A nós, coadjuvantes

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

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Adagas voam pelos ares,
Potentes, cheias de si.
Balas voam pelos ares
Como tiros de um canhão em miniatura
Apontado para a cidade
Disparando à todo lado,
Apenas para voar.
Tiros voam pelos ares
E cortam meu peito com uma dor lancinante que me tira o ar,
Afoga minha mente num lago escuro, frio e desconhecido.
E as luzes voam dos meus olhos, rumo a outros olhos.
Olhos que possam enxergar o horizonte,
Que se põe, total, irredutível, implacável à dor e ao desconcerto do mundo.
Ser expectador da violência nos mostra sua face cruel
E nos dói o coração como um aperto.
Mas quando essa mesma se aproxima de ti,
E remove de sua face sua máscara
E te transforma de expectador a coadjuvante
Aí, caro amigo(a) você percebe
Que ela é muito pior do que possa parecer
A um expectador, na segurança da platéia.

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Um Jeito pra te Perder

"Eu quero largar esse vício
Deixar tudo de lado e começar tudo de novo
Quero lembrar de como era bom chegar em casa,
E ver tudo pronto

Quero deixar de ver nos teus olhos esses lamentos
Quero abandonar esse peso que você me fez carregar
E dizer tudo, absolutamente tudo que você não quer ouvir
Porque quem sabe assim você não volte.
Quem sabe você me esqueça...
Ou até, quem sabe você ligue.
Ligue só para que eu tenha o prazer de te dizer não.
Como se fosse possível.

Tenho que entender que vai acabar de qualquer maneira
E que mesmo que tudo conspire contra
E que você insista que possa dar certo
Não vai dar

Eu não quero ser rude assim
Mas você pediu
Não precisávamos disso
Nem de nada que passamos
Mas aconteceu

Agora, eu vou olhar pra frente
E você, vai olhar para trás
Pode ser que lá na frente nos encontramos
E então você mereça outro poema."


Thalita Martins

Histórias preliminares

domingo, 26 de outubro de 2008

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"Olhava para o lado, mas tudo o que via era o mesmo trecho de estrada que passava repetidamente pelos seus olhos: o céu azul, sem nuvens; o campo seco, com pequenos aglomerados de trigo, que sinceramente pareciam descrever uma linha reta; um pequeno rio que corria no sentido contrário ao movimento do carro, sem peixes.
Olho para a frente, a estrada se alonga sobre o capô, como numa esteira rolante. Um ponto fixo no horizonte é meu destino. Apenas isso. Um ponto.
Migrando eu vou em direção a esse ponto. Vez ou outra abro a janela, para sentir a brisa quente, porém intensa que entra pela janela do carro. Provavemente existe uma lei da física que explica exatamente isso, mas prefiro acreditar que é a mão de uma deusa, ou uma ninfa acariciando, mesmo suvemente, ao mesmo tempo com violência, minha face, meu corpo, meus cabelos. Ah, estes... Voam para trás, junto com o rio. Talvez querendo continuar, emso que por alguns instantes a mais, juntos a um ponto do rio. Percebo que não quando páro, e eles descem, assustados, com frio.
Desço do carro, olho para os lados. Nada. Nada além da mesma coisa para ambos os lados. Removo minha blusa, minha saia. COm movimentos amplos ando em direção ao rio, removendo meu soutien , depois, alisando meus seios, removo delicada e vagarosamente minha calcinha. Totalmente nua, sinto por uns instantes aquelas ninfas acariciando agora todo o meu corpo. Todas nós fomos para o riozinho, dmeos um mergulho para nos sentirmos totalmente preenchidas pela água, por todos os lados, como um homem voraz, se deliciando de cada milímetro cúbico de nossos corpos. E aí eu e o conjunto de ninfas que me acompanham deitamos no chão, que incrivelmente não estava quente à sombra de um incrível coqueiro, que mudava toda a paisagem local. Aquele era o ponto..."
-Acabou?
-Agora é sua vez, amor...
-Ok..." Lá ia eu, andando pelos campos, cheios de lírios e flores, uma paisagem como aquelas de Amsterdã que a gente vê na TV..."

