Loiras

domingo, 29 de junho de 2008

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E lá ia ela, dobrando a esquina, seus cabelos loiros davam um "adeus" ao réris mortais que ficavam por trás.
Não são palavras de um admirador exclusivo de loiras, na verdade, prefiro as morenas. Repare bem: Não rejeito a loiras, apenas tenho preferência pelas morenas.
Resolvi seguir a loira, de longe, para que ela não percebesse. No meio do caminho, me perguntei: Por que estou seguindo esta loira. Por que esta loira em especial? Visto que só tinha percebido seus longos cabelos virarem a esquina?
Desacelerei de repente. A loira poderia me acusar de perseguição, e eu não poderia defender-me: era verdade.
VOltei à tona, saindo dosa meus devaneios e focalizando minha vista. Por um momento perdi a tal loira de vista, mas no momento seguinte já a encontrei: parada numa loja, observando à vitrine.
Decidi que daria em cima daquela loira, pelo menos para ver sua face, já que seus longos cabelos a estavam escondendo. Fui andando, meio devagar, pelo medo que sentia. E ela permanecia parada. COntinuei andando. Meu estômago dava voltas e voltas em minha barriga. Ela virou-se, mas permaneceu parada, falava ao celular. COntinuei andando. Sentia espasmos no braço e nos músculos da barriga. Ela tornou a observar os produtos à vitrine. Me aproximava, decidido, porém muito tenso. Agora uma dor de cabeça dos infernos. Eis que surge, sabe Deus de onde, um homem, aparentemente um metro e setenta e três, meio moreno, cabelos curtos, corpo de academia. A loira dá-lhe um beijo. Amaldiçôo esta maldita criatura que se pôs no meu lugar ao lado da minha adorada: tomara que seja um travesti.
Virei, não queria mais saber. Desmaiei. A tensão fora demais. Não agüentei.

Vida festiva

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Nada como uma reuniãozinha familiar para alegrar aquela depressão de apertar o botãozinho da saída do estacionamento, só para falar com alguém. Nessas reuniões, que podem até começar desagradáveis, você inevitavelmente, por querer passar aos outros uma realidade que não existe no seu círculo familiar, ou porque você começa a sentir-se envergonhado de estar como uma ilha no meio daquele oceano de gente se abraçando, algumas verdadeiramente, algumas com sorriso de quem vai concorrer a miss, seja por qualquer motivo, você inevitavelmente sorri e acaba se levando por aquela pessoa que pergunta se está tudo ok, ou puxa um papo. E no fim, sua realidade fica tão distorcida por aquele clima festivo que você esquece de sua depressão e fica alegre, contente.
O problema é: a festa acaba. O salão evazia e, como de repente, aquele peso depressivo volta com força total em cima de nós. A realidade nos chama novamente, e talvez ficamos até piores do que quando entramos, e logo vem aquele desejo de nunca mais se alegrar, para não se decepcionar. E aí é que a porca torce o rabo: você pensa em nunca mais se alegrar, mas a alegria, como aquele bichinho, aquele carrapatinho sugador de trsiteza, vem e pica seu braço, e te contamina com o veneno. Eis o problema: sorrimos de novo.
E o que fazer? Se matar? Se isolar?
QUe tal aproveitar e manter aquele clima de festa por todo o dia? E depiois uma semana. COm um esforcinho a mais, conseguimos um mês, dois, três, cinco, dez, um ano. E aí mais um, e dpeois o outro e quem sabe a alegria não te contamina pela vida inteira?
Por que não?

Proibido

sexta-feira, 27 de junho de 2008

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Toda cidade tem um bafafá, um piriri, uma fofoquinha, uma intriga, pelo menos uma vez.
Nesta cidade de Tenente Rafael não poderia ser diferente.
Mas nesta cidade, a quantidade de bafafás era absurda. E por absurda quero dizer grande. Dar-vos-ei um exemplo: o caso da velha A.
Ela morava numa casa de madeira perto da rua 2. Ninguém sabia seu nome de verdade e todos a chamavam de velha A. Era passar em frente à tal casa e ver o farfalhar das cortinas: a velha estava ali, observando.
A casa tinha um ar de sombrio, era feita de madeira envelhecida e úmida, ao redor, vários fungos cresciam num "jardim" de húmus e terra negra. O único sinal de vida ali era, além das cortinas e dos fungos, os gatos. SIm, gatos, e muitos.
A velha, aparentemente, era uma adoradora de gatos: brancos, pretos, marrons, pintaos, multicoloridos, grandes, pequenos, doentes a, até mesmo, mortos. Da janela da tal moça podia-se ver ossos de gatos pendurados no parapeito.
Quando crinaças passavam, as mães tapavam seus olhos e seus narizes, já que eles poderiam ter pesadelos ou desmaiar com o forte cheirop de fungo, urina de gato, carniça e madeira podre.
Bom, era um dia de verão, estavam todos na rua(exceto nAQUELA rua) quando ouviu-se um estrondo. Forte. Nada à vista na rua onde todos estavam, mas nAQUELA rua, pairava o ar da desordem: A CASA tinha vindo abaixo.
Logo, todos começaram a busca pela velha, mas, surpreendentemente, nada encontraram. Vasculharam todos os cantos da casa, e nada. Nada de velha, e nada de gatos. Nem mesmo mortos.
Teria a velha se mudado?
Teria ela destruído a casa?
De repente, uma senhora desmaia.
Agora, as atenções estão voltadas à ela. Quando recobra a consciência, ela conta que, de repente, tudo girava, parecia que estava num campo anti-gravidade, que o chão tinha virado pudim de leite com passas e cauda de amora, parecia que o mundo tinha entrado num buraco negro(mesmo ela sendo alérgica a pudim e nunca, na vida, tenha entrado em um buraco negro para saber como é. Anti-gravidade sim, ela era astronauta) mas, então, o grito de horror.
As pessoas pareciam estar num jogo de ping-pong. Ela grita, todos olham pra ela, ela aponta, todos olham para casa, ela grita, todos olham para ela, ela aponta, todos olham para casa.
Mas, enfim, contar-vos-ei o que se sucedia. Ela, e todos ali, podiam ver o cadáver da senhora, junto com milhares, talvez centenas, de ossadas de gatos.
Foram um bombeiro, um policial, A CIA, a CSI, um padre, um pastor, um rabino, um monge, um pai-de-santo e ninguém exlicava aquilo.
Então, todos fizeram a tática tradicional: calaram-se e tentaram esquecer aquele assunto, que, agora, era proibido.

