Banho de bacia

domingo, 31 de agosto de 2008

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No meio do quarto a piscina móvel
tem o tamanho do corpo sentado.
Água tá pelando! mas quem ouve o grito
deste menino condenado ao banho?
Grite à vontade.

Se não toma banho não vai passear.
E quem toma banho em clada de inferno?
Mentira dele, a água tá morninha,
Só meia chaleira, o resto é da bica.

Arrisco um pé, outro pé depois.
Vapor vaporeja no quarto fechado
ou no meu protesto.
A água se abre à faca do corpo
e pula, se entorna em ondas domésticas.

Em posição de Buda me ensabôo,
resignado me contemplo.
O mundo é estreito. Uma prisão de água
envolve o ser, uma prisão redonda.
Então me faço prisioneiro livre.

Livre de estar preso. Que ninguém me solte
deste círculo de água, na distância
de tudo o mais. O quarto. o Banho. O só.
O morno. O ensaboado. O toda-vida.

Podem reclamar,
Podem arrombar
a porta. Não me entrego
ao dia e seu dever.
Andrade, Carlos Drummont de. A senha do mundo.
Rio de Janeiro, Record, 1997.p.18-9

Mau-hálito

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E lá estava ele, mais uma vez, com aquele estranho gosto na boca.
Já havia ido em mais de 15 dentistas, e todos diziam a mesma coisa: mau-hálito.
Achou incrível que alguém estudasse mais de quatro anos para repetir diariamente: "Mau-hálito,escove os dentes.". E ficou imaginando aulas sobre dizer que a pessoa está com mau-hálito, ou aulas de como dispensar a pessoa do consultório em menos tempo.
Fato é que, do nada, pelo que pareceu a ele, estava o médico gritando seu nome enlouquecidamente. Ele estava num consultório médico, desesperado com aquele gosto que afastava as mulheres, os empregos e tudo que necessitava uma aparência apresentável.
Para sua instantânea surpresa, o médico não disse :"Mau-hálito, escove os dentes"(Ele deve ter faltado nesse período, pensou). O médico passou o que parecia uma bíblia, mas eram os pedidos de exames. Disse que poderia ser algo muito, mas muito grave, provavelmente no fígado.
Obviamente, ele correu para o primeiro dos exames. Estava deitado, nu na cama, e veio uma mulher com uma seringa, dizendo que enfiaria aquela seringa, que ele não sentiria quase nada.
Mas quando a moça enfiou aquele troço que parecia ser o pênis de um cavalo na veia do seu pescoço, ele soltou um berro assustadoramente alto e se contorceu de dor, atado, à cama.
A conclusão é que, depois que saiu do exame, com uma atadura enorme no pescoço, ele foi ao banheiro, jogou todos os pedidos na privada, e, enfim, escovou os dentes, pela primeira vez na vida.
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Seguindo a deixa de Murilo,
Aquele mesmo, o Mendes
Eu digo que o mundo janeira dia 1,
Que o carnaval fevereira em diferentes dias.
Ah, as árvores...Essas só querem saber de marçar
E sempre dia 21.
Que as mães maiam em dias incertos,
Assim como os pais agostam diferente a cada ano.
Minha dia gosta de setembrar,
Já meu amigo gosta de novembrar, e vai o mundo entender
A mentalidade humana.
E como que ironia,
O dezembro, lindo e saudoso,
Nos mostra que nem sempre o fim é, efetivamente o fim,
Fazendo com que, no dia 31,por volta de meia noite,
tudo janeire outra vez!

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Para futuras referências, Murilo Mendes escreveu o poeminha Datas, que segue abaixo:
Os magos janeiram dia 6
Os peixes abrilam dia 1
A virgem setembra dia 8
Os mortos novembram dia 2.
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008

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E agora direi,
Direto, sem rodeios, sem festival...
Porque na mulher só pulsa o coração,
E no homem só pulsa o pau?????

