Eco, oco, poeta

sábado, 30 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
Escrevo sob forma de um poema
Pois é desta que a dor se transmite
A dor do poeta que fica nas linhas
A dor, ou o poeta é quem fica?

EM meu caso, espero que um pouco
Do sofrer passe pra você, sob forma
De emoção, porque agora, que
Nada me resta, espero viver eternamente
Neste mesmo papel.

Me perguntas por quê? Te respondo, pronto:
Sofro porque amo, sofro de amor
Sofro de amor unidirecional, incorrespondido.
Sofro, amor, de um belo mal, letal.

Linda era a ruiva que capturou
A flecha disparada por meu coração,
Num local ocasional, minha epifania
Ocorre e, de posse do meu amor, a bela
Ignorou-me, nem ao menos me usou.
Ah, pobre alma de amor faltosa.
Oh, amor, nobre sentimento de vis humanos.
AH, desgraça de uma alma desalmada,
Um eco, oco, vazio por assim estar.

Mas, eis que o destino, menino travesso,
Por essa não deixou: fez a Linda
Meu amor aos corvos atirar,
E nos braços de um outro qualquer
Cair, beijar e amar.

Dor que supera a dor!
Sofrimento infindo!
Alma desgraçada!
Eco, oco, vazio.

Aqui estou, então, escrevendo
O fim da triste história:
De uma bela Linda,
De um hgomem qualquer,
E este vil miserável cujos
Dedos estas linhas correm
Pela última vez, o sentir.
Antes de um fim à epopéia impor,
Um tiro, um baque, um eco,
Eco, oco, nada.

"Marido, Mulher e Amante"

terça-feira, 26 de maio de 2009

| | | 0 conselhos
Direção: Aramis David Correia
Elenco:
Bruno Maia
Estela Freire
Natalia FOnseca
Pedro Uchoa
Pedro Vargas
Weyber Marques

Agradecimento especial: Gabriel

Mensagem de Augusto Boal para o dia dia internacional do teatro

| | | 0 conselhos
Todas as sociedades humanas são espetaculares no seu cotidiano, e produzem espetáculos em momentos especiais. São espetaculares como forma de organização social, e produzem espetáculos como este que vocês vieram ver.

Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!

Não só casamentos e funerais são espetáculos, mas também os rituais cotidianos que, por sua familiaridade, não nos chegam à consciência. Não só pompas, mas também o café da manhã e os bons-dias, tímidos namoros e grandes conflitos passionais, uma sessão do Senado ou uma reunião diplomática – tudo é teatro.

Uma das principais funções da nossa arte é tornar conscientes esses espetáculos da vida diária onde os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco. Somos todos artistas: fazendo teatro, aprendemos a ver aquilo que nos salta aos olhos, mas que somos incapazes de ver tão habituados estamos apenas a olhar. O que nos é familiar torna-se invisível: fazer teatro, ao contrário, ilumina o palco da nossa vida cotidiana.

Em Setembro do ano passado fomos surpreendidos por uma revelação teatral: nós, que pensávamos viver em um mundo seguro apesar das guerras, genocídios, hecatombes e torturas que aconteciam, sim, mas longe de nós em países distantes e selvagens, nós vivíamos seguros com nosso dinheiro guardado em um banco respeitável ou nas mãos de um honesto corretor da Bolsa - nós fomos informados de que esse dinheiro não existia, era virtual, feia ficção de alguns economistas que não eram ficção, nem eram seguros, nem respeitáveis. Tudo não passava de mau teatro com triste enredo, onde poucos ganhavam muito e muitos perdiam tudo. Políticos dos países ricos fecharam-se em reuniões secretas e de lá saíram com soluções mágicas. Nós, vítimas de suas decisões, continuamos espectadores sentados na última fila das galerias.

Vinte anos atrás, eu dirigi Fedra de Racine, no Rio de Janeiro. O cenário era pobre; no chão, peles de vaca; em volta, bambus. Antes de começar o espetáculo, eu dizia aos meus atores: - “Agora acabou a ficção que fazemos no dia-a-dia. Quando cruzarem esses bambus, lá no palco, nenhum de vocês tem o direito de mentir. Teatro é a Verdade Escondida”.

Vendo o mundo além das aparências, vemos opressores e oprimidos em todas as sociedades, etnias, gêneros, classes e castas, vemos o mundo injusto e cruel. Temos a obrigação de inventar outro mundo porque sabemos que outro mundo é possível. Mas cabe a nós construí-lo com nossas mãos entrando em cena, no palco e na vida.

Assistam ao espetáculo que vai começar; depois, em suas casas com seus amigos, façam suas peças vocês mesmos e vejam o que jamais puderam ver: aquilo que salta aos olhos. Teatro não pode ser apenas um evento - é forma de vida!

Atores somos todos nós, e cidadão não é aquele que vive em sociedade: é aquele que a transforma!

Augusto Boal
(Mensagem Internacional por Augusto Boal para o dia mundial do Teatro, 27 de março de 2009)

Fonte: http://camilamaia-cultura.blogspot.com/2009/05/mensagem-internacional-por-augusto-boal.html

Velha volúvel

| | | 0 conselhos
"Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada,
É assim como uma fisgada
NO membro que já perdi..."

