhando,almejando participar de uma parte desnecessariamente seleta da população. Não planejei este texto, simplesmente saiu, estou jorrando as palavras pelo teclado, vomitando as letras por aí, porque me revolta saber que estamos sempre almejando essa maldita "perfeição".

"Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e de ilusão
Venha
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Venha que o que vem é perfeição!"

Perfume

segunda-feira, 27 de julho de 2009

| | | 1 conselhos
"Oh amor,
Você me deixou aqui
Sozinho nas esquinas
E bares da vida
Deleitando-me com sua ausência
Tão presente..."

O rádio tocava a música, sucesso imediato, um grande estouro. Na época, Jaime ainda lembrava, a música fora feita para uma mulher em especial: Júlia. Júlia era a mulher de sua vida, presença constante em seus sonhos e em seus pensamentos quando acordado. Não largava, de fato, sua mente. Júlia era uma mulher especial. Jaime se lembrava de quando a vira pela primeira vez, num de seus shows. Estava cantando uma música agitada sobre a corrupção, quando essa mulher, linda, na primeira fila, o olhou. E ele pra ela. Não conseguiu mais cantar. Sua voz se prendeu no fundo de sua garganta. Sua língua tornou-se rija como aço, inflexível como uma parede de concreto. Todos pararam, perguntaram o que acontecera. Ele simplesmente enttou esse som, em alto brado, sem microfone, sem ensaio, sem intrumentos. Era a música de sua alma, que ele explanava e entregava nas mãos da pequena. Tão penetrante foi seu transe, que nem a revoada de aplausos que se seguiu a seu canto, nem os olhares de seus colegas de banda, nem mesmo o choro da menina o despertaram dele. ELe ofereceu sua mão à moça, a tomou nos braços, e foram para fora daquele lugar, daquela platéia, daquele auditório lotado de insensíveis estranhos sangue-sugas.
Depois de uma noite de amor sensacional, Júlia estava acordando em seus braços, seus cabelos provocando aquele incomodozinho gostoso neles. Ela se levantou, o olhou profundamente e saiu nua em direção ao banheiro. Se lavou. Voltou perfumada, intensamente e deliciosamente. Aquele cheiro de rosas, ou seria de grama molhada, ou ainda o cheiro de um jardim? Jaime não sabia, e nem se importava, bastava que soubesse que era bom, e muito.
Jaime e Júlia ganharam as manchetes da maioria dos jornais, embora o casal tentasse a todo custo esconder a relação, por razões de privacidade. Seu romance ficou por muito tempo oculto, até o dia em que um fotógrafo os pegou bem no meio de um beijo, na sorveteria próxima. No dia seguinte, estampada em um jornal, estava a manchete "Abalando corações", encimando a foto na sorveteria. Advogados foram acionados, abriu-se um inquérito, mas nada poderia apagar da mente dos brasileiros a notícia: "Jaime estava apaixonado". Assumiram publicamente a relação. Fotógrafos, imprensa, tudo estava em cima deles, a todo instante. As tardes no parque ficaram esquecidas, os momentos na sorveteria se foram, os passeios noturnos pela cidade se dissiparam como poeira no vento. Era o fim de sua privacidade.
Aos poucos, foram se afastando emocionalmente, e aumentando sua frequência sexual, reação previsível de um casal que deseja manter a relação, embora sinta cada vez menos atração emocional um pelo outro.
E foi com o sexo primeiro que a relação decaía. A mídia, reparando a frieza dos dois, comparava o início do relacionamento com o que eles diziam ser o final. Jaime estava ficando maluco com toda aquela informação aumentada. Via as informações da mídia se concretizando, via seu relacionamento morrer, via a mulher de sua vida correr pelos seus dedos como a água que lavava sua face todas as manhãs, assistia, amarrado, seu relacionamento naufragar, levando com ele tudo o que já significou de bom em sua vida. Tudo o que ele considerava belo, tudo o que ele via como bom, bonito, boas lembranças, recordações, tudo! Tudo afundava na lama do fim. Se agarrava cada vez mais a fotos de momentos de outrora, aos perfumes de sua bela, aos anéis. Mas não adiantava. Seu Titanic pessoal não parava. Era o fim. E ele o faria como um fim deveria ser.
Ligou o rádio. Sua música tocava. Afundou seu corpo na banheira luxuosa. CHorava profusamente. Lágrimas imperceptíveis se misturavam à água em excesso ao seu redor, seus olhos ficavam cada vez mais vermelhos, ergueu-se. Nem se matar conseguia. Arfava, sentia sua cabeça latejar, seu peito subir e descer. E mais ainda chorou, havia uma foto de Júlia bem à frente da banheira. Empurrou com o pé, chutou aquela vaca vadia para longe de si. Ela não soube auxiliar em seu relacionamento. "Onde está ela agora?" ele pensava. Ele tentava ajudar seu relacionamento, mas ela nada fazia. Ficava de braços cruzados, vendo tudo desandar, assistindo, como no fatídico show, na primeira fila, a derrota de seu amor, o fim de sua paixão. Agora, ele estava se matando por causa daquela vadia estúpida.
"VADIAAA!"
Ele se viu gritando. Agarrou a própria cabeça, seus pensamentos se embaralhavam. Parecia espremer as lágrimas que saíam de cada um de seus olhos. No fundo da benheira, esquecido, estava seu fim: aquela lâmina prateada e fina, que jazia próxima ao ralo, destinada a matar um rato qualquer, agora seria seu fim, um fim, ele julgava, bem mais nobre. O metal contra a pele revelava a abundância do vermelho. Quando os dois se misturavam, parecia que surgia um mar de sangue intensamente vermelho, que escorria de seu pulso para a água ao redor, que aos poucos ficava vermelha, e cada vez mais. Enquanto sentia sua vida ir pelos seus pulsos, de maneira tão romântica e tradicional, Jaime se perguntava se ele morreria tão pateticamente. Nem se matar decentemente ele conseguia. Era um estorvo, um grande saco de merda no lixão do mundo.
Era melhor assim, ele sabia, era a única coisa que ele sabia. Braços firmes, delicados e decididos seguraram seu abdome nu, enquanto o puxava para fora da água, e dava-lhe um soco no canto da boca. Sentia seu braço ser dominado e amarrado a um pano. Seria a morte brincando com seu corpo?
Abriu os olhos. A iluminação local os feriu, eles estavam vermelhos e acostumados à escuridão de sua alma. Júlia estava ali, logo à frente dele. Ele, arfando, tossindo e vomitando no chão frio do banheiro.
"Posso saber por que meu namorado virou um suicida?"
Nenhuma resposta.
"Posso saber porque eu saí e você decidiu fazer essa estupidez? Posso saber porque você é tão idiota a esse ponto? Posso saber porque pensou em se matar, tirar sua vida por causa de sei lá o que? POsso saber porque você estava tomando uma atitude tão babaca e imbecial? Ein, posso saber seu filho da..."
"Pare, vadia! Pare com suas indagações acusatórias e infundadas. Pare de vários nomes me chamar. Pare, pois seu perfume delicado esconde a podridão fétida de sua alma, sua maquiagem esconde os quilos de insensatez e crueldade que inundma sua alma, seus lábios escondem a pura maldade que corrompe seu íntimo."
Apontava seu dedo indicador para ela. Nu, descabelado e de olhos vermelhos: alucinado.
"Você piurou, foi isso que aconteceu. Amor, mas porq..."
"Perguntas o motivo, queres saber da razão de minha insensatez? Eu te respondo, porque sei da verdade. Sua víbora maldita! Eu sei os segredos que essa carapaça externa esconde do mundo. Eu sei o quanto você me odeia, o quanto você gosta de privacidade! Quanto meu amor significou pra você? NADA! Nada, porque você é uma vivúva-negra, e deseja se alimentar de minha desesperança e desespero para continuar seus planos."
Um riso malicioso se espalhou pelo sorriso da pequena. TUdo atingiu uma coloração avermelhada, um tom mais sinistro:
"É amor, eu sempre quis isso. No fundo, meu objetivo era fazer você se matar. VOcê nunca teve esperança e nunca a terá. EU sou seu fim, você não pode ser feliz!"
"Pare! Pare com isso, para de falar, suas falas disparam como flechas certeiras contra meu coração, flechas velozes e furiosas. Flechas malditas, flechas hostis, flechas..."
"Flechas cujo destino nada mais é que o profundo de seu ser, cuja única meta é matar-te da forma mais dolorosa que eu conseguir. SIm, sim, sim, SIM! E sabe a única escapatória? ã, sabe?"
"Não, não, não...PARA!"
"ME MATA!"
"Não, para"
"ANDA, ME MATA, ENFIA ESSA GILETE NO MEU PESCOÇO, ACABA COM O MAL QUE TE FLECHA, POIS É O ÚNICO MODO DE COMBATER ESSA ARMA."
"Não, por favor..."
Estava ajoelhado agora. Perdera as forças
"NÃO HÁ MODO DE COMBATER FLECHAS, O ÚNICO MODO DE CESSAR SEU FOGO É ACABANDO COM O FLECHEIRO, COM A ORIGEM, A ESSÊNCIA, MA MATE!"
"Por favor, não..."
"ME MATE, É O FIM! ANDA, AGORA, EU QUERO QUE VOCÊ ME MATE, EU ARRUINEI SUA VIDA, TIREI SUA FELICIDADE, TODO O BEM QUE HAVIA DENTRO DE VOCÊ EU SUGUEI, COMO UMA SANGUE-SUGA, UM PARASITA MALIGNO, UM VERME, UM..."
Jaime, o gilete e o pescoço de Júlia. Quando o sangue quente da menina fez contato com as mãos homicidas do rapaz, sua visão perdeu o tom vermelho. Júlia não apresentava o olhar maligno. Júlia estava chorando. Júlia estava com um rosto de terror, que transmitiu a Jaime. A dor, o sofrimento. Jaime se debatia no chão. Se mutilava, se cortava em todas as direções que pôde conseguir. Queria acabar, remover de seu peito, retirar à força sua alma homicida. Deveria pagar pelo crime, deveria morrer, sentir dor e que essa dor não cessasse após sua morte. Matara a única razão de sua felicidade. Acabara com tudo o que significava sua razão de ser e existir. Colapsara seu íntimo, extinguira com suas mãos a essência de seu próprio ser.
Merecia a dor que sentia, a dor profunda, e ainda muito mais. SOrria. Estava sentindo dor.
Estava sorrindo, dava gargalhadas. Gargalhava alegremente, eram altas. E quando a alegria da dor superava esse sentimento, se cortava novamente. Queria sentir dor. Dor profunda. Cortou a membrana entre seus dedos. Enquanto cortava e o sangue fluía profundamente, gargalhou. E então, com esse fantasma de riso gravado no rosto, respirou mais profundamente, olhou para Júlia, e deixou-se levar pelos braços da morte. A pequena ficara eternamente gravada em seu pensamento. O fantasma da últiam gargalhada não largou seu rosto feliz, repleto de sangue, sangue no chão frio.