Esclarecimentos_Mundinho-tigela

quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Antes, alguns esclarecimentos:
Não tenho conheciamento da existência de Santa fé, e, se existe, não condiz com realidade. Era para ser fictícia.
Desculpem o tamanho, mas a história foi fluindo....
Espero que gostem, é a maior história.

Mundinho-tigela

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"  guerra fria foi o período..."
"Vem aqui lavar esta louça menina!"
E lá ia Mariana.
Mariana era menina esperta, alta, elegante( embora tenha apenas seus 15 anos): um doce de menina. Morava num lugarejo perto de Santa Fé, um bairro cujo nome nem ela mesmo sabia; com sua mãe e seu pai. Bom, este último morou com ela até que ele faleceu, no ano anterior a este que vos falo. O lugarejo era bonito, mas não tanto para Martiana, talvez por ter nascido ali e se acostumado àquela paisagem: Uma verdadeira tigela, com eles no centro, porém elevados; nas bordas da tigela, capim rasteiro, porém suficientemente alto para balançar ao comando eólico; vez ou outra, porém constantemente, encontravam-se árvores de diversos tipos: salgueiros, choronas, sabugueiro, abacateiro, enfim; No centro, como já vos disse, a casa; Nos fundos, uma plantação de tudo quanto é tipo de vegetais: alface, ervilha, milho, arroz, feijão, enfim. Como já deves concluir, seu sustento provinha dali.
Mas, saindo desta descrição, Mariana foi lavar a bendita louça.
"Estava estudando não é mesmo? Ouvi seus sussurros..."
"É eu estava..."
"Pois não devia. Se ocupa com estas baboseiras: mulher não deve estudar. Mulher tem que se acostumar a trabalhar, viver na cozinha, ou limpando a casa. Mulher tem que alimetar os filhos e só. Ouça: Vem aquele professor por ali. EU só quero que você saiba ler e escrever e falar: nada mais. Não quero você aprendendo coisa que não vai importar, em vez disso vem me ajudar. agora vá, ele já está chegando."
E lá se ia Mariana caminhando: seus passos arrastados, tristes. Ela gostava de estudar, mas sua mãe tinha razão: seu futuro não iria além de um marido, filhos e sua vida doméstica. Todas as mulheres deveriam ser assim, afinal. Nunca havia saído daquela tigela, mas elas deveriam ser assim mesmo.
Ela lembrava de uma vez que sua mãe disse que amou ter uma filha, que quando ela ficasse velha e cansada, a filha ia cuidar dela: um filho a largaria e viveria com sua família. Hilda, sua mãe, também disse que se ela fosse embora, um dia, para levá-la, tinha medo de ficar sozinha, velha e sem ninguém.
Mariana nunca deixaria sua mãe. Nunca.
Naquela tarde veio o professor, rapaz alto, branco, loiro, de voz grossa, porém boa de ouvir. A ensinou matemática, português(as únicas matérias que Hilda permitia) e foi-se embora. Mariana gostava de história, uma vez havia roubado um livro dete tal professor(sim, aquele que ela lia antes de sua mãe chamá-la para lavar a louça, que, no fim, foi lavada por Hilda, devido à chegada do professor).
Mariana queria ver o mundo lá fora, estudar novas paisagens. Seu sonho era viajar pelo mundo, conhecer os outros países, outras culturas, outras pessoas. Tudo o que conhecia era Hilda, este professor, seu pai e seu pequeno mundinho-tigela.
Um dia decidiu que iria, por fim, viajar. Não seria viajem longa, voltaria no mesmo dia, talvez cinco horas no máximo. Seu destino: centro de Santa fé.
À noite, na verdade quase amanhecendo, escalou aquele caminho pelas ordas da tigela. AO cehgar lá em cima, o ar frio batia fervorosamente em sua face. Estava com medo. Havia deixado um bilhete na janela que dava para a pequena obra que Hilda fazia na horta. Seguiu o casminho, desta vez descendo aquele morro. Por momentos derrapava. Finalmente achou o que queria: gente. Perguntou como ir e voltar de Santa fé, centro. Ao obter resposta fez o ordenado: pegou um caminho, não era distante dali, de cimento. Seus olhos ficavam perdidos por toda aquela nova paisagem que surgia. Gente andando pela rua, que já estava abarrotada. Ficou ali por alguns instantes, aprendeu que existe lugares onde as crinaças sem pais vão. Chamava-se orfanato. Decidiu voltar para sua tigelinha. Andmou o caminho, subiu o morro e a imagem que viu dali quase a fez rolar morro abaixo: sua casa, uma vez amarela, agora estava negra como carvão. Desceu correndo todo aquele morro gritando por sua mãe, Hilda. A encontrou. Porém carbonizada, seus olhos desesperados.
Ficou chorando ao lado de Hilda, tentando entender o que acontecera. Saiu de sua casa, desolada com a dura realidade que se abatia sobre ela, sobre suas costas. Na árvore, um bilhete pregado:
"A quem uqer que veja,
Meu nome é Hilda, a idade não importa. Declaro que isso não foi criminoso ou acidental. Foi suicídio. De minha pessoa. Nada mais me resta. Meu marido, morto; minha filha, fugiu de casa à noite. Nada me resta, nada me prende mais aqui.
Declaro que..."
TUdo girava ao redor de Mariana. Ela fora o motivo do suicídio. Mas, havia deixado um recado na janela, porque sua mãe suicidaria? Deixara um recado dizendo que voltaria em torno de 5 horas. O desespero.
Mariana correu até a janela, agora carbonizada. Agachou no canteiro onde havia um buraco.
Afundando sua mão na terra, viu o bilhete. Provavelmente o vento o jogara ali fora, e o mesmo vento jogara terra por cima, tornando po bilhete invisível.
Estava explicado. Ninguém viria ali, ela teria que avisar a alguém.
Foi então à cidade, seus passos mais arrastados que da outra vez. Não perguntou o caminho, sabia já, e se virou sozinha. Agora teria que se virar sozinha.
Olhou mais uma vez para trás, aquele monte verde no meio da selva cinzenta. Parecia que o sol só batia ali. A visão seria linda, se Mariana não estivesse desolada. Sua mãe era mulher trsite, mas daí a suicidar. Não conseguia desviar a culpa, ela sabia que, no fundo, ela era a culpada.
Fi andando por aquele caminho acizentado, em busca de alguém que ajudasse. Pra onde ela iria?
Talvez o orfanato. E virou a esquina, deixando pra trás o belo monte verde, seu mundinho-tigela, que nunca mais tornaria a ver.