O despertador toca, a rua ainda continua no seu habitual breu da madrugada. Essa música me acompanhou nos meus sonhos, acordou em minha mente.
Após a rotineira higiene matinal, visto-me, pego o Rio Card, o metro card e o São Jorge card e vou para o ônibus, aquele mesmo e velho azul e amarelo. Depois deste o frio e insensível metrô das 6. Cada qual em seu espaço, delimitado, intransigível, impenetrável.
Uma atmosfera de profunda monotonia invade o já fragilizado coração, entorpece a confusa e atordoada mente do pobre jovem viajante para mais um dia de colégio.
A música ainda esta lá.
Porque ele se identificava com a música. Definitivamente, ele sentia uma dor latejante pelo oco de sua alma, marcado pelo espaço ausente da felicidade vindoura. Porque, porque ele não conseguia encontrá-la, sentir seu calor novamente perpassar seus nervos e todas as células de seu corpo?! Por Quê?!
Já estava no quarto andar, quando uma palavra o desperta de seus devaneios:
"Jonas Brothers!"
Olha confusa para a pequena menina a sua frente. Sua amiga, talvez uma das maiores com a qual poderia ali naquele colégio contar. Um sorriso perpassou o rosto. Sentia como se há muito tempo não o fizesse. Os músculos pareciam mais rijos que o normal.
Mas ele pôde senti-la, novamente, em seu íntimo. Afinal, ainda havia o teatro. Naquele dia teria uma apresentação do pessoal do segundo período, e daqui a dois dias haveria a SUA apresentação. A atmosfera de excitação foi contagiando-o aos poucos, junto com as imagens: a noiva, o marido, o amante, Thalita, Renata, Uchoa, Dedeco, Weyber, Estela, Natalia, Gabriel, Aramís.
De fato, não poderia não sorrir.
Abraçou, então, a velha volúvel, essa tal estranha felicidade.
"Chorar pra que? Chorar!
Você deve sorrir
Que outro dia será bem melhor "

Pauta de um sonolento dia insone

sexta-feira, 22 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
Entrei na internet, cliquei no atalho. Digitei "r" e apareceu lá: Reflitapenseexista.blogspot.com. Cliquei de novo. Fiz o login. CLiquei em nova postagem.
A partir daí, fiquei olhando fixamente para a tela inteiramente branca. Reparei em seu entorno, visualizei o constraste das bordas da mesma. Mas as pretinhas que são boas não saiam.
Comecei a digitar. Os dedos rolavam vagamente pelo teclado. Reli o texto. Tinha falado cinco vezes a mesma coisa, exatamente com as mesmas palavras.
Apaguei tudo de novo.
Recomecei. Escrevi mais algumas linhas.
Dei uma soco bewm dado entre o "h" e o "j" do meu teclado, o fechei com brutalidade e saí.
Porque, porque era assim: quando você tinha uma boa idéia, uma idéia passável, simplesmente não conseguia pô-la em prática.
Tenho até hoje uma idéia que considero bacana, mas não consigo me inspirar para isso.
Caramba, mas porque eu não consigo por minhas idéias em prática?????!
Olha lá eu de novo, escre3vendo duas vezes a mesma coisa.
É melhor parar por aqui. VOu indagar pra Deus. Tenho ele adicionado no meu Twitter.

Abraços.

Pequeno trecho da vida diária

quinta-feira, 21 de maio de 2009

| | | 0 conselhos
Ah essa vida diária, contante, mutável, volúvel e semprebela.
Por vias dos relatórios, resultados e discussões, reações, cores, explosões e testes, existe, em mim, uma alegria.
Porque gosto do que faço, e faço, unicamente, porque gosto.
Fazia um bom tempo que não passava por aqui (embora tenha uma idéia bem bacana em mente), porque fui forçado a ficar até as tantas da noite digitando um relatório de Fisico-Química.
Mas depois da tempestade vem a bonança.
E, veja que mágico: para mim, A TEMPESTADE É A BONANÇA!

"Meninos, eu vi."

| | | 0 conselhos
"Meninos, eu vi"
Juro que vi
Andei pelo mundo
Pessoas conheci
Versos cantei
Versos escutei
Fui por esse mundo sem fim
Procurar um motivo
E sem motivo,
"Meninos, eu vi"
Juro, não minto
Vi muito.
Vi a moreninha,
De braços andei com
A viuvinha.
COm Marília, no campo,
Longa prosa tive.
O alienista, grande amigo,
Me indicou um caminho
A seguir.
Andei pelas matas,
CUlturas encontrei,
Até saci ludibriei.
Mas, mais forte que eu,
Meninos,
Encontrei.
Deparei com ninguém menos,
Nada menos que Juca Pirama.
E de toda a mente
Ou criação poética
Nada, mas nada
Mais fundo em meu coração penetrou
Que os versos que
Cantava, o pobre Juca.
Sim,
"Meninos, eu vi."
Vi a mensagem escondida
Me identifiquei com a mesma
Junto com ela, caminharei
Rumo ao meu ideal.
SIm, porque
De toda a minha excursão
Pelas mentes dos poetas
Uma mensagem
Em minh'alma
Perdura, até o momento.
Ei de esquecer meu nome,
Até a constante,
Mas nunca esquecer aquilo que,
"Meninos, eu vi."