Criança

quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Penso que, às vezes, usamos o conhecimento de forma equivocada. Digo isso por experiência própria. Já me escondi do mundo sob o toldo do conhecimento, e me tornei insensível a um olhar, frio a um toque, indiferente a um gesto. Mas de tanto em sentir amargurado para com tudo e todos, passei a me concentrar, a buscar internamente a chave, o porque.
E aconteceu quando eu entrei para escola, na verdade, um ano depois, no maravilhoso laboratório da vida: o teatro. Foi quando, numa peça, me tornei criança e adulto, ficava criança, me trocava na cochia, e me tornava adulto novamente. E nessas ondas, nesse imergir e emergir nos anais da idade, passei a enxergar algo que meus olhos, toldados pelo conhecimento, não reconheciam: o olhar de uma criança para o mundo.
Basta pensarmos que, como uma criança está em busca do conhecimento, não adianta que ela se esconda debaixo de um toldo furado, certo? Então, ela usa sua ingenuidade para enchergar as maravilhas do mundo a sua volta. Cada flor, canto de pássaro, paisagem, até mesmo um cão maltrapilho: tudo é incrivelmente belo. E isso me levou a uma relfexão profunda, e uma mudança radical no meu modo de encarar os fatos: hoje, n~çao uso o conhecimento como um toldo, que esconde minha sensibilidade e minha alma, mas o uso como uma janela, que eu permito abrir e fechar quano bem entendo, e quando a abro, permito que cada detalhe, cada minúsculo toque gentil da natureza e dos seres ao redor chova em minh'alma transbordando-a de prazer e felicidade.
Minha mensagem é: vejam o mundo sob o olhar de uma criança, com inocência e humildade. Mais vale admitir que não sabemos nada e captar o mundo como uma grande descoberta que se renova a cada dia, do que chafurdar no pântano da ignorância, achando que sabemos de tudo e tentar compreender coisas que são, de fato, incompreensíveis.