Campos Santos

segunda-feira, 23 de junho de 2008

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Vim aqui contar uma história fantástica: Ela começa com uma afirmativa: Deus existe!
Não sou um fanático religioso querendo convencer vocês de minha religião não, falo isso porque conversei com o próprio cara.
Sinceramente eu levei um susto quando o vi: Rapaz, se não soubesse que Ele tem mais de bilhões de anos, daria uns 18, no máximo 20; simpático, diferente daquilo que algumas pessoas pensam,sabe? Daquele senhor sentado há bilhões de anos mandando africanos para o inferno por causa da sua religião. Naõ! O cara é simpático, atencioso, compreensivo e tudo o mais. Conversamos um longo tempo, jogamos buraco(segundo Ele, teve alguns bilhões de anos para aperfeiçoar sua técnica), conversamos sobre vários assuntos, Ele me mostrou os campos santos, que, aliás, são a coisa mais linda que eu já vi: Um parque com um caminho de grama verde, definido por flores de diferentes cores, que termina num largo de grama, onde algumas pessoas dormiam, outras liam, algumas várias crianças brincavam. Na hora tive vontade de sair correndo por ali, ficar ali, mas Ele me disse que, por enquanto eu não poderia, quem sabe daqui a alguns anos?
Assenti, nos viramos e fomos para outro lugar. No caminho conheci São Pedro, São Jorge, Santa Clara, Santa Catarina e todos os outros santos e santas por aí, além de Sócrates, Platão, Xico, minha vizinha.
Foi um dia mágico, simplesmente divino: Pena que eu acordei.

Mariane

quinta-feira, 19 de junho de 2008

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E a vi entrando na festa
Seu olhar perdido, distraído
Rodando, quase cômica
Não fosse seu ar angelical

Meu bem, você entrou em minha festa
Zoneou meu ser
Minha existência
Bagunçou minha vida por completo
Modificou meus sentidos
E assim te amo

Sim, digo com todas as forças:
"Te amo"
E te amo como nunca amei
Uma garota.
Você me olha e sorri
E eu simplesmente derreto de amores

Seu sorriso é o mar da felicidade
Sua onda de alegria radiante
É intensa, suas "covinhas"
Nos proíbem de desviar o olhar.

Seu amor é muito
Eu te amo
Minha amada
Poderia passar o resto dos meus dias te admirando
Não resistiria um abraço
Ou um "xamego"
Mas, afora isso, poderia viver somente a admirar-te

Cada passo, cada sorriso
Cada conquista, cada palavra
Cada sonho

Você é meu amor
Meus sentimentos por você são puros.
Te amo, mas amo com toda intensidade de um vulcão
E a serenidade de um cisne
Meu amor não é carnal, passageiro
É sentimental, eterno em sua essência.

Venha, balance este pobre coração,
Mole coração, que bate por ti,
Mariane.