Heterocromatina

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Essa vai diretamente à Thalita.
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E ele chegou, estava tudo meio escuro...Agradável, de todo.
E quando toda aquela escuridão se apossou de seus sentidos, de seu corpo por um todo,
Ele acordou. Foi escovar os dentes, tomar café e tchau. Só isso. Apenas.

Mudanças

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O medo de mudar é uma coisa muito estranha...
E digo coisa, quebrando as normas, evitando transparecer
O meu íntimo pavor das mudanças.
Não de mudanças em si,
Mas a mutação, como o processo.
Mudar, à mim, parece fácil.
A parte que torna o 'mutando' complicado
É a própria essência 'mutando', o processo da mutabilidade.
Aceitar as mudanças é fácil.
Difícil é mudar, em si.
O processo inteirinho é complicado:
Início:
A dificuldade de dizer: "Ok, vamos mudar as coisas"
Propor a mudança, não-acomodação humana à situação

Meio:
Adaptação às mudanças obtidas
Adaptação ao estar mudando

Fim:
Reacostumar-se com a mudança
Encarar o resultado da mudança como nova rotina
E tentar começar tudo outra vez...

Se a ti pareceu um relatório, algo formal assim, preciso mudar. Urgente. E você também.

Primeiros passos

domingo, 24 de agosto de 2008

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Estava sem absolutamente nada pra dizer...
Daí...Resolvi dar lugar à sabedoria mais inocente e pura e linda possível...A infantil...

Então..COm a palavra...Mariane...

ujyhbiq                                uyyndcccccccccccccccccccccccimmmmmmmmmmmmmmv fgggggggggggggggggggggggggggggggggggggmmmmmmmmmmmmmmy7- hnujmmmhhhhhyfvbyg                  reewweqewqqrtgfetfgzx

Tristezas em geral(Especialmente ao coringa do baralho)

terça-feira, 19 de agosto de 2008

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E sempre vinha ele, com aquele topetinho para o alto, que mais parecia uma crista de um galo, potente, eriçado, alegre, enérgico.
E num dia quente de inverno aquele mesmo galo, ora potente, enérgico e altivo, vinha com sua crista arriada, broxa e descontente.
Pergunto-lhe se está tudo bem.
Ele diz, na verdade mente:"TUdo bem."
E mesmo sabendo que está tudo péssimo, tento alegrar, ao menos distrair, mas nada contece.
O gao não levanta de jeito maneira.
Eis que surge, sabe Deus como, sabe Deus de onde e sabe Deus por que, uma linda menina, baixinha, com seu vestidinho rosa balançante, seu olharzinho infantil, seu sorriso angelical e desdentado, e, sempre emanando aquela aura de lírios do campo, entrega um botão de rosas ao pobre homem-galinho, dá-lhe um abraço e sai correndo.
E toda aquela inocência e alegria contagiantes parecem ter surtido um efeito energizante naquele galinho, que tornou a ser altivo, vivaz e, o mais importante, de cristas eriçadas, dizendo:
"De que vale ser triste, se o máximo que fazemos é perder tempo de vida, com alguém ou alguma coisa que só nos causou mal, nos prejudicou? Tropeçar e cair num poço, é normal, mas viver remoendo a dor nos pés e não sair do poço, sempre mais raso do que nos aparenta, é a tremenda burrada humana."
E foi-se, com aquelas cristas vivazes e altivas escadaria acima.
Passe mais tempo com o símbolo maior de inocência que você tem. Ele sempre nos ensina a viver alegremente com mesmo o pouco que temos ou o pouco que podemos fazer.
Pense nisso. Saia da fossa, se puder.

Sexo é prosa...AMor é poesia...E os dois é isso aí...

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E veio a primeira: Beijou ese foi sem mim
Daí veio uma segunda quem
Beijou, mas com essa eu dei um fim
Veio uma terceira: gritou e gemeu,
Mas não amou...
E não deixou nada em mim...
Mas veio uma quarta...
Essa sim
NOs amamos e ficamos abraçados
Por toda a noite
Que, infelizmente, logo teve fim...