Linda

sexta-feira, 17 de julho de 2009

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O tecido do lençol que envolvia a cama afagava seu rosto com sua maciez. Sentia o confortável calor que emanava daquele tecido, daquele objeto, daquela cama. Os panos estavam todos desgrenhados e aleatoriamente dispersos por sobre o colchão, à mostra em algumas partes. Ela, nua, dormindo doce e confortavelmente. Ele, também nu, acordado, com um braço sob a cabeça, apesar do travesseiro que ali jazia. Pensava, pensava, pensava muito.
A um tempo atrás, não havia se descoberto. Era um simples fantasma vagando pela imensidão do mundo, frio e indiferente às coisas. Não sabia o que era o amor, ou sabia, mas não o encontrara. Não sabia o que era o afeto, ou sabia mas não o encontrara. Não sabia o que era tocarem-lhe o coração. Essa, ele realmente não sabia.
Lembrava-se do primeiro ato sexual: de como o processo fora bom, de como ele sentia o calor do corpo da menina, de como seus corpos se envolviam num ritmo frenético em cima dos lençóis dessa mesma cama, lembrou-se do desejo, do fervor, lembrou-se do prazer. Fora maravilhoso durante todo o processo. Mas chegou ao fim, chegou o orgasmo, e depois deste veio um abismo, um anti clímax, uma depressão tão profunda em seu prazer que ele lutou pra não cair. A sensação fora a de que fizera algo muito errado, e agora estava encrencado.
Por longos anos e muitas vezes, repetira esse mesmo procedimento: papo, prazer, depressão. Papo, prazer, depressão. Foram muitas garotas conquistadas, umas lindas, outras nem tanto, algumas até compradas pro "serviço". No fim, por melhor que tenha sido o sexo, por mais esplendoroso e prazeroso que tenha ocorrido, novamente aquela depressão profunda invadia sua alma.
Passou a desgostar do ato. Passou a esnobá-lo, aos poucos até esquecê-lo. O prazer, a cada ato, diminuía vertiginosamente. Tinha medo de sentir novamente aquela depressão. O sexo virara um ritual para confirmar sua masculinidade, saciar os desejos humanos, as vontades mortais. Mas nada mais. Apenas isso: um ritual. Pensava que estava enlouquecendo, que estava ficando impotente ou algo do gênero, e fazia mais sexo pra verificar se a masculinidade estava em dia, mas tudo o que conseguia era chafurdar na mesma lama, e cada vez mais e mais fundo. Chegou ao fundo do poço. Tornou-se insensível, frio, frígido.
Então, na sarjeta da emoção, parou de manter relações sexuais. Elas não faziam mais nenhum sentido. Nada fazia. Passou a ser um homem errante, um viajante gélido em busca de anda, apenas desejando seguir os seus passos, mal sabendo que andava em círculos.
Então, numa de suas voltas pelo centro da cidade, encontrara Juliana. A viu atravessando a rua, com seus cabelos balançando ao vento, seus quadris numa gangorra a cada passo, seu caminhar, como um anjo que por sobre as nuvens caminha, seus olhos, negros como a noite, mas não frios como esta: penetrantes. De fato, não era bonita como as outras mulheres com quem se relacionara nos últimos anos, mas de si emanava uma aura, uma energia, uma serenidade e paz que a pobre alma precisava: como um banho rejuvenescedor.
Quando as águas de sua presença banharam o interior de seu ser, ele procurou estar próximo dela, queria ficar junto da moça, ela o fazia sentir-se bem, tão bem quanto na infância, quando era um garotinha apenas. A presença daquela moça era reconfortante, sublime, quase divina. Ele não queria mais se distanciar dela, nunca mais. Decidiu, pro fim, conversar com ela, e dessa vez, se entregaria de corpo e alma.
Enquanto conversavam, aquelas águas sublimes jorravam em sua alma com tanta força e tamanha vitalidade e vivacidade, que ele sentiu seu coração bater pela primeira vez em anos. Sentiu a presença da vida em seu interior, pôde sentir o calor de seu espírito dentro de seu corpo: sentiu-se vivo novamente.
Marcaram um encontro, e ele percebeu que mesmo distante da moça, ainda se beneficiava dos poderes de sua presença, pois ela se fixara em sua mente.
Depois de alguns encontros, ocorreu o inevitável. No calor da emoção, no fulgor dos sentimentos, no ápice do amor, seus lábios se tocaram de forma especial. Como uma eletricidade percorrendo cada nervo de seu íntimo, a cada toque, cada mordida leve nos lábios um do outro, cada íntimo sussurro no ouvido.
Suas mãos se entrelaçaram, ele sentiu que podia confiar nela, sentiu que queria ter mais próxima a presença de seu espírito, ele sentiu que era a hora, a hora da sua primeira vez.
As mãos, déspotas, sem freios, encontravam lugares do corpo da menina, assim como as dela exploravam seu corpo, e a cada toque, sentia a frialdade de sua alma ir para o espaço, sentia que o amor, aquele sentimento poderoso entre os dois, estava quebrando o gelo de seu ser, despindo seu espírito das armas e armaduras que ele usara para proteger-se dos constantes ataques de seu dono, que queria corrompê-lo.
E fez sexo, mas o fez como nunca antes o havia feito: fora a primeira vez, de verdade. Seus lábios pareciam um só, sem se separar por nenhum momento. Seu corpo sentia o corpo da moça, seus espíritos, suas almas, seus seres, se fundiam como um só, bem como seus corpos. O equilíbrio entre corpo e alma estava estabelecido: ela não tinha motivos para entrar novamente em reclusão, estava em paz com seu dono.
Mais uma vez, fez amor desmedido, sexo bom, frenético, carinhoso, intenso, delicado, vivaz, respeitoso. Frêmitos eram pronunciados em seu ouvido, enquanto seus corpos se uniam, cada vez mais profundamente, mais, mais, mais...
E o orgasmo, que sensação maravilhosa! Não mais houve aquela depressão, aquele anti clímax, aquele abismo emocional, mas sim um soerguimento de seu astral. Agora, suas almas eram uma só.
E então ele entendeu que o sexo é como um compositor detalhista e delicado, que aprimora a belíssima canção do amor, entoada em alto brado pelas almas e, logo, não deveria-se compor uma música que nunca seria cantada.
Juliana acordou ao seu lado, e envolveu-lhe em seu abraço quente, que agora facilmente tocava sua alma. Ele sorriu. Eles se beijaram. E o rádio anunciou, sob a voz do Roupa Nova:
"Vem, fazer diferente, o que mais ninguém faz
Vem, conquistar meu mundo dividir o que é seu.
Faz parte de mim, me inventa outra vez
Só eu e você,
Linda, só você me fascina
Te desejo, muito além do prazer
Linda, nunca mais tenha medo,
Pois quem ama, tudo pode vencer."

Vida alva

domingo, 12 de julho de 2009

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Depois de um tempo orbitando por locais distantes da internet, torno à segurança de meu blog, a fim de trazer uma reflexão, cujo começo não tem nada a ver com minhas divagações e devaneios da itnernet. Por isso, vou para outro parágrafo.
Cheguei. Agora, começo a pensar na vida, após um tempo assisitndo a maravilhosa (na minha opinião) minissérie da globo SOm & Fúria, como proposto na minissérie sobre o teatro. O teatro é um espaço vazio, o qual devemos encher com o máximo de emoção, com Som e com fúria. E, afinal, posso traçar um paralelo com a vida. Ora, o que é a vida, senão um grande espaço vazio, no qual podemos insuflar nossas emoções e percepções? Nossa vida é como um grande palco: um palco inicialmente vazio, mas que, no decorrer da peça de nossa existência, vai sendo habitado por atores que emocionam, que jorram ali sua energia, sua emoção, seu som e sua fúria, diante da melhor e mais emocionante plateia de todas: nossa alma. A cada cena, devemos ter cuidado com o que falar, o que dizer, o que propôr à exigente plateia: um passo em falso, e podemos estragar todo o espetáculo.
VIva a vida como se esta fosse um espaço em branco. VOCÊ DECIDE O QUE VAI SER APRESENTADO, afinal, como dizem por aí: a festa (ou seria peça?) é sua!

cela

sexta-feira, 3 de julho de 2009

| | | 1 conselhos
Toda vez que saio
Me tranco na prisão do mundo.
Quando me tranco, bate e dói uma saudade...
Uma vontade de voltar.
Chego em casa, uma cela solitária.
Vejo o sol nascer quadrado todo dia,
Vejo a vida passar por meus olhos cada instante,
Vejo o que poderia fazer, mas está tão, tão perto,
Mas tão tão distante.

...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

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Odeio esses dias sórdios!
A monotonia que me afaga,
Que em outros provoca profunda insiração,
Aquela mesma monotonia
Que criou uma geração literária,
Hoje me atrapalha
E suga o fluxo intermitente de idéias
Que balançam e se esfregam
Em minha mente.
SInto e percebo a monotonia,
Sei que posso dela extrair
Belas letras
Mas nada sai!
ODEIO ESSES DIAS SÓRDIDOS!!
| | | 0 conselhos
Eu juro que tentei
Um milhão de vezes insisti

Teu amor que abte em meu peito, bela amada,
Eu quis um dia ruir.

Aí aconteceu
Momento especial, de um dia fulano
Ouvi tua boca dizer: EU TE AMO!

Eu te amo!

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Porque os humanso sismam em complicar todas as coisas?
Um cantada bem planejada, um método infalível para conquistar aquela garota, um papo de pelo menos duas semanas até a primeira investida, um presente comprado estrategicamente para tocar um coração, um cinema, uma noite no cinema, olhares, toques, o beijo!
Porque tudo é tão complicado?
Porque os humanos complicam todas as coisas?
De tudo, se souber sentir, o melhor é ouvir um belo e profundo: EU TE AMO!!!!!!!!

Mar

terça-feira, 23 de junho de 2009

| | | 0 conselhos
Um sopro de vento
Concreto como rocha,
Leve como pluma
Alegre, qual um palhaço.
Alegra-me como o vôo dos pássaros,
COmo a brisa que vem do mar,
COmo o sol que se põe no mar
COmo as ondas que batem o mar,
E o mesmo mar! AH, o mar!
Próxima como um parente
Distante como um paraíso,
Mas certa,
Como encontrar-te
No dia que segue
A noite que sobrevem
O pôr-do-sol que se esconde
Em ti, vasto, imenso
E saudoso mar!