Campo de Estrelas

quarta-feira, 18 de junho de 2008

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E vamos nos abraçar e olhar as estrelas, no céu, e as estrelas vão nos olhar.
Desta colina a impressão é que as estrelas estão nos queimando com seu calor, mas não dói. Podemos pegá-las, podemos senti-las, podemos amá-las. Mas não mais que um ao outro.
Pois nosso amor nos permite voar pelos campos da imaginação, soltar as asas e juntos caminhar pelo infinito (e além).
O cheiro do orvalho da grama sob nosso corpos não nos impede deste vôo, até o torna mais agradável, por razões que não podem ser explicadas, apenas sentidas. E aquele friozinho na espinha nos obriga a abraçar-nos e afagar nossas costas, um a do outro, e isso é bom. Nos abraçamos, observando as estrelas. A brisa refrescante nos beija, nossa pele vai sentindo o beijo da brisa refrescante, mas não incomoda, já que um está fazendo a proteção do outro.
Depois do abraço, você recosta-se sobre meu peito, seus braços em torno de mim, num abraço que deixa marcas , um abraço de carinho, um abraço de amor, uma sensação gostosa em nossa alma.
A mesma sensação de quando você me beija e eu te beijo, e nós nos beijamos, lado a lado, sob as estrelas que nos observam e fazem sua dança celestial, um adereço à presença do nosso amor, que a completa, embora esta seja independete.
E depis do beijo você me olha, eu te olho, nós nos olhamos e saímos andando para casa, não muito distante dali, pelo caminhozinho de terra batida por entre a vegetação que se alastra por toda a extensão visível.
Olhamos para trás, certos de que as estralas continuam fazendo sua dança, e completando nosso amor.

Paisagens...O belo

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Arquitetura do amor

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E vai o amor,
Esse tal sem sentido
Sem razão de existir
Este que nos une, nos cola
Nos momentos ternos
Nas horas doces

Aquele que nos assopra a espinha
Quando olhamos para o céu
E o vemos, cheio de estrelas,
Tão inertes, tão despreocupadas
Tão solitárias e tão unidas
Tão cheias de luz e ...amor

Esse tal amor é lindo,
Muito embora ninguém tenha visto sua face
Muito embora ninguém tenha tocado
Muito embora ninguém tenha sentido
Seu sabor doce-salgado, meio azedo-azul
Com um leve toque de vermelho-saudade

Amor é esta chama
AMor é viver
Amor é inspiração dos poetas e aprendizes
Que fazem amor, tal como vemos.
São estes poetas
Que nos fazem ver o que ninguém, nem mesmo eles
Nunca viu e nunca verá
São os arquitetos do amor.

Esquinas da vida

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E ela passou por mim com aqueles passos curtos e rápidos, quase não notei, não fosse justamente sua forma de andar: era meio tonto, meio estonteante, meio errante, meio graciosa, meio...meio.
Fui no seu encalço, queria falar com ela, dizer-lhe algumas palavras, poucas, não muitas, já que nãoi haveria assunto para tanto. Apenas um "olá", só pra dizer que eu falei, que cumprimentei.
Ela virou na esquina da rua Camarões, fui ao seu encalço, ela andava sem tropeçar, sem parar, desviando por entre a gente que anda também, mas contra. Eu, sem habilidades, andava, parava, dava licensa, ficava naquele vai-não-vai com alguém,que no fim acabam os dois indo juntos e se trombando. E ela ia pela rua, sem obstáculos e aparentemente sem rumo.
Segui, queria falar com ela, queria muito mesmo, precisava disto.
Até que ela entra no ônibus. Vou andando, o desespero vai crescendo, o ônibus fecha as portas dianteiras e traseiras, continuo andando, o ônibus dá a partida, agora corro enlouquecidamente, o ônibus se vai, pelas esquinas da rua.
Mas, com seu número em mente, aguardo um próximo ônibus. Demora uns trinta minutos vem um outro, igual. PEgo este.
Mas, em que ponto terá saltado meu destino?
Como conhecia a tal, procurtei lugares prováveis para onde ela poderia ter ido.
Um boteco? Não, um hotel menos, era pobre; um cabaré? Não poderia ser, era moça comportada; uma igreja? Não tão religiosa; um centro espírita? Minto ela não era, definitivamente, religiosa, era atéia; Uma...Isso!
Desci do ônibus, já que avistei talvez a melhor das pistas:Ela própria, aguardando um outro ônibus, no ponto tal.
Desci e finalmente fitei sua face, balbuciei algumas palavras, sem sentido, tal era minha emoção em revê-la. Ela, provavelmente sem reconhecer-me, desvencilhou-se de meus braços e disse, doce, mas firmemente, que não me conhecia, pediu perdão novamente e pegou o ônibus que estava parado, verde.
Eu disse que estava tudo bem, apenas necessitava de inspiração para uma história, pois a última fora uma droga.
Segui andando, então, pelas esquinas da vida, talvez assoviando, talvez...talvez.

Dá licença, Bastiana?_Elisa Lucinda

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Vim te pedir, mulher
seu filho um pouquinha
seu filho um cadinho
pra brincar comigo.
Ah, Bastiana é só por carinho
que vim te implorar
Juro! Não vou machucar
Ai, Tiana tá danado
Você pode compreender
eu vim pedir emprestado
esse fruto abusado
de sua enorme paixão
Eu não quero ter ele não
Se tiver posso perder
como já perdi a razão.
Eu vim pedir
teu curumim pra mim
por uns tempos longos por dentro
Quero ele só um pouquinho...
O quê?
Ele diz que pra mim não existe pouquinho?
Mas tá mentindo, Tiana,
você sabe, vou devolver...
Quero fazer com ele um filme pra televisão
Quero ir com ele cantar no Canecão
e a gente vira cinema
na cara de toda Nação
Ai, Bastiana, não diga que não!
Se ele chupou seus peitinhos
eu também quero
Lá em casa tem uma rede que é pra ninar ele
Se ele dormiu no seu colo
eu também quero
Ai, Tiana como te venero!
Parece apelação
mas é mais desespero de nega enfeitiçada
que sente no couro
o que é pedir para si
o filho dos outros.

