Sobre livros e livros

terça-feira, 21 de agosto de 2012

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Hoje em dia, eu venho reparando que as pessoas estão cada vez mais conectadas, cada vez mais informatizadas, e que os livros vêm sendo deixados de lado. Não vou dar aqui uma de tradicionalista, de avesso à tecnologia, pois gosto muito do meu notebook (cuja tecla "m" por sinal arrebentou, estou aceitando teclas "m" de presente, ou até mesmo novos notebooks, não me importo) e do facebook, 9gag dentre outros. Mas tem certas coisas que jamais serão substituídas.
Não acho que seja totalmente repulsiva a ideia de leitores virtuais e E-books e essas coisas, mas sinceramente nada jamais vai substituir a emoção de se ir à uma livraria, perder-se no meio das estantes, lendo capas e contracapas, fazendo contas e ponderando prioridades pra tentar comprar o máximo de livros, os mais interessantes possíveis. E então, aquela angústia, aquela apreensão de abrir logo o livro, sentir  aquele cheirinho de livro novo, ler as primeiras páginas, conhecer aquela história. E qual será o livro que lerá primeiro, qual o acompanhará no dia-a-dia?
E quando começamos a ler? Ler um livro é mergulhar em um novo universo. Não é algo que se possa fazer levianamente, com a atenção dividida. Não! Ler um livro é uma imersão que exige dedicação total, é por instantes abdicar de sua vida para penetrar naquele novo mundo. E talvez por isso seja uma experiência tão gostosa: quem não gostaria de sair da sua vida por alguns instantes? (Lê-se: minutos, horas, quase um dia!). Ler um livro é tomar um susto quando alguém chega ao seu lado, e você nem percebe, porque estava totalmente focado na leitura. Ler é um exercício, é uma abdicação. Ler é uma arte.
Isso sem falar no tradicional cheirinho de livro novo!! Que cheiro maravilhoso exalam as folhas amareladas dos livros novos quando os abrimos e passamos rapidamente as páginas. Enebriante. E são por essas sensações que temo o avanço dos livros virtuais e o abandono da leitura tradicional. Não acho sinceramente que num espaço de tempo curto os livros serão todos jogados completamente de lado. Mas gradativamente, à medida que as novas gerações substituírem as antigas, as preferências dominantes (ou seja, dos adultos que influenciam os filhos) serão alteradas. E a partir daí, não sei o que pode acontecer: Ou a tecnologia tornará os livros impressos obsoletos, ou haverá para sempre a divisão entre os adeptos da "revolução" e os vanguardistas da "impressão". 
Não acho que esse equilíbrio dure eternamente, um lado certamente ganhará. Espero profundamente que dure. Mas não acredito.