Telefone

sexta-feira, 19 de junho de 2009

| | | 1 conselhos
Eu juro que não queria, mas atendi o telefone. Estava preparado para tomar um belo de um banho relazante, estava até nu. Toca o maldito telefone. Deixo tocar, ele toca, toca, toca, toca, pára. FInalmente. Não. Toca de novo, toca, toca, toca... Fui atender, pela insistência devia ser alguma coisa importante.
Atravesso a sala e pego o telefone:
"Alô, é da casa da Francisca?"
Puts! Eu não acreedito! De novo?
"Meu senhor, não há nenhuma Francisca aqui...O telefone está errado."
Voltei, um tanto furioso, tomei meu banho. Que coisa relazante uma duhca! Senti a água bater no pescoço, relaxando, relaxando.
Toca o telefone. Put....
"AlÕ, é da casa da Francisca?"
"Meu senhor, já disse, o número está errado, aqui não é a casa da Francisca!"
"Ah, desculpa então..>"
Desliga-se o telefone.
Porque as pessoas não acreditam quando a gente diz que o número está errado? Porque elas continuam batendo a cabeça na mesma parede? Se o número está errado, não adianta você ligar quatro ou cinco vezes: vai continuar errado! OU acham que da sexta vez que ligarem pro mesmo número errado a Francisca vai atender?
Chegu a mãe, o padrasto e a pequena. Estou brincando com ela, assistindo o Peixonauta quando toca o telefone.
'Alô é da casa da..."
Cloc.
Bati o telefone. Não vou ser eu que vou ficar batendo a cabeça na mesma parede não, amigo.

Uma da manhã, em botafogo

terça-feira, 16 de junho de 2009

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Perambulava por Botafogo,
Uma da manhã, noite fria
Uma da manhã, noite triste
Uma da manhã, e só ali
Eu era feliz.
No meio dos playboys e das pAtRiCiNhAs
Penso sobre a vida, sobre a minha vida:
Penso, reflito e entristeço.
No mundo em que me encontro,
No mundo que vivo,
E naquele que desejo viver.
Ah! Não pense que se trata
De imaginação, ou nada parecido.
Ele é real, ele existe, ele é próximo:
No entanto, cruelmente vetado.
Enquanto espero, sinto o vento beijar-me a face
Fazê-la carícias, arrepio minha espinha
Ao perceber que ao sair dali,
Ao migrar do perfeito
Para aquele em que vivo,
Tenho a sensação de me trancar
No resto do mundo.

Metrô

quinta-feira, 11 de junho de 2009

| | | 3 conselhos
Foi duma dessas que você fica pensando como um ser pode ser tão parecido com uma égua.
Voltando num belo dia de metrô, quando entra uma senhora, aparentemente normal. Não. Definitivamente não.
Era um dia triste e chuvoso, eu estava morrendo de fome, voltando naquele maldito metrô, pensando que ainda teria que tomar um ônibus, quando eu me deparo com uma mulher (não sei se ela entrou depois, ou se quando entrei ela já estava lá). O vagão estava cheio, não lotado.
A, até então, mulher pega o celular e disca para uma amiga:
"Oi, Juh, tudo bem? Olha eu tenho que te contar uma coisa, mas eu não posso falar agora."
(SIlêncio...)Porra?
Por quê cargas d'água, então ela ligou? Não poderia simplesmente esperar mais? Então umas linhas do querido Nelson me vêm à memória: "Ismênia não queria outra coisa...".
Riu-se.
"Ah Juh, o que posso dizer agora é que...Caramba...Foi outra coisa... Totalmente diferente do que eu esperava!"
Que é? Desviriginou e não gostou? Quer ser homossexual ou coisa parecida?! Caracas! Desembucha, mulher! OU então não fala nada, mas se vai pegando o celular assim, deixa de doce e fala logo a informação.
"AH..COmo você adivinhou?...É isso sim...Mas não posso falar agora, o metrô está cheio, espera eu chegar no ônibus...Ah, mas é ele sim...Caramba...Surpeendeu."
Claro, porque os ônibus são locais privados, onde você pode contar o seu mairo segredo para as pessoas, que ninguém vai ouvir...
"Ai, Juh, já disse, não posso falar...Mas você tinha que ver..."
A mulher sorria de orelha a orelha...
Enquanto proferia internamente agtressões verbais àquela mulher, comecei a relfetir e a ver que...Caramba!
Eu estava querendo ouvir o que ela fez...Eu estava fofocando..Eu estava fazendo exatamente o que ela queria.
Pornto! Agora sim, o dia infeliz estava completo!
Saí do vagão e corri pra pegar o ônibus.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

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Goma, gema a goma que gruda na gente
Versos rápidos de um momento ligeiro
Pra reprimir o vazio, expurgar o vácuo
Que preenche a matéria "internética"
Versos sem sentido nem fundamento
Um beijo, um abraço
E fui.

Está na hora do comerciaaaal... "Peixonauta"

sexta-feira, 5 de junho de 2009

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Faço aqui uma merecida, na minha opnião, pausa para apreciar o espetáculo que é esse desenho infantil: "Peixonauta". Pode até parecer besteira, mas já me explico e vocês, de certo, entenderão meus motivos.
Peixonauta é um peixe-detetive que, junto com Marina e Zico, uma menina de oito anos e um macaco, resolve variados casos, a partir das postas informadas por uma bola multicolorida, a pop.
BOm, onde está, então meu fascínio?
Primeiramente, o desenho prima pela estrutura lógica de raciocínio, onde as pistas vão, no futuro, solucionar os casos, o que faz com que as crianças comecem a treinar, desde cedo, um certo esquema de raciocínio lógico.
Segundo popnto latíssimo do espetáculo é que a bola, pop, só libera as pistas depois que os agentes repetem um ritmo que ela faz. Por exemplo: batida, pausa, batida, pausa, batida, batida, batida. Quem já teve alguma experiência musical entende o que estou falando: compasso e tempo! As criancinhas começam a tomar, por repetição, uma idéia de ritmo, compasso e tempo!
Depois, tem um lado muito legal do desenho que é o respeito pelo meio ambiente: os casos, em suma maioria, envolvem problemas ecológicos, ou então mostram um variado cenário cheio de grama, ávore, pássaros, (o próprio personagem principal e um coadjuvante são animais), o que instila nas crianças um sentimento de preservação do meio ambiente muito grande, subliminarmente.
Agora, uma das coisas que mais me motivou a entrar aqui e escrever isso foi a m´sucia de abertura. Pirei quando ouvi.
Em contrariedade aos desenhos maericanizados que vemos por aí, Peixonauta é um desenho brasileiro, cuja abertura possui um ritmo muito brasileiro: com direito a triângulo e tudo! A música lembra muito as cantigas populares brasileiras, com um ritmo sinceramente gostoso de ouvir. E as cirnaças gostam e cantam e isso É MARAVILHOSO: As crinaças, por vontade própria, passam a valorizar a cultura nacional, seu tirmo, suas batidas, seu estilo!
Por isso, sinceramente agradeço aos criadores dessa série, Celia Catunda e Kiko Mistrorigo, e dizer que me sinto mais tranquilo ao saber que a geração futura tem a possibilidade, embora, infelizmente, não seja acessível a todos, de assistir a esse show!
Para quem quiser saber mais: http://www.discoverykidsbrasil.com/personagens/peixonauta/educacional/ e http://vejasaopaulo.abril.com.br/revista/vejasp/edicoes/2115/fenomeno-peixonauta-473702.html

http://www.youtube.com/watch?v=fsajaE-tKwI


Recomendo que vejam...

Marido, mulher e amante

quinta-feira, 4 de junho de 2009

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"Você é DOOOOOOOOOIDAAAAAAAAAAAAA!"