Já sei:
A gente grava junto um disco
só pra tocar na sua vitrola.
No domingo ele ia pra aí
só pra comer do seu pudim
e molhar a boca na sua galinha ensopada
Eu deixava
Cheia de felicidade
Espalhada na cidade, num grande out-door
Pedindo pros deuses pra que falte dor
Ai, Tiana, open the door, por favor!
Eu até prometia:
a netinha, viria linda um dia
se você tivesse a gentilieza
de me emprestar essa represa
que é onde foi dar o meu coração.

Entenda Tiana:
Não quero tua solidão
e tampouco quero a minha
Essa é a situação.
Mas a culpa é sua!
Quem mandou fazer bem feito?
Os olhinhos puxadinhos
a boca, o umbiguinho.
a mão suave de armarinho
a voz e até o carinho.
Podia até ser caprichosa, mulher
sem precisar exagerar
Mas você passou da dose
fez acabamento
e até na pele ton-sur-ton.

Vim pedir teu filho um cadinho
pra brincar comigo até o sol nascer.
Eu vim pedir o seu.
Um dia vão levar o meu
sem nem pedir, sem nada.
Porque a gente é só mesmo mala
dessa tal criação
dessa tal criatura
e não vês a verdura desse meu olhar?

Ai, Tiana, me desculpe, eu vou entrando...
Me desculpe, eu vou levar.

Sem esperanças

sábado, 14 de junho de 2008

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E Joana corria pra lá e pra cá: era dia do festival de canções e teatro.
"Ela sempre fica assim nestes eventos" diziam todos, que olhavam atentos seus movimentos, quase uma dança por entre os organizadores e participantes do evento. Mas ninguém ajudava. Por vezes, Joana parava, olhava a todos, e continuava seu rumo, sua cabeça balançante; suas sobrancelhas, quase um V perfeito; sua boca, rija; seu olhar, ora furioso, ora caído, amedrontado. Se os olhos são o espelho da alam, ou estavam desregulados, ou ela realmente estava muito confusa.
Voltando à narração, saindo da longa descrição, ouviu-se, ao longe, o grito de horror de Joana:
"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH NÃO!!!NÃO NÃO NÃO!!!"
O causador de tanto horror: Os primeiros pingos de uma forte chuva, que o pessoal da meteorologia já previra, mas apenas para a semana seguinte. Se Joana já andava rápida e confusa, com estes novos convidados então, impossível descrever seu movimento.
Joana ligava de seu celular, pedindo, pelo amor dos céus, 800 metros quadrados de lona para vinte minutos no máximo. A resposta era óbvia: " Senhora, eu poderia estar-te atendendo em duas horas no mínimo, é uma quantidade grande de lona.
Não bastasse este desespero, os fortes e bravos ventos começaram a derrubar as barracas, os adereços e penduricalhos. Joana, atônita,olhava para tudo ao seu redor: nada, absolutamente nada estava dando certo!
A cena mais parecia um pós-catrina: as barracas e penduricalhos, como já disse, derrubados; o chão, lamacento; as luzes, se apagando ou estourando, talvez um curto-circuito por causa da chuva; as pessoas, correram todas; apenas ela, Joana, ali no meio daquele deserto parque destruído, sem a mínima idéia do que faria.
Na verdade, sabia e fez: Voltou para sua casa, chorando suas lamúrias pela estrada escura e deserta daquele bairrozinho rural, sem esperanças.

Neste dia

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E a vida não mais será injusta
E as pessoas não mais se discriminarão
Todos seremos uma só nação
Como os ideais da globalização
Que na prática é totalmente paradoxal
Fazendo nada mais que discriminar, selecionar
Mas não neste dia
Neste dia não haverá mais dor nem sofrimento
Neste dia todos nos uniremos para dizer um basta
Pacificamente
Neste dia nada nos impedirá
Neste dia construiremos nosso castelo do futuro
Nosso futuro,
E mais,
O futuro de nossos filhos, netos, bisnetos...
Neste dia, neste magnífico dia,
Deixaremos as diferenças de lado, e TODOS, sim TODOS
Nos uniremos para dar este basta
E governar com o coração
Dinheiro não será necessário, as pessoas serão justas, cederão e receberão em troca
Numa quantidade justa.
Neste dia, todos os belos ideais florescerão
No teu jardim, no meu jardim
Que aliás, será nosso jardim, pois
Aprenderemos neste dia a compartilhar.
Tudo isto neste dia,
Toda essa revolução neste único dia
Em um dia e em toda a eternidade
Será um dia cansativo, mas deitaremos bem, sem aquele peso
De mais um dia de exploração
Mais um dia de desigualdade
Sem mais,
Neste dia. Por que não?

Só de Sacanagem_Elisa Lucinda

sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até hábeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Amar e amar

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E você vem assim, dançante
Quase me mata de coração
E a gente dança, a gente ri, a gente se diverte
O amor alimentando nossos sonhos, nossas almas
O amor, aquele furacão de sensações
Inexplicável, sua natureza frágil-resistente
Nos liga, nos une, sem força, sem aperto
Pois o nosso único desejo é amar, e amar e amar e amar...
E mais uma vez amar.
Nos jogar nesse turbulento mar de emoções
Nos perdermos por entre as ondas
De nossos braços entrelaçados
Suando na cama
Nos beijando e amando
Amando, sempre amando.