...

domingo, 17 de agosto de 2008

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E ele já estava enojado de todo aquele burbúrio.
As contas estavam sobre a mesa, lotando-a. O caderno, em mãos. O mesmo para o lápis.
Agora só faltava sua força de vontade para iniciar todas as operações matemáticas complexas que viria a fazer como economista.
E aquela falação continuava, ele já estav subindo pelas paredes.
Desde quatro horas da tarde estava ouvindo aglomerados de grunhidos guturais e um zum-zum-zum ao fundo, que hoje em dia virou um gênero "musical", e estava, agora às nove e quarenta e cinco da noite, explodindo em dor-de-cabeça, estressado por ser economista e não conseguir não fazer todas aquelas malditas contas, com vontade de descer do seu apartamento e esganar, um por um, aqueles moleques que estavam com um carro de som às alturas. Sentiu-se besta. Recorrigiu-se. Aqueles moleques estavam com o som da carro às alturas. Sentiu-se nerd. Preferiu finjir que nunca pensou naquilo.
Foi para o quarto. Pegou o telefone. FOi dormir.
Meia hora depois ouviu o som de uma sirene. Depois gritos. Depois portas de carros e, enfim, o silêncio.
E dormiu.
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Sempre disse Camões:
"E todo o mundo é composto de mudanças"
As folhas sempre caem no outono,
Os pássaros sempre cantam nossas manhãs
Todos nós
Somos todos iguais
VOcê não é capaz de mudar as coisas,

Há os pessimistas, que só prestam atenção às linhas acima.
Há os otimistas, que percebem que essas linhas não fazem o menor sentido e as completam:

As folhas sempre caem no outono,
Mudando a folhagem das árvores.
Os pássaros sempre cantam nossas manhãs
Em diferentes lugares, ora na varanda, ora no quarto.
Todos nós
Mudamos continuamente, todos os dias, nunca somos os mesmos.
Somos todos iguais
Porém diferentes em cada qualidade
VOcê não é capaz de mudar as coisas,
Mas nós somos.

E há os realistas...Mas esses...Estamos cansados de ouví-los...

Uma casinha no campo

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Só quero uma casinha no campo.
No meio do mato.
Pra viver, respirar, exalar
Natureza

Só quero uma casinha no mato.
Perto de uma floresta.
Respirar o ar recém-formado,
Viver meio isolado
Desse mundo de caos.

Só quero uma casinha.
Um sítio ou fazenda.
Pra viver por uns tempos,
Mudar a rotina;
Quebrar o gelo do meu coração.
E quero viver lá por toda minha vida,
Depois que os 60 baterem à minha porta.

Quero uma casinha na roça.
Pra jamais ficar senil,
Apenas idoso,
E aproveitar tudo que a idade alta
Tem a oferecer
No campo, já que na cidade...
Consideram estorvo os sábios(ao menos experientes) idosos.

Eu quero...
Uma casinha, com animais.
Cavalos, vacas leiteiras;
Uma horta e um pomar.
Quero ter o prazer, tirado de muitos,
De cultivar e ver brotar sua comida,
De cultivar e ver brotar seu eu amanhã, ou daqui a algumas semanas.

Quero uma casinha
Que seja perto de uma cachoeira.
Com uma alta pedreira.
Quero presenciar a água caindo,
Formando aquele lindo véu
Que cai em direção ao chão,
Vindo a se unir num córrego
Que parte rumo ao indefinido,
Como a vida.

Sim, "quero viver em cada vão momento"
Tudo que a natureza tem a oferecer.
Tudo que só quem tem uma casinha no campo
Pode desfrutar:
As maravilhas de conhecer a mãe,
Mãe natureza.

Por isso eu quero...
Ah, eu quero muito, como eu quero
Uma casinha no campo.