Assim foi a semana. Um grito intenso, forte, gostoso, célere, passageiro. NO entanto, por trás de si deixou um rastro bom de felicidade contagiante. O ponto alto, com certeza, foi o espetáculo teatral de quinta feira, aquele do qual participei.
Do dia antes da peça, que passou tão rápido que uma câmera ficou esquecida dentro de uma mochila, não lembro muito. Apenas alguns pontos luminosos do alvorecer: gnomos pululando no meu intestino, depois o planejamento de uma homenagem ao Ara, seguido de uma grande expectativa pré peça: MEEEEERDA como foi bom! Depois cochia, cena1: expectativa, tensão enorme...RISOS! Quase pulo de alegria, arrancamos o primeiro riso da platéia, agora tudo fica muito mais fácil.
"Diga-se de passgame que o comportamento de ROmário.."
Puts! Quanta gente me olhando. E eu ainda encarava-os, como se fosse habitual. A cena se passa, mais risos, cochia. Cena 2: Improviso...Pêgo de surpresa...Não deu muito certo...Mas ficou legal. "SOu EEEEEEEEEEEEU" E daí pronto! Essa foi a frase que delimitou o ponto onde estava envergonhado e constrangido para o ponto onde fiquei bobo, livre, leve e solto! Tão, mas tão solto que na cena 3 dei até pinta de mulher... Depois novamente cochia, ficar elegante: cena 4! Narrador. Mais alguns improvisos e sinceramente o melhor: os agradecimentos...
COmo foi bom...Sentir todas aquelas pessoas aplaudindo pelo seu trabalho, recompensa maior que poderia esperar, uma energia tão boa que não consigo nem explicar. DIsse Ara que a cara de todo mundo ficou boba... Enfim, muito boa sensação!! Recomendo a todos e a cada um que encontrem em suas atividades esse sentimento: recompensa pelo trabalho feito!

"Borogodá, borogorodá
Deixa de banca menina, sei que você
Gosta só de mim(...)"

Eco, oco, poeta

sábado, 30 de maio de 2009

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Escrevo sob forma de um poema
Pois é desta que a dor se transmite
A dor do poeta que fica nas linhas
A dor, ou o poeta é quem fica?

EM meu caso, espero que um pouco
Do sofrer passe pra você, sob forma
De emoção, porque agora, que
Nada me resta, espero viver eternamente
Neste mesmo papel.

Me perguntas por quê? Te respondo, pronto:
Sofro porque amo, sofro de amor
Sofro de amor unidirecional, incorrespondido.
Sofro, amor, de um belo mal, letal.

Linda era a ruiva que capturou
A flecha disparada por meu coração,
Num local ocasional, minha epifania
Ocorre e, de posse do meu amor, a bela
Ignorou-me, nem ao menos me usou.
Ah, pobre alma de amor faltosa.
Oh, amor, nobre sentimento de vis humanos.
AH, desgraça de uma alma desalmada,
Um eco, oco, vazio por assim estar.

Mas, eis que o destino, menino travesso,
Por essa não deixou: fez a Linda
Meu amor aos corvos atirar,
E nos braços de um outro qualquer
Cair, beijar e amar.

Dor que supera a dor!
Sofrimento infindo!
Alma desgraçada!
Eco, oco, vazio.

Aqui estou, então, escrevendo
O fim da triste história:
De uma bela Linda,
De um hgomem qualquer,
E este vil miserável cujos
Dedos estas linhas correm
Pela última vez, o sentir.
Antes de um fim à epopéia impor,
Um tiro, um baque, um eco,
Eco, oco, nada.

"Marido, Mulher e Amante"

terça-feira, 26 de maio de 2009

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Direção: Aramis David Correia
Elenco:
Bruno Maia
Estela Freire
Natalia FOnseca
Pedro Uchoa
Pedro Vargas
Weyber Marques

Agradecimento especial: Gabriel

Mensagem de Augusto Boal para o dia dia internacional do teatro

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Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal
(Mensagem Internacional por Augusto Boal para o dia mundial do Teatro, 27 de março de 2009)

Fonte: http://camilamaia-cultura.blogspot.com/2009/05/mensagem-internacional-por-augusto-boal.html

Velha volúvel

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"Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada,
É assim como uma fisgada
NO membro que já perdi..."

O despertador toca, a rua ainda continua no seu habitual breu da madrugada. Essa música me acompanhou nos meus sonhos, acordou em minha mente.
Após a rotineira higiene matinal, visto-me, pego o Rio Card, o metro card e o São Jorge card e vou para o ônibus, aquele mesmo e velho azul e amarelo. Depois deste o frio e insensível metrô das 6. Cada qual em seu espaço, delimitado, intransigível, impenetrável.
Uma atmosfera de profunda monotonia invade o já fragilizado coração, entorpece a confusa e atordoada mente do pobre jovem viajante para mais um dia de colégio.
A música ainda esta lá.
Porque ele se identificava com a música. Definitivamente, ele sentia uma dor latejante pelo oco de sua alma, marcado pelo espaço ausente da felicidade vindoura. Porque, porque ele não conseguia encontrá-la, sentir seu calor novamente perpassar seus nervos e todas as células de seu corpo?! Por Quê?!
Já estava no quarto andar, quando uma palavra o desperta de seus devaneios:
"Jonas Brothers!"
Olha confusa para a pequena menina a sua frente. Sua amiga, talvez uma das maiores com a qual poderia ali naquele colégio contar. Um sorriso perpassou o rosto. Sentia como se há muito tempo não o fizesse. Os músculos pareciam mais rijos que o normal.
Mas ele pôde senti-la, novamente, em seu íntimo. Afinal, ainda havia o teatro. Naquele dia teria uma apresentação do pessoal do segundo período, e daqui a dois dias haveria a SUA apresentação. A atmosfera de excitação foi contagiando-o aos poucos, junto com as imagens: a noiva, o marido, o amante, Thalita, Renata, Uchoa, Dedeco, Weyber, Estela, Natalia, Gabriel, Aramís.
De fato, não poderia não sorrir.
Abraçou, então, a velha volúvel, essa tal estranha felicidade.
"Chorar pra que? Chorar!
Você deve sorrir
Que outro dia será bem melhor "

Pauta de um sonolento dia insone

sexta-feira, 22 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
Entrei na internet, cliquei no atalho. Digitei "r" e apareceu lá: Reflitapenseexista.blogspot.com. Cliquei de novo. Fiz o login. CLiquei em nova postagem.
A partir daí, fiquei olhando fixamente para a tela inteiramente branca. Reparei em seu entorno, visualizei o constraste das bordas da mesma. Mas as pretinhas que são boas não saiam.
Comecei a digitar. Os dedos rolavam vagamente pelo teclado. Reli o texto. Tinha falado cinco vezes a mesma coisa, exatamente com as mesmas palavras.
Apaguei tudo de novo.
Recomecei. Escrevi mais algumas linhas.
Dei uma soco bewm dado entre o "h" e o "j" do meu teclado, o fechei com brutalidade e saí.
Porque, porque era assim: quando você tinha uma boa idéia, uma idéia passável, simplesmente não conseguia pô-la em prática.
Tenho até hoje uma idéia que considero bacana, mas não consigo me inspirar para isso.
Caramba, mas porque eu não consigo por minhas idéias em prática?????!
Olha lá eu de novo, escre3vendo duas vezes a mesma coisa.
É melhor parar por aqui. VOu indagar pra Deus. Tenho ele adicionado no meu Twitter.

Abraços.

Pequeno trecho da vida diária

quinta-feira, 21 de maio de 2009

| | | 0 conselhos
Ah essa vida diária, contante, mutável, volúvel e semprebela.
Por vias dos relatórios, resultados e discussões, reações, cores, explosões e testes, existe, em mim, uma alegria.
Porque gosto do que faço, e faço, unicamente, porque gosto.
Fazia um bom tempo que não passava por aqui (embora tenha uma idéia bem bacana em mente), porque fui forçado a ficar até as tantas da noite digitando um relatório de Fisico-Química.
Mas depois da tempestade vem a bonança.
E, veja que mágico: para mim, A TEMPESTADE É A BONANÇA!