Poder de síntese

quinta-feira, 12 de junho de 2008

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"Não sei bem como começar, talvez tu me digas que pelo começo é bom, mas começar pelo começo me dá uma idéia de normalidade e formalidade que não convém com a situação.
Decidiria, então, começar pelo final, mas isso seria bem previsível. Decido, neste instante, então, começar pelo meio.
Não, ficará complicado demais, começarei pelo início mesmo...
Deixo aqui claro que não tenho intenção de prolongar minha pobre e fútil existência terrena. Acredito num pós-morte e acho que ele é bem mais interessante que minha ante-morte, e sinto-me preparado para ele. Posso parecer egocêntrico, mas não, sei que estou realmente preparado.
Bom, preparado ou não, direi-lhes, sem eufemismos, vou matar-me ao bater do meio dia. São agora dez e meia do ante-meio dia e não prolongarei-me nos princípios, nem vejo necessidade, visto que todos sabem o que vou fazer.
Deixo claras as razões para tal atitude: cansaço e stress.
Sim, esta vida é muito cansativa, muito estresante: trabalhar para poder trabalhar pra poder trabalhar! Nunca este ciclo vai cabar? Cansei, simplesmente cansei, não vou mais trabalhar, eu disse há alguns meses. Sem dinheiro, agora estou sem água, sem luz e sem comida. Sofrendo, mas sem trabalho.
Daí percebi que não dá pra fugir do stress: Como eu não trabalhei, estou sem comida, magro, osso e pele, e extremamente estressado! Olha ele aí!
Simplesmente não consigo mais, não consigo agüentar esta pressão.
Agora estou aqui, sentado em frente a uma escrivaninha, com um papel de pão e um pedaço de osso queimado de frango, tentando escrever uma memória para alguém interessado nas razões de minha morte.
Já batem onze, devo preparar-me para esta nova fase e só tenho uma coisa a dizer. Não é só este o motivo de meu suicídio. Além deste tem também, talvez o principal motivo.
É porque, simplesmente, não consigo aturar..."
O detetive lia estas palavras, espremidas num papel de pão amassado, encontrado amassado,ao lado de um papel limpo e arrumado, onde estava escrito:
"Estou suicidando! Me esqueçam!"

Sumiço das Garras

terça-feira, 10 de junho de 2008

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E, aproveitando a idéia da Thalita de postar, em seu blog, sua teoria sobre o sumiço das garras, aqui vou eu.

E naquele dia tudo eram flores. Aromas exalavam pelas janelas do laboratório de orgânica. Sim, as flores referem-se a esses aromas.
Flores criam em nossas mentes uma sensação de coisas cheirosas, doçura. Mas poucos recordam que flores apodrecem, morrem e são decompostas. Sim, naquele dia tudo eram flores decompostas no laboratório de orgânica. O sulfeto de hidrogênio escapava em abundância das janelas e portas deste laboratório. O cheiro impregnava toda a escola, inclusive, ora, o segundo andar. Sim, o segundo andar onde, na sala 201 reside o atual laboratório de química geral e inorgânica. Sim, naquele laboratório onde calouros e veteranos se encontram com sede de saber. Ou talvez nem tanta. E na verdade nem se encontram, já que os horários alternam.
Continuando, havia neste laboratório uma pequena população (para quem não sabe população é o conjunto de organismos da mesma espécie, já dizia a professora Dóris.) de garras. Sim, garras de laboratório, infelizes e cansadas por sua posição de garras de laboratório de química geral, já que nós, iniciantes, não as manuseamos bem. Viviam ali, cansadas e saturadas de ficarem segurando filtros para bobas filtragens. Queriam ação. Imediatamente. Eis que surge o sulfeto de hidrogênio. Sim, aquele mesmo sulfeto com cheiro de ovos podres. E estava feito o plano das garras. Mudar-se-iam para o laboratório do 3º andar, o laboratório de química orgânica.
À noite, após a saída do turno noturno, por meio de reações químicas e movimentos amebóides, as garras mudaram-se para o laboratório do 3º andar. A demora para subirem as escadas foi de 3 horas. Chegando lá, difundiram para o lúmen do laboratório de orgânica. Estava tudo feito, viveriam na mão de experientes alunos de, no mínimo, terceiro período. Estaca tudo certo, não fosse por uma coisa. Os instrumentos do laboratório de orgânica foram sinalizados da presença estranha ali. Era hora da checagem.
De supetão, todos os instrumentos e reagentes do laboratório de orgânica cercaram as pobres e inexperientes garras. Acuadas e sem escapatória, deram um último suspiro de esperança, tentaram uma fissão nuclear, algo que as ajudasse, em número. Depois deste tolo e inútil esforço, deram-se por vencidas e deixaram que o plano seguisse. O xerife Carbono pegou as garras e as levou para dentro de suas cadeias.
Este é o apelo de um aluno que necessita das garras. Desenvolvi esta teoria, tenho bases científicas, estou quase provando. Só falta acordar. Por enquanto, abram as cadeias carbônicas!