Esclarecimentos

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Alguns esclarecimentos:
O vídeo da vez é um trecho de um super-filme que eu recomendo a todos e que tenho o prazer de ter em minha casa, Perfume de Mulher, do original, Scent of a Woman, com Al Pacino.
A cena ao lado é a cena em que este dança com uma mulher que ele encontra no restaurante. O garoto é o seu guia. Sim, este é talvez o mais interessante da cena, Al Pacino interpreta um cego.
A música, por sinla também maravilhosa é a música Por una Cabeza, de ninguém menos que Carlos Gardel.
Bom, é isso...
Aproveitem e, se possível, assistam ao filme, pois vale muito a pena...
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E, para descontrair, Suricate!!!!!!!

Botão de rosas

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Já estava ansioso, não aguentava mais aquela ansiedade...O cômodo era pequenino, apertado, infestado de nicotina dos outros usuários ansiosos que fumavam cigarro na esperança de acalmar os nervos...A situação era tensa...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Levantei rápido da cadeira, rápido demais, fiquei tonto, cambaleei pra um lado da sala, e só não bati com força na parede porque duas outras figuras me ampararam antes do impacto iminente...
_Calma, cara!
_Relaxa!
_Ok...Foi mal....
Mas não estava realmente OK...Estava tenso, muito mais d que por toda a minha vida junto...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
E o primeiro foi chamado...Levantou-se correndo e saiu pela porta...Menos um...Quanto mais eu teria de esperar...
A espera até o presente momento fora longa, mas a espera, minutos antes era tão devastadora que parecia maior que todo o percurso até ali...Duas vezes...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Aquele estado de fumante passivo já estava me enervando...Gostaria muito de sair dali, mas não dava...Simplesmente eu não conseguia...Era melhor esperar ali e suportar aquele cheiro irritante de fumaça fumígera e suor fétido...
Sim, todos estavam suando, apesar do ar condicionado aparentemente no máximo, visto o estrondo ressonante que fazia...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Maldito relógio...Tentava abstrair-me da situação, dispersar o aglomerado de pensamentos que invadia a minha mente, refletir sobre algo, espairecer...
à medida que tentava focar em algo, outras milhões de coisas surgiam uma atrás da outra e dos lados em minha mente, e aquele maldito relógio estava me enlouquecendo, já que não me permitia sair da situação e viajar para um pseudo-lugar feliz...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Não que não estivesse feliz, do contrário...Sentia-se muitíssimo feliz...Acho que era mais algo como uma apreensão...Não...Um medo...Não!Definitivamente estava tudo sob controle...Era como uma ansiedade...Sim...Ansiedade...
Tic-Tac, Tic-Tac, Tic-Tac..
Nem pestanejei...Subi na minha ex-cadeira, peguei o maldito relógio de parede e arremessei-o ao chão, espatifando-o, como se assim espatifasse a ansiedade, a apreensão, o medo e a vontade de fugir...Mas eu definitivamente não queria fugir...Como pude pensar em algo assim...Que espécie de homem sou eu que pensa em fugir??Não! EU não pensei em fugir...Fechei bem os olhos e balancei a cabeça, rearranjando os pensamentos e excluindo essa conversa tóxica de mim comigo mesmo...OU meus pensamentos, como queira...
...
O silêncio era triunfante.
Foi aí que aconteceu...
Quando reabri os olhos, estava lá a enfermeira de pé, chamando por meu nome, com um embrulho entre os braços e algo que parecia um botão de rosa, mas que eu sabia ser o fruto do meu amor com minha esposa. A minha filhinha, minha filha estava lá...Quietinha, olhinhos fechados, mãos apertadas, pele branca como um véu, cabelos, se haviam, era rareados e de um preto tão sutil...
A primeiro momento estaquei no lugar. Por um momento.
Arremessei para longe todo tipo de pensamento negativo e fui carregar em meus braços, aquele lindo botão de rosas, que desabrochou numa linda flor, minha filha, filha minha.