"Meninos, eu vi."

| | | 0 conselhos
"Meninos, eu vi"
Juro que vi
Andei pelo mundo
Pessoas conheci
Versos cantei
Versos escutei
Fui por esse mundo sem fim
Procurar um motivo
E sem motivo,
"Meninos, eu vi"
Juro, não minto
Vi muito.
Vi a moreninha,
De braços andei com
A viuvinha.
COm Marília, no campo,
Longa prosa tive.
O alienista, grande amigo,
Me indicou um caminho
A seguir.
Andei pelas matas,
CUlturas encontrei,
Até saci ludibriei.
Mas, mais forte que eu,
Meninos,
Encontrei.
Deparei com ninguém menos,
Nada menos que Juca Pirama.
E de toda a mente
Ou criação poética
Nada, mas nada
Mais fundo em meu coração penetrou
Que os versos que
Cantava, o pobre Juca.
Sim,
"Meninos, eu vi."
Vi a mensagem escondida
Me identifiquei com a mesma
Junto com ela, caminharei
Rumo ao meu ideal.
SIm, porque
De toda a minha excursão
Pelas mentes dos poetas
Uma mensagem
Em minh'alma
Perdura, até o momento.
Ei de esquecer meu nome,
Até a constante,
Mas nunca esquecer aquilo que,
"Meninos, eu vi."

Palco

terça-feira, 12 de maio de 2009

| | | 2 conselhos
Atenção, ouvidos atentos
Concentração, ação!
E vem a energia da fonte desconhecida
Transpassa o pobre
De pé (ou não) acima do plano sagrado
Uma barreira, uma diferença:
Realidade e farsa,
Dois universos distintos que quase se tangenciam.
BUM!
Cai o homem, chora a mulher,
Gargalha a louca traída,
Ameaça o violento,
Sexo faz a promíscua:
TUDO!
TUdo e, ao mesmo tempo, nada.
Nada é real, basta o aplauso,
COmo uma hipnose programada,
E tudo cai, o universo se desmancha
E vem, à tona, a realidade.
Sim, apesar de tangente, tão distante,
Tão, tão distante,
DO mundo perfeito,
AH!
O mundo da interpretação!

"Mais do mesmo"

quinta-feira, 7 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
Uma chaleira fumegante,
O sol nascente,
O acordar ao raiar do dia.
O sair do chalé,
O se deparar com uma vasta montanha,
O ver a ave de rapina no céu,
O sentir o vento beijando-lhe a face,
O setir o tato dos pés descalços
No rochedo que embasa,
Alegre casa que dorme em meu pensamento.

TIro a kara do tapa

terça-feira, 5 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
É a força, relutante, Em desagrado
Não concordo, não gosto, mas é preciso
Acato, porque tenho grande respeito
E mais, afeição, pela pessoa que me pede
Com pesar tiro o atalho, a conexão
Entre este presente e um outro
Mas eu sei, tenoh certeza
Que foram bons os motivos.
Sei que é preciso.
Mas porque não, então, ora,
Porque não pegar o fato
Que rendeu várias piadas
Porque não pegá-lo e, enfim
Fazê-lo poesia, ou quase?

PUBLICIDADE PRÓPRIA/PÚBLICA: MARIDO, MULHER E AMANTE

| | | 0 conselhos
É isso aí, pessoal!
Big evento, galera big animada, todos dispostos... O tempo é cruel, mas vai dar certo com certeza!
Reta FINAL!!!!

Textos do excelentíssimo Nelson ROdrigues, adaptação de ARamis DAvid Corre(i)a!


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Local: IFRJ - Maracanã
Data: 28/05/2009
(Semana da CUltura)
Peça: Marido, mulher e amante!
Adaptação de contos de Nelson Rodrigues, A vida como ela é
Adaptação por: Aramis David Correia
Direção: Aramis David Correia
Elenco:
Bruno Maia
Estela Freire
Pedro Uchoa
Pedro Vargas
Renata Gudergues
Thalita Martins
Weyber Marques
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OFF: TEATRO \O/

| | | 1 conselhos
Estava no teatro e vem o papo pré-ensaio:
"Pedro: O garoto tava sozinho em casa né? Sabe como é...Aí foi atender o telefone: peladão! Quando chegou pra atender o telefone, era uma festa supresa pra ele!"
Rimos, rimos rimos, aí em a thalita
"Thalita: É tem o caso também do menino que quebrou o videogame..."
"Aramis: VAMOS VAMOS TRABALHAR"
Todos rimos mais uma vez...

PS.: Dicionário

sexta-feira, 1 de maio de 2009

| | | 0 conselhos
Instila = Introduz gota-a-gota
Insigne = Célebre, distinto, notável
Falaz = Enganoso, ilusório, fraudulento
Insídia = Traiçoeira

4(L.I.F.E): Amor

| | | 0 conselhos
Lívia leva contigo meu sorriso
Leva meus sonhos, teus encantos
Leva, amor meu, meus horizontes
Leva contigo, teus olhos,
Índia, teus penetrantes olhos, que
Induzem no homem sentimento sublime,
Infindável, Imperecível, absoluto.
Instila, então, até no mais insigne cidadão
Formoso cântico, ascensor,
Falaz, no entanto.
Formosa, ampara o pobre homem na descida.
Faze com que sua queda amenizada seja,
Exatamente em teu colo,
Exatamente no ameno leito,
Exatamente em teus braços
Exatamente, Lívia, bem ao lado teu.

Esperança

| | | 0 conselhos
Sonha, andorinha,
Voa e busca o céu!
Não te importes se a jornada
Dura, trôpega ou insídia for.
Porque tu, andorinha,
Somente tu carregas contigo
A esperança, o amor e a fé
De um pobre miserável
Que aguarda, ansioso, não seu retorno
Mas seu vôo,
E assiste, com renovado ânimo,
Tua silhueta cruzar o
Infinito azul desse vasto céu,
Que cobre o infinito azul
Do imenso mar.

terça-feira, 28 de abril de 2009

| | | 0 conselhos
"Todo o mundo é composto de mudanças,
Tomando sempre novas qualidades."
É. O mundo, essa infinita orbe errante,
Gira, gira, gira,
Sempre, sempre em direção a um amanhã desconhecido.
Um amanhã que, diferente do ontem, possui uma enorme gama de possibilidades.
Há quem o tema.
Besteira. Temer o amanhã é como temer uma mordida nunca dada por um filhote de Poodle.

Mausoléu - Original

| | | 0 conselhos
Para quem conseguir decifrar os hieróglifos, aí está o original, escrito à mão.

Para quem não, tem o digitado.
Desculpem o tamanho, não me econtive :)

Já vou, "Marido Fiel" está com algumas marcações para confirmar e tenho de confirmar o "Casal de Três"