Numeração

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"Posso apertar este botão?", dizia a criança apontado para o seis do celular de Kim
"Claro, claro, veja só, vai aparecer o seis na tela...viu?"
"Mas então Kim, como vai a empresa?", perguntou Dora, amiga intima de Kim, se é que me entendem...
"Vai bem, muito bem. Bom, bem da menira que pode ser né? Sabe como é...empresa pequena, começando ainda..."
"Posso apertar esse?", agora apontando para o 8.
"Claro que sim...Veja só, o oito vai aparecer na tela..."
"Sei, sei...Bem, mas e a família?"
"Vai bem, Dora, e pelo visto seu casamento com o Joca rendeu um belo filho..."
"Sim, o Gabrielzinho é lindo não?"
"Sim...Sim Gabriel, pode apertar o cinco, vai aparecer na tela também..."
"Desculpá a curiosidade dele..."
"Nada, quem sabe não será um grande cientista?"
"Quiçá"
"Mas...Joca onde está?"
"Trabalhando na firma..."
"Pode apertar o sete, também vai aparecer...Até uma hora dessas? Vim pra casa dele pra comemorar seu ano de casamento, e ele está trabalhando?"
"SIm, sim..."
"Ele faz muito hora extra?"
"Geralmente não, mas de vez em quando acontece...Por quê?"
"Pode apertar o dois sim...Bom, porque outro dia ele me disse que estava sem dinheiro, se faz tanta hora extra, o dinheiro deveria ser extra também..."
"Bom, sabe como é início de casamento né? Vem cá: O que está insinuando?"
"Eu? Nada, apenas perguntando...Pode apertar o três"
"Pois parece que está insinuando que ele está mentindo pra mim!"
"Nunca me passou pela cabeça...Ok, confesso, eu vi Joca traindo você com aquela loira da rua um.
Estava aos amassos com ela, na frente da janela, satisfazendo, ao que parece, uma fantasia da moça"
"COmo ousa entrar na minha casa e dizer estas injúrias sobre meu marido?"
"Como ouso? Te mosatro que o cara está te traindo e você me diz isso, Dora?"
E o pequeno Gabriel apertou o quatro, após o nove, e, depois dos dois, o um.
De um salto, Kim pegou o telefone de sua mão.
"Não, Gabriel, esse não pode."
E saiu porta afora. Estava ainda estava aberta quando Joca chegou, cansado do trabalho.
Mas a casa estava vazia.

Você abusou_José Carlos Figueiredo, António Carlos Marques Pinto e José Ubaldo Avila Brito/Intérprete: Jorge Aragão

segunda-feira, 9 de junho de 2008

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Você abusou,
Tirou partido de mim, abusou.
Tirou partido de mim, abusou.
Tirou partido de mim, abusou.

Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que eu já nem sei.
Se é meninice ou cafonice o meu amor.

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão.

Você abusou,
Tirou partido de mim, abusou.
Tirou partido de mim, abusou.
Tirou partido de mim, abusou.

Que me perdoem, se eu insisto neste tema
Mas não sei fazer poema
Ou canção que fale de outra coisa
Que não seja o amor.

Se o quadradismo dos meus versos,
Vai de encontro aos intelectos,
Que não usam o coração,
Como expressão.

Outro dia parei pra prestar atenção nesta letra...
Pois é, é assim...Se seu intelecto não anda ao lado do seu coração, se seu senso de humanidade está sem pilha....ops
É assim...

Chapéus

quarta-feira, 4 de junho de 2008

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Ela era conhecida por todo o bairro:"Madame Hat". Não, não estamos no exterior, permanecemos no Brasil, mas ela tinha um não sei o que de inglesa. Era olhar pra ela e dizer :"Are you from England?". Mas não, a tal madame era mineira, viajou para Bahia aos 12 anos e até hoje mora lá.
Bom, mas o porque deste nome é bem estranho: Ela tinha, na sua casa, um closet só para chapéus. SIM, um armário repleto de chapéus. Um para cada ocasião. Tinha o chapéu para rua no inverno, verão, outono e inverno; o chapéu de compras, também para as quatro estações; chapéu de velório, novamente par as quatro estações. Seu marido, o coronel Adamastor, homem rico, sentia prazer em satisfazer este desejo de sua amada, na verdade, Carmen.
Eis que Adamastor diz para sua esposa, eufórico com a notícia que ainda diria, mas que já incendiava suas idéias, pronta para sair como uma explosão de euforia:
"Amor, recebi ingressos para montanha russa!"
A notícia só não soou mais estranha d que a cara de decepção de Carmen, que esperava algo como uma ópera, um teatro, um carro, algo esplendoroso, mas uma montanha-russa? Iria descabelar-se!
Adamastor era conhecido também por ser bem infantil. Carmen nem alimentava espranças de ser uma brincadeira: ela sabia que era verdade, era realmente o que eles fariam.
"Claro Adãozinho, mas tenho que comprar um chapéu para esta ocasião."
"Mas amor, na montanha russa seu chapéu vai voar pelos ares."
"sem chapéu, sem viagem."
"Mas amor..."
"Adãozinho, por favor compre um chapéu. Estamos no verão, prefira cores quentes, surpreensa-me, embora eu ache que isso realmente não é problema pra você."
"Mas amor..."
E seguiu-se este jogo de réplica e tréplica. E o pedido de Carmen passava de sutil, doce e meigo, gradativamente à um pedido firme, decidido e pontuado.
Deu-se uns instantes onde ficaram discutindo comprar ou não um bendito chpéu, até que Adamastor, perdão, coronel adamastor, rendeu-se.
E foi comprar o chapéu para poder viver sua aventura na montanha russa.
Carmen conseguira, uma vez mais, o que quisera.
Ela sempre o conseguia.