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Nâo vou parar
Nunca...
E que venham as algemas,
Me livro delas!
Que venham os cárceres,
Arrombo todos com minha
Presença de espírito.
Nunca pararei.
Nem mesmo na trsite presença de minha morte:
Sei que minhas moléculas ainda terão
Sua movimentação, sua vibração que seja!
E na situação putrefa em que um dia,
Que Deus queira distante,
Me encontrarei, serei ainda mais livre
DO que antes, já que minhas moléculas,
Ávidas por movimento,
Sairão de sua condição vibracional
E se verão livres dessa prisão sólida,
A que chamamos corpo:
Fétidas, porém felizes!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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DIze me que sim
Digo te que não
Dize me amor
Digo te sofridão
Dize me alegria
DIgo te solidão
DIze me festa
Digo te reclusão
Dize me paixão
Digo te...
Digo te nada, ações vale mais
às vezes

domingo, 19 de outubro de 2008

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"
A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.

Então você trabalha 40 anos até ficar novo pra poder aproveitar a
aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho no colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...
e termina tudo com um ótimo orgasmo. Não seria perfeito?"

Charles Chaplin

Achei no perfil da Larissa.
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Sem inspiração...

Então, deixo com um inspirado este post...

RODA VIVA - CHICO BUARQUE
"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)"



1967 © by Editora Musical Arlequim Ltda.

Aqui e agora

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Acordo com aquela sensação de que dormir não adianta em nada e que o dia será tão ruim quanto o anterior e que no fim deste dormirei, como sempre, e acordarei cansado, exausto, como agora.
Olho para o quarto com aqueles olhos turvos e deturpados. Ponho os óculos, que passam minha visão gradativamete de turva e deteurpada para apenas deturpada.
Ando, na verdade perambulo, até o banheiro. Me esqueço o que vim fazer aqui. Quase urino nas calças. Lembro. Vou até o sanitário e faço as necessidades. Tento iniciar uma pequena trama de pensamentos que seja. Nada. Aperto o b0otão da cafeteira. Ela cai na pia. A recupero ao seu lugar original. Volto (perambulando) para o quarto. Visto as calças. Sento na cama. E, de repente, uma longa e viciante trama de pensamentos sobre o meu dia que vinha surge em minha mente. Começo a refletir sobre o que ocorrerá, penso no que aconteceu e no que pode acontecer. Sentar na cama é muito bom e de repente as costas gritam. Clamam. atraem cada molécula do tecido do colchão até mim. Me deito novamente. Aquele arrepio gostoso sobe pela espinha. Caio no sono. Sei que vou me atrasar, mas que se ferre. Minha mente voltou àquele estado de não conseguir emendar tramas muito longas. O negócio é o aqui e o agora. E nada mais.
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E vai o poeta capenga
De novo receoso
De teclar com os dedos feridos
De pensar com a mente exaurida
De olhar com os olhos marejados
De ver com o pensamento causticado
De refletir sobre as coisas do mundo
Um mundo tão sórdido, tão...mundo.
Enfim retorna e escreve um poema
Um soneto
Uns versos
Uma só palavra
Uma epopéia bem escrita
Uma saga
Um fim
Seu fim
Nada mais.

Rimas insones

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

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Meu corpo chama, minha mente clama
Olho desesperado para ela
Meu corpo chama, minha mente clama,
Não suporto mais continuar
Estou prestes a me render
Inevitável foi tentar
Resistir ao seu poder
Mas não deu
Meu corpo chama, minha mente clama
O que eu quero agora é cama!