Palco

terça-feira, 12 de maio de 2009

| | | 2 conselhos
Atenção, ouvidos atentos
Concentração, ação!
E vem a energia da fonte desconhecida
Transpassa o pobre
De pé (ou não) acima do plano sagrado
Uma barreira, uma diferença:
Realidade e farsa,
Dois universos distintos que quase se tangenciam.
BUM!
Cai o homem, chora a mulher,
Gargalha a louca traída,
Ameaça o violento,
Sexo faz a promíscua:
TUDO!
TUdo e, ao mesmo tempo, nada.
Nada é real, basta o aplauso,
COmo uma hipnose programada,
E tudo cai, o universo se desmancha
E vem, à tona, a realidade.
Sim, apesar de tangente, tão distante,
Tão, tão distante,
DO mundo perfeito,
AH!
O mundo da interpretação!

"Mais do mesmo"

quinta-feira, 7 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
Uma chaleira fumegante,
O sol nascente,
O acordar ao raiar do dia.
O sair do chalé,
O se deparar com uma vasta montanha,
O ver a ave de rapina no céu,
O sentir o vento beijando-lhe a face,
O setir o tato dos pés descalços
No rochedo que embasa,
Alegre casa que dorme em meu pensamento.

TIro a kara do tapa

terça-feira, 5 de maio de 2009

| | | 1 conselhos
É a força, relutante, Em desagrado
Não concordo, não gosto, mas é preciso
Acato, porque tenho grande respeito
E mais, afeição, pela pessoa que me pede
Com pesar tiro o atalho, a conexão
Entre este presente e um outro
Mas eu sei, tenoh certeza
Que foram bons os motivos.
Sei que é preciso.
Mas porque não, então, ora,
Porque não pegar o fato
Que rendeu várias piadas
Porque não pegá-lo e, enfim
Fazê-lo poesia, ou quase?

PUBLICIDADE PRÓPRIA/PÚBLICA: MARIDO, MULHER E AMANTE

| | | 0 conselhos
É isso aí, pessoal!
Big evento, galera big animada, todos dispostos... O tempo é cruel, mas vai dar certo com certeza!
Reta FINAL!!!!

Textos do excelentíssimo Nelson ROdrigues, adaptação de ARamis DAvid Corre(i)a!


----------------------------------------------------//--------------------------------
Local: IFRJ - Maracanã
Data: 28/05/2009
(Semana da CUltura)
Peça: Marido, mulher e amante!
Adaptação de contos de Nelson Rodrigues, A vida como ela é
Adaptação por: Aramis David Correia
Direção: Aramis David Correia
Elenco:
Bruno Maia
Estela Freire
Pedro Uchoa
Pedro Vargas
Renata Gudergues
Thalita Martins
Weyber Marques
----//----/////////////////////////////////////////////////////////////////////

OFF: TEATRO \O/

| | | 1 conselhos
Estava no teatro e vem o papo pré-ensaio:
"Pedro: O garoto tava sozinho em casa né? Sabe como é...Aí foi atender o telefone: peladão! Quando chegou pra atender o telefone, era uma festa supresa pra ele!"
Rimos, rimos rimos, aí em a thalita
"Thalita: É tem o caso também do menino que quebrou o videogame..."
"Aramis: VAMOS VAMOS TRABALHAR"
Todos rimos mais uma vez...

PS.: Dicionário

sexta-feira, 1 de maio de 2009

| | | 0 conselhos
Instila = Introduz gota-a-gota
Insigne = Célebre, distinto, notável
Falaz = Enganoso, ilusório, fraudulento
Insídia = Traiçoeira

4(L.I.F.E): Amor

| | | 0 conselhos
Lívia leva contigo meu sorriso
Leva meus sonhos, teus encantos
Leva, amor meu, meus horizontes
Leva contigo, teus olhos,
Índia, teus penetrantes olhos, que
Induzem no homem sentimento sublime,
Infindável, Imperecível, absoluto.
Instila, então, até no mais insigne cidadão
Formoso cântico, ascensor,
Falaz, no entanto.
Formosa, ampara o pobre homem na descida.
Faze com que sua queda amenizada seja,
Exatamente em teu colo,
Exatamente no ameno leito,
Exatamente em teus braços
Exatamente, Lívia, bem ao lado teu.

Esperança

| | | 0 conselhos
Sonha, andorinha,
Voa e busca o céu!
Não te importes se a jornada
Dura, trôpega ou insídia for.
Porque tu, andorinha,
Somente tu carregas contigo
A esperança, o amor e a fé
De um pobre miserável
Que aguarda, ansioso, não seu retorno
Mas seu vôo,
E assiste, com renovado ânimo,
Tua silhueta cruzar o
Infinito azul desse vasto céu,
Que cobre o infinito azul
Do imenso mar.