Passing Afternoon

segunda-feira, 2 de junho de 2008

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Estou postando a música que eu acho simplesmente linda! Não sei se foi da ocasião, mas acho-a muito linda. Ela foi exibida no episódio 16 da quarta temporada de House M.D., Wilson's Hearth. COmo sempre, mas mais do que nunca, a atuação foi perfeita, o episódio é simplesmente demais, e dá muita vontade de chorar. Vale muitíssimo a pena conferir. O nome da música é Passing Afternoon de Iron & Wine.

There are times that walk from you like some passing afternoon
Summer warmed the open window of her honeymoon
And she chose a yard to burn but the ground remembers her
Wooden spoons, her children stir her Bougainvillea blooms

There are things that drift away like our endless, numbered days
Autumn blew the quilt right off the perfect bed she made
And she's chosen to believe in the hymns her mother sings
Sunday pulls its children from the piles of fallen leaves

There are sailing ships that pass all our bodies in the grass
Springtime calls her children until she let's them go at last
And she's chosen where to be, though she's lost her wedding ring
Somewhere near her misplaced jar of Bougainvillea seeds

There are things we can't recall, Blind as night that finds us all
Winter tucks her children in, her fragile china dolls
But my hands remember hers, rolling around the shaded ferns
Naked arms, her secrets still like songs I'd never learned

There are names across the sea, only now I do believe
Sometimes, with the window closed, she'll sit and think of me
But she'll mend his tattered clothes and they'll kiss as if they know
A baby sleeps in all our bones, so scared to be alone


Tradução:
Há horas que passam pra você como Finzinhos de tarde
O verão aqueceu ajanela aberta de sua lua-de-mel
E ela escolhe um jardin para queimar, mas a terra a lembra
Colher de jardineiro, seus filhos agitando suas flores Boungaville

Existem coisas que erram por aí, como seus eternos e numerosos dias
O outono bagunçou o perfeito acolchoado da cama perfeita que ela fez
E ela está preferindo acreditar nos hinos que sua mãe cantava
Domingo tira suas crianças de suas pilhas de folhas caídas

Existem navios de partida que passam nossos corpos na grama
Primavera chama seus filhos desde que ela os deixou finalmente ir
E ela vem escolhendo onde estar, embora perdeu seu anel de casamento
Em algum lugar perto de seu desorganizado pote de sementes de Boungaville.

Existem coisas que não podemos recordar, cegos como as noites que nos encontram
O inverno tomou suas crianças, frágeis como bonecas chinesas
Mas minhas mãos relembras às dela, envolvendo as samambaias
Braços nus, seus segredos soam para mim, como palavras que eu nunca ouvi

Existem nomes pelo ocenao, apenas agora eu acredito
Algumas vezes, de janelas fechadas, ela senta e pensa em mim
Mas ela consertará sua roupa esfarrapada e se beijarão como se soubessem que
Um bebê dorme dentro de nós, assustado por estar sozinho...


A letra vem do Letras Terra e a tradução é minha(portanto, perdoem e sinalizem possíveis erros).
Espero que tenham gostado, eu amo!

Abraços, e bom Junho!

Melancolia

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_E lembra daquele dia? QUe o pastor saiu da igreja, e a gente foi atrás dele?
_Lembro! Ele achou que a gente estava perseguindo ele! Foi muito engraçado...
_Acho que ele ficou nervoso sabe? Nunca mais foi o mesmo...
_Ai garota, pára de ser depressiva, até numa hora dessas...
_Geralmente numa hora dessas a pessoa realmente está melancólica, Lúcia!
_SIm, mas não você, olha, é difícil pra mim também. Acho até que é mais difícil pra mim do que pra você, mas combinamos que, se eu o fizesse, você ficaria feliz.
_Ok, Ok...
_Mas diga: E o Alberto?
_Foi trabalhar, daqui a pouco deve voltar. às vezes fico com pena dele, deve ser muito difícil passar pelo que ele vai passar... Mas eu tenho que pensar em mi primeiro...
_SIm, eu sei...
_Ele deve estar chegando em cabo de meia hora... Não tenho como descrever a sensação, é tudo muito diferente...
_Ih! Olha a melancolia aí! Espanta isso de você, vamos lembrar da Gilcéia!
_Hahaha Gilcéia, como esquecer aquela figura, lembra do bolo?
_Lembro, a tonta foi cortar o bolo, a faca ficou agarrada na mesa, e foi-se bolo, com mesa, com tudo...
_Ha...
_...
_...
_Você ainda está aí?
_SIm, sim, apenas...
_APenas se deixou levar pela maldita melancolia novamente!
_É inevitável...
_Claro que é totalmente evitável...Basta você ficar comigo e lembrar das coisas engraçadas... Daí não será tão difícil...
"Beng!"
_Júlia, chegou a hora, faltam cinco minutos para o meio dia. ALberto chega meio dia e dez.
_Claro, entendo...Você está com o que eu te mandei?
_SIm. Três comprimidos e ação imediata certo?
_Certo.
_Adeus amiga. Te adoro.
_Adeus. Vá em paz...
_...
_...
_...
_ Clac.
E feito, quinze minutos depois, Alberto chorava ao lado do corpo frio de Dulce.
No velório, lá estava Júlia. Ela sempre estava por perto.
Alberto chorava, Júlia consolava.
Alberto saiu de carro, Júlia foi atrás.
Ela sempre estava por perto.