Responsa...Bilidade

terça-feira, 12 de agosto de 2008

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E o mundo é cheio daquelas coisas:
Quando somos crianças, sonhamos em trabalhar, dirigir um carro, ter uma família, ter uma casa, morar sozinho, como se tudo fosse um passe de mágica.
Crescemos um pouco e começamos a pensar em outras coisas: não apenas garotas e sexo, mas aquela responsabilidade. Aquela pesada responsabilidade.
Por volta dos 13 aquele pensamento infantil desilude e começamos a perceber a nua e crua realidade que nos cerca, ou conseqüências, como queiram. Tudo, absolutamente tudo, que fazemos gera uma conseqüência, que varia de boa a ruim, às vezes com mesclas dos dois. "Pense bem antes de fazer""Você tem que escolher""Estude pro seu futuro". Temos que abrir nossas mentes e pensar bem antes de tomar qualquer atitude, por mínima que seja.
E pensamos: Que merda! Queria tanto ser criança...Aí, meu caro amigo, já era. O sujeito simplesmente vira uma criançona, inconseqüente, levada, inoportuna, teimosa. Brincalhona ao extremo, ao ponto de ser extremamente inconveniente. E aí ele percebe que mesmo travestido em crinaça, numa tola tentativa de escapar das responsabilidades, que lá está ela, apoiada no muro, dando gargalhadas irônicas para você: a tal responsabilidade. Sim, porque todos pensarão deste pore sujeito o mesmo que eu:"Inconveniente, mal educado, chato."Sim, essa é a conseqüência de ser crinaça fora de época.
O fato é que: Mesmo as crinaças estão sujeitas a conseqüências, então, porque nós, depois de crescidos e naturalmente hábeis a lidar com conseqüências, queremos escapar dela?
Afinal, se a vida não tivesse conseqüências, não precisaríamos pensar nossos atos e deixaríamos, naturalmente de ser humanos racionais e civilizados. Até onde podemos chamar os humanos de racionais e/ou civilizados. Algo do gênero.

O Dia

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

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E ela acorda, a vista ainda turva, mas a cosnciência, aos poucos, tomando o ritmo dos pensamentos, enfim. Localizou-se: estava numa cama, de calcinha. AO seu lado, um travesseiro vazio.
Levantou-se então, para iniciar aquele enfadonho ritual diário: ir ao banheiro, escovar os dentes, pentear o cabelo, passar os quilos de creme, removê-los, tomar café-com-leite e comer pão, reescovar os dentes, trocar a roupa, ligar a TV e sentir-se livre até as 18:00, quando o marido chegava a casa.
E então começou. Para passar o tempo da enfadonha atividade diária, definirei para vocês a personagem: Clara, seu nome. Idade incerta, por volta de uns vinte e tantos anos. Casada desde os dezenove, por força da mãe. Laqueada nas trompas, detestava crianças, e também a monotonia. De certo, enfadonha era a última de suas qualidades: viva plenamente a vida. Já tentou os mais variados esportes, trabalhou desde gari até professora, viajou por uma penca de países estrangeiros (um em cada férias), vestia roupas exuberantes. Nada grosseiro, apenas diferente e bem exuberante.
A essa hora ela já estava tomando seu café-com-leite quando percebeu que estava sozinha e libre pelo resto do dia. Decidiu vestir-se diferente e foi a um parque de diversões.
Saiu, tomou um trem e dois ônibus para o melhor parque de diversões da cidade, encontrando-o fechado. Entediada (e isso era um péssimo sinal), voltou para casa. Entraria em reforma como, provavelmente, o parque.
Fez as unhas, o cabelo, limpeza de pele e tudo o mais.
14:00! O dia não passava. Lembrou-se de almoçar, comeu lentamente e...14:20!
Então fez o que sempre fazia quando estava entediada. Ligou.
E em menos de trinta minutos estava à sua porta um rapaz branco, corpo definido, nada bombadão, apenas definido. Cabelos nem loiros, nem morenos, castanhos, como os olhos. E ela já se atirou para cima dele, removendo suas roupas e lambendo cada centímetro do corpo do rapaz que era alcançável.
Fizeram sexo por duas horas, quando ela, exausta e completamente aberta via, para ambos espantos, o triângulo na casa: Ela, o rapaz e seu marido, à porta do quarto, flores em mãos junto com uma jóis que mantinha todas as flores juntas, uma carta em envelope vermelho, cara de besta.
Então o homem deixou tudo aquilo ai em cima da estante, saiu pela porta, por onde nunca mais passou em sua vida. Era dia dos namorados, domingo. Todos da cidade largavam às 16:00.
Hoje aquele corpo alto, nem branco, nem negro, moreno, cabelos longos, uma bunda consideravelmente linda, quadris apresentáveis, seios fartos e com bico para o alto, uma barriga lisinha que daria num lindo umbigo se tornara flácido, seios caídos, enrugado, barriga saliente para frente, deixara há tempos de raspar suas intimidades.
Mas uma coisa é certa: nunca esqueceu de comprar calendários!