Absss





Mausoléu

| | | 1 conselhos
Era noite e estava muito chuvoso, as trevas eram tão densas e compactas que poucos foram os animais a perceberem a chegada do carro, faróis desligados.
Silencioso, sabia muito bem aonde ir, pois não se usou dos faróis, no entanto fazia precisas curvas pelo caminho.
Depois de alguns minutos, quarenta ou mais, chegou, enfim, ao portão de madeira apodrecido, trancado com correntes pesadas e cadeados enormes. Riu-se, aquele sorriso diabólico sem a menor emoção, e puxou o portão, que, de tão podre, desmantelou-se.
A casa era um ponto de um negro mais denso que o negrume ambiente. Estava lá, no fim do caminho de barro ladeado pela grama alta, esquecida atraves dos anos.
E, então, ele andou, determinado, focado. Seus olhos estreitos, fixos num ponto adiante, a euforia crescente ribombando em seu peito, domando-lho.
Parou, então, à pequena varanda de cimento. A casa tinha um aspecto deplorável: hera crescia pelas paredes anegrecidas pelo mofo; janelas abertas e quebradas, a porta caída a um lado. Um resquício de vivêrncia anterior presente na varanda era uma murcha bola de couro em preto-e-branco.
Admirou por um tempo aquilo e, insensivelmente, atravessou a varanda, visando o interior. AO empurrar a porta, deparou-se com uma cozinha totalmente destruída: a pia de plático estava quebrada e imunda; a geladeira, enferrujada e sem porta, deixando visível montes de alimentos apodrecidos com o tempo.
Pisando em um centímetro de sujeira encardida acumulada no chão, seguiu para adiante, se deparando com uma sala.
Mal tendo tempo para reparar nesta, que possuía mobília de madeira mofada e destruída, com uma antiquada televisão sem tela e um sofá mofado de molas aparentes, uma luz chamou-lhe a atenção no quarto, à direita.
Passando pela sala, chega ao quarto e surpreende-se com um homem baix, repleto de cabelos negros emaranhados numa confusão de barba, cabelo e bigode, magro, fétido e, se não estivesse se movendo, poderia estar morto por desnutrição.
Tentava acender um fósforo numa caixa mofada, a fim de incendiar o óleo do candeeiro à sua frente. Tentativas inúteis.
--Sabia que viria um dia, Paul.--Disse o homem ao chão. Sua voz era um tanto rouca.
--Mostre-me!--Ordenou, imperativo, do alto de sua voz clara, mas curiosamente silvada.
--Não a tenho. - DIsse o homem, sem se desviar de seus inúteis esforços.
--É curiosom no entanto, que saiba exatamente do que estou falando.
O homem, enfim, pareceu momentaneamente aturdido, mas replicou, tornando seus afazeres:
--Já a tive, Paul, e você sabe disso. Mas sua glória foi como um doce mel do qual eu provei, e logo fui suprido.
--Mentira!--Sua voz soou curiosa pelas paredes, ecoando sinistramente.
--Paul, Paul, Pual--lamentou-se--Você continua miseravelmente mesquinho. Já lhe disse: não mais a tenho.--Hesitou um mínimo e disse:--Mas devo admitir que apreciei.
Um ódio profundo emanou de seu ser, era palpável, claramente perceptível, não via como o velho continuava ali parado, sustentando os esforços de acender seu candeeiro à óleo.
--Vai me matar, Paul?
--Está me desafiando?--Disse firme, mas com um leve temor ao fundo. O velho parecia saber.
--Você teme a morte, Paul, um pouco menos, talvez, que os mortos.
--Ora, velho, entrei nessa casa moribunda, passei insensivelmente pelos cômodos e tenho uma arma! Você acha que temo algo?
--Acho.
--Por exemplo?!--Ironizou
--Ora, o fato que percebeu desde que entrou aqui. VOcê veio atraído por uma luz. Onde ela está, meu caro?
Um sorriso pareceu rachar as duras faces encovadas do velho e sobreveio o terror: Como ele conversava com o velho, como o via, se as luzes estavam todas apagadas? Quase no intante em que percebeu, sobreveio a escuridão. Seu coração pulava na garganta, queria abandonar seu corpo. Não enchergava absolutamente nada. Onde era a saída?!
--Durma, Paul! Relaxe e aproveite. Ah! Você não pode estar...co medo?--Disse uma voz na escuridão, em tom sarcástico, seguido por uma risada crescente. Emanava das paredes, comprimia-o no centro da casa, mais parto, cada vez mais perto, cada vez mais...
Fechou os olhos, se agachou e segurou a cabeça com as duas mãos.
--Boa noite, Paul!
Um baque, uma dor e nada mais.

Wrong

quarta-feira, 22 de abril de 2009

| | | 2 conselhos
Era um daqueles dias que não funcionava: simplesmente tudo dava errado.
Sai de casa, terno, gravata e sapato: Pisa na poça!; Andando na rua, terno, gravata, sapato, pé molhado:Caca de pombo; Entra no restaurante, terno, gravata, sapato, pé molhado, ombro cagado: quebra o cristal. Sai do restaurante, enfim, de terno, gravata, sapato, pé molhado, ombro cagado, bolso vazio.
Nada funcionando,pega um ônibus (até tem um carro na garagem, mas nessa maré...): o ônibus quebra.
Esperando o próximo. Esperando, esperando, esperando: assalto!
Molhado, cagado, sem dinheiro, nu: vai pra casa.
Pega o revólver, bota as balas e BANG!!!!
Molhado, cagado, duro, nu, morto: mas com um último sorriso eternamente congelado na face.

:O

| | | 0 conselhos
O que significa existir, sem refletir?
Ora, muitas pessoas vivem ser refletir, sem questionar, sem pensar em nada e respeit de nada. Mas elas, logo, não existem, apenas vivem.
Por um acaso do destino estão por aí perdidas, convivendo por pura falta de alternativa.
Mas existir, ah, não!
Reflita, exista, não reflita, viva.
"Penso logo existo"
Ao juntar, OH! Supresa:
Reflita, pense: exista!

Pik-a-BOOM

domingo, 19 de abril de 2009

| | | 2 conselhos
Não
Não é mias tempo de chorar
Se desesperar não vale nada
Agora o que passou, já era
O futuro aguarda.
Não
Não quero ser quem eu sou,
Mas o que passou, passou, já era
Não vale arrepender-se
Agir e mudar.
Os fantasmas do passado batem em minha janela
À noite
Gritando vozes, sussurando coisas que não quero ouvir
E eu, como hipnotizado, dou ouvidos aos lamúrios.
Basta!
Não quero mais, mudei, agora é diferente.
Já desisti de mudar o passado, já é concreto,
Mas nada me impede, de implodir tudo aquilo
Apagar, destruir, esquecer.
O que passou, passou, já era
O futuro, o que reserva?
Não sei, Só sei que moldá-lo-ei
E farei com que seja do jeito
Que espero.

Redondilha

segunda-feira, 13 de abril de 2009

| | | 0 conselhos
Atravesso a rua e vejo por cima
Dos meus ombros a menina
Dos olhos castanhos, corpo esbelto
Aquele sorriso meigo.
Não sei bem a causa, não olho não
Falo, não acho seu lindo.
E se vai meu carnaval!
Passou na avenida do coração
Meu, portando a bandeira da esperança
A rainha dos meus sonhos
A Musa oscilatória em redondilhas.

Frases de impacto...Sábado de aleluia

domingo, 12 de abril de 2009

| | | 1 conselhos
Chega pra tia e fala:
" O churrasco de ontem tava bom que só!"

Segura a cachorra no sio. Quando esta sai, está sujo de sangue. Di pro pai:
"Pai, estou menstruado."

Vira pro médico:
"Estou morrendo."
Este diz:
"QUer um bacalhau?"

Vira para o sujeito:
"Se não tem o que fazer, vá lamber seus ovos!!"
O mesmo diz:
"Não, só posso lambê-los amanhã. É tradição, todo mundo faz isso amanhã."

Vira pra mim:
"Se não tem o que fazer, vá arrumar seu quarto, ou estudar, ou qualquetr outra coisa...