COnfissões de um dia (in)comum

terça-feira, 7 de outubro de 2008

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"Thalita, substitui log de x por y, vai dar numa equação do 2º grau."
"Ok"
E só. Desci um pouco na cadeira. Era acolchoada. Estávamos no auditório. Teoricamente estávamos ensaiando para uma ceninha que o Djalma pediu. POrém Thalita fazia dever de matemática, Philipe tentava conquistar uma garota que toda vez que tentava lembrar do texto ria, a outra ria por conseqüência. Gustavo batucava no palco enlouquecidamente. Eu perdi o tesão pelo ensaio. Agora estava ali, do lado da Thalita, descendo na cadeira. Olhava para o palco e lembrava de algumas coisas. Primeiro o Djalma dizendo que o palco era um espaço sagrado (aquele mesmo espaço sagrado onde o Gustavo batucava, Philipe conquistava e as garotas riam descontroladamente), também das aulas do período passado com Aramis e seus "aya-pa-pás" que divertiam, descontraíam e acordavam o corpo e a boca. AO mesmo tempo lebrava da semana horrenda quew eu teria. aO mesmo tempo lembrava que eu estava ali, mas quase me esquecia. Desvencilhei minha mente daquele lugar para um auditório igual, porém vazio. Vazio à exceção da Thalita, ao meu lado, quieta com seus exercícios.
Eis que, do vazio, surge uma garrafa d'água. Não uma estática, onde Thalita pegaria, e beberia. Era uma outra. Em movimento retilíneo aparentemente uniforme em direção ao nariz da Thalita.
Este merece uma observação. Ele sempre atrai coisas. Desde bolas de handbol até garrafas.
Enfim, em menos de meio segundo no MEU auditório vazio surgiram pessoas no palco e a garrafa continuou. Não deu tempo de interceptá-la. Foi em cheio. Tum.
Thalita cai. Todos saem de suas posições para vê-la. Ela está caída no chão. Philipe desesperdao. Ele chutara a garrafa. Chego perto da Thalita. Seus olhos estão fechados. De súbito ela os abre.
"Puta que pariu detesto meu nariz!" Isso foi o que eu imaginei, mas...
Tum. O banco atrás da Thalita fica marcado com um círculo onde a garrafa atingira. Todos ficam por uns 2 segundos estáticos até Philipe dizer: "Desculpa".
Thalita olha, diz "Cara, se isso pegasse no meu rosto. Ia doer muito sério." Ela ri. Está tudo certo.
Ela está vermelha. Ela Sempre fica assim.
COntinuamos. EU canto uma música do Roupa Nova. Ela conhece. Depois todos vão embora. MEu tesão volta. Então eu e Thalita ensaiamos a tal ceninha.
É isso.

sábado, 4 de outubro de 2008

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E éramos dois: eu e o vento. Ele me batia, ao mesmo tempo que acariciava como uma mulher delicada, me dava arrepios na espinha.
Sob minhas costas, porque estou deitado, apenas pedras frias, agora amornadas por meu calor e pequenas gramínulas que iam-se crescendo naquele pedaço plano de montanha, como crianças que agora eu protegia com meu corpo, esquentava no meu calor.
Sobre minha cabeça, gaivotas voam, descrevendo círculos, oitos e outros desenhos pelo ar. Acompanho com meus olhos seu movimento. Vez ou outra davam um mergulho, o que me fazia olhar para aquele lago mais embaixo.
E o lago, ah o lago. Cheio de água límpida, cheio de peixes, cheio de vida, cheio de natureza. Me bate uma vontade louca, uma vontade insana e perogosamente poderosa de dar um mergulho.
Quero descer a montanha. Dou uma última espriguiçada, respiro o ar puro das montanhas mais uma vez e desço em direção ao lago.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

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Estou subindo aquela montanha alta e íngreme. Olho para o lado, vejo que não estou só. SObem comigo dois: o desânimo e o incentivo.
O desânimo hora ou outra sempre me atentava pelo quanto de montanha ainda faltava. O incentivo não parava de falar pra eu continuar e ver o quanto eu já havia subido. Me neguei a olhar para baixo, mas reconheci que estava bem alto.
Noutrora o desânimo me disse que estava pensando em descer, porque lá em cima era extamente igual, e que o pico era minúsculo, talvez nem coubessem os 3 juntos. O incentivo me disse para eu continuar e que a gratificação de ter conseguido um trabalho árduo valeria muito à pena e que se no topo não coubessem todos, que jogássemos o desânimo para o lado e ficaríamos apenas nós.
E no fim, depois daqueles dois ficarem gritando no meu ouvido, chueguei ao pico.
O incentivo queria jogar o desânimo lá de cima. Eu o impedi.
Tirei uma foto com os dois. Afinal não fosse o desânimo que me batia no meio do caminho, com suas palavras desanimadoras, aquele momento não seria tão gratificante e especial. Cada "um" é válido em toda situação.
Fim.
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Há dias em que estou morto.
Há semanas que estou abatalhoado.
Há anos que estou compromissado.
Há vidas que estou vivo, e nada mais.