Carnaval

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A chuva cai
A casa está cheia, é carnaval
E eu estou só.
Pessoas falam, o burbúrio incomoda
Vozes ecoam soando frases que perdem o sentido
Que mais parecem palavras perdidas no tempo
Sós, como eu me sinto.
A chuva cai
Algumas gotas se isolam na grade da janela
Outras juntam alegremente uma poça
Mas todas dentro de uma mesma tempestade
Como eu.

Trovador amor

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

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Amor
Que és o sublime sal da terra
És toda minha energia
E dona de vassala adoração.

Amor,
Tu representas minha vida
Meu ser,
Minha razão e consciência.

Vida,
Tu és paixão,
Adoração,
Beleza e ternura
Em uníssono, para o bem de meu pobre coração
Que clama por ti.

Sofre,
Pela distância que nos foi
Imposta pelos outros,
Estrangeiros à nossa história
Estrangeiros ao amor
Estrangeiros à dor que impõem
Com a dita separação.

E muito mal foi dita essa separação
Que me aflinge o peito,
Tortura minh'alma
E remove minha vida
Para que possa,em espírito
Estar junto de Ti,
Mia senhora!

Cante como preferir, se preferir cantar...Pegue um livro de português se quiser entender o título...Melhor ser de literatura...

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

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É como uma dessas contradições:
Este é um documentário produzido pela BBC, Discovery Channel, History Channel, NatGeo, que você assiste com exclusividade aqui...

Como??Se foi produzido por uma penca de canais diferentes????????????

Ingenuidade

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E lá estava eu novamente: Naquele mesmo beco escuro e sombrio.
Olhando para os dois lados, só duas coisas eram distingüíveis: Escuridão e Nada.
Absolutamente, nem os meus próprios pés eu conseguia enchergar. Era uma situação amendrotadora não ter o senso correto da direção. Olhava para frente me perguntando se na verdade não era trás e a esquerda se confundia com a direita...Era horripilante.
E do nada, do absoluto nada, surge aquela criatura: quatro patas, pequeno, branco de manchas pardas, saltitante, sua barriga totalmente ensopada em sangue.
Se antes a situação era horripilante, agora era simplesmente insuportável.
O medo me tomou por inteiro, simplesmente não sabia o que fazer...
Então aquele ser que havia me jogado no desespero, sai correndo. COmo se ele fosse o último bocado do oxigênio do mundo, corri atrás dele, ávido por respirar mais daquela presença que aliviava por ser uma presença e amedrontava or estar aparentemente empapada de sangue...
E ela corria bem, tanto que fugiu. Fiquei novamente sozinho.
O fato de eu ter experimentado alguns momentos de felicidade atenuou o desespero quando esta se esvaiu e decidi: suicídio.
Peguei um canivete e estava a milímetros do meu pulso quando as luzes se acenderam e eu estava em cima de um mar de chocolate e o cachorro na verdade era um carrinho cheio de ouro e o mundo era ideal como nos filmes, novelas e animes.
Que chato...