Jubas - II

sexta-feira, 3 de abril de 2009

| | | 0 conselhos
Estava simplesmente dona Margéia! No susto, e simplesmente morrendo de nojo, o jovem Jack joga dona Margéia para o lado.
Foi, talvez, a pior coisa que poderia ter feito: a velha voou até a cabeceira da cama, bateu com a cabeça e começou a sangrar intensamente.
Desesperado, sem saber o que fazer, Jack decide que o melhor é simplesmente fugir, correr dali. Mas isso estragaria completamente seus planos. Não poderia fugir. Tinha de ficar.
Tentando conter seu nervosismo crescente, Jack dá um grito ensurdecedor!
Quando Górdon e Ana chegaram ao seu quarto (com mãoes à boca), Jack lhes falou:
"Acho que ainda está viva. Só me lembro de ouvir um grande barulho e depois a dona estava aí, caída."
Górdon acreditou, o mesmo fez Ana. Jack sorriu por dentro.
Juntos, os três a puseram em cima da cama, tentaram conter o sangramento e ligaram, para o posto de saúde.
Passou meia hora, e depois, se sobrepondo à penunmbra que entrava pelas janelas, veio um luz ofuscante, seguida de perto por um grupo de homens que adentravam o quarto, apressadamente.
"Pronto", pensou Jack, "TUdo pronto. A velha fica bem, e eu também."
Não se contendo, um riso escapa pelo seu semblante, que não foi percebido por ninguém.
E assim, foram todos para o hospital. Repetiram a inverdade para o médico de plantão, que acreditou assim como Górdon e Ana, e este logo solucionou o problema de dona Margéia.
No entanto, a pobre dona teria de ficar alguns meses em obsevação no hospital.
Dois dias depois, os três foram visitar Margéia, deitada num canto da enfermaria, clara e reluzente, completamente branca. Não a dona, a enfermaria.
Então dona Margéia, após ouvir todo um sermão de Ana, pontuado por ligeiros "é"s e acenos de cabeça de Górdon, sobre não adentrar no quarto dos outros, não sair andando pela noite, a idade não mais permitia, etc, etc e etc; pediu para ficar a sós com cada um dos três.
A primeira foi Ana, que, 3 minutos depois saiu da enfermaria enraivecida, e foi embora.
Logo a seguir veio Górdon. 4 minutos depois, este chama Jack.
Os dois entram na enfermaria, estacam à frente de dona Margéia. A senhora levanta da cama, e com surpreendente vivacidade para uma senhora tão idosa (e em tais condições), diz:
"Tu, Górdon, tú és um paspalho! Simplesmente tu não és homem, és um fraco, imbecil, néscio e frouxo! Eu disse frouxo! Não suporto mais! Desde ops trinta anos que tu vens negando fogo! Eu tenho que me virar com viajantes ocasionais que aparecem na cidade, se nada acontece, o que tenho de fazer? Me virar o marido das outras! Cansei!!!!!!! Quero um homem de verdade."
Súbito, jogou-se nos braços de Jack que, estranhamente, não esboçou um movimento de fuga. Aceitou naturalmente o fato.
Chorando, Górdon saiu da enfermaria.
Jack e Margéia se mudaram, uma semana depois para o centro da cidade, onde viveram felizes ate um fatídico dia: Dona Margéia falece. Jack, ganha uma herança de 800 mil euros, que seria, até o dia em que Jack arremessou Margéia na cama, legada integralmente à Ana.
Os motivos?
Dona Margéia era (sado)masoquista e sentia-se absurdamente realizada em bater nos outros com a vara de goiabeira. Jack também.

Jubas

terça-feira, 24 de março de 2009

| | | 1 conselhos
A vila das Palmeiras era pacata, simples, interiorana. Lá havia árvores, matos, gramíneas, flores e bosques, além de colinas que a circundavam, como num grande cone.
Pois eis que naquela cidade, em meio a tanta natureza, surge Ana, de natureza implacável, inconstante.
"Bipolar" dizia a vó..."Bipolar é o caramba, meto-lha na cara e veja bem o que vai ser bipolar!".
SImpática, dona Margéia era do método antigo: Escreveu, não leu, vara de goiabeira. Seu marido, no entanto, chamava-se Górdon, e, constrastando com a esposa, era calmo e pacato, compreensivo, mão leve, frouxo. Tanto o era queos netos sabiam: " Se a Margéia não der, o Górdon dá!" Era o que todo mundo na cidade dizia.
Mas, entre as netas que mais falavam com Górdon estava Ana, simplesmente porque ela não mais se arriscava a falar com a vó, porque cada ocasião lhe rendfia, no mínimo, mais 3 hematomas.
Produto disto era que Górdon e Ana tinham uma bonita, carinhosa e forte relação.
Numa manhã cálida, chegava até a cidade um ônibus, o que atraiu a atenção de todos ao redor (ônibus nenhum vinha até aqui, por causa da estrada ruim das colinas). TOrnando-se a sensação momentânea do pedaço, o assunto logo se desviou para o passageio: Jack. Este, por sua vez, era alto, loiro, olhos verdes, pele bronzeada, cabelos cortados à asadelta, corpo de academia, não muito "bombado".
Deu 3 segundos e Jack tinha um fã-clube de, no mínimo, 30 garotinhas esperançosas, por baixo dos braços, pernas, saias e todo tipo de adereços que os pais colocavam como obstáculo.
Que viera fazer, no meio dessa pacata cidade um homem assim? Parecia, muito, ter vindo da cidade, mas por quê?
Boatos pra lá e para cá...Jack, no entanto, nõ sabia de nada, foi para casa de dona Margéia. Dona Margéia o recebeu com um desaforo, uma varada de goiabeira, e um convite a se hospedar por algum tempo em sua casa. Ana simplesmente amou.
Após todos irem se deitar, Jack acorda com um barulho estranho, vindo do corredor. Assustado, pensa logo em ladrões. Vagarosamente, se dirige até a porta e, com muito cuidado, vai abrindo-a.
Súbito, um mar de cabelos crespos inunda seu rosto e ele cai de costas, ao chão. Ao olhar para a "agressora", Jack simplesmente leva um susto. Em cima de seu corpo, com olhos de femme fatale,...

.......................................................................................................................... COntinua

quinta-feira, 19 de março de 2009

| | | 0 conselhos
SOb a luz do teu olhar
Reside um homem.
Reside um homem que ama,
Um homem que chora
Reside um homem que chama.

Sob o foco do sorriso,
Ofuscando o amanhecer.
Sua luz, seu mel seu sorriso
Me acordam, me beijam
Chega doer

Sua falta. Ah! QUe falta
Me faz seu beijo, seu toque
QUe falta me faz teu carinho
A me acordar.
Que falta sinto, meu amor
Sinto muita falta de ti.
VOlta.

Dos fungos...

quinta-feira, 12 de março de 2009

| | | 0 conselhos
Esse mundo, é um mundo estranho.
Onde pssoas que nem sabem falar
Falam difícil.
Um mundo que dá voltas,
Mas não volta pro belo "Aurea mediocritas",
Os tempos do "Carpe diem".
Um mundo que sabe muito, aplica pouco
Estraga tudo.
Um mundo assim, ou assado.
Um mundo podre, torpe, estragado.
Se tem concerto?
Procure lá pelo municipal, às vezes ocorre.
Se o que queres é um conserto,
DIgo-te uma coisa:
Quanto mais embolorado é o sistema,
Mais fungos há, com vida!

quarta-feira, 11 de março de 2009

| | | 0 conselhos


Cada uma do Pasquale...
O violinista soa, não sua!

Outra dele( ach que essa é velha já)

quero ver quem consegue...
Pontue a seguinte:

"Maria quando toma banho sua mãe diz ela traga a toalha."

Quem quiser, que tente...


Resposta: "Maria, quando toma banho, sua. 'Mãe, -diz ela- traga a toalha!'"

Pobre na ginga da lanha

| | | 1 conselhos
(Leia rápido)
E o povo se quebra
E vê a ginga, cai na ginga, xinga a ginga
Quem não ginga cai da roda
Arranha, lanha, levantar é façanha.
E o rico sobe, o pobre também
amarrado na colerinha
E lá em cima ela arrebenta,
E a dor é pior
E o rico ri e o pobre lanha
Lanha, cai, ginga
Ginga na ginga
"Segura o samba e não deixa cair."
Se ferra, se lanha
Mas ri.
.
.
.
.
Isso é façanha!

De nada em nada, um pouco.

segunda-feira, 9 de março de 2009

| | | 1 conselhos
É desses que não tenho o que escrever
E mais porque só penso merda
Escrevo ralo.
E fico remoendo as palavras em minha emnte.
Palavras vazias, sozinhas, pensamentos destacados, fracos,
Sem nexo, sem ligação.
Enquanto penso, o dedo corre, as apalavras se teclam.
Ih!
Olha elas aí!

Na mente: "La borsetta della donna è gialla."
Em portuga: A bolsa da mulher é amarela.