MONITORIA

sábado, 12 de setembro de 2009

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Ontem recebi uma notícia bacana, uma notícia tribacana, como seria dito por algum lugar do país. Depois de algum tempo, teve a entrevista, e então a espera ansiosa pela resultado. A entrevista foi na terça. Na quarta não aguentei:
"Oi, você já sabe algum resultado da monitoria do teatro?"
"Não, Aramis ainda não deixou seu resultado, ele só vem na segunda, e deve trazer consigo a indicação."
Na sexta o telefone toca uma vez. Pego para atender, mas a ligação cai. Dando de ombros, entro no metrô e sigo em frente. AO chegar à estação, vou olhar o horário.
"1 missed call".
Novamente, perdi uma ligação. Dando de ombros novamente, segui para o ônibus, naquela mesma sem-gracice diária, as mesmas paisagens, a mesma rota, o mesmo mesmo, e a repetição do todo. Dentro do ônibus, a alta velocidade, o celular mais uma vez toca. EU estava com uma mochila pesadérrima segura em uma das mãos, a outra tentava com muito esforço manter seu dono vivo durante aquele turbilhão de energia potencial e cinética. Enfim, o ônibus pára, e a ligação novamente cai.
"putz!"
Mais uma vez, dou de ombros, e traço reta direta para casa, onde provavelmente me esperava um arroz, feijão e batatas fritas com carré. AO chegar ao portão de casa, sinto cheiro de bife de fígado. Definitivamente, o dia não estava pra peixe, até mesmo porque não se come fígado de peixe. Ou come-se? Alguém já experimentou?
"Bruno, meu filho, estou tentando te ligar: o colégio mandou avisar que você foi selecionado para a monitoria do teatro, que é para você levar uns documentos urgente!"
Branco-gelo, com o sangue afluindo irracionalmente na direção dos pés, as pernas bambeiam. Estranho o comportamento desses membros inferiores que, quando recebem sangue, começam a tornar-se sensíveis, não? (por favor, sem duplo-sentido, ou talvez com apenas um pouco, a intenção foi o conflito mesmo).
Recobrando os sentidos e os movimentos da PERNA, minha mente recebe de volta o oxigênio que lhe foi roubado e, enfim, pego a carteirinha da escola, disco o número.
"Olá, posso falar com a CoTP?"
"Um momento, se não conseguir, o final do número é tal"
"Obrigado"
(...)
"Alô?"
"Oi, tubo bom, sou Bruno, vocês me aceitaram para monitoria do teatro, só que eu preciso levar uns documentos,certo?"
"SIm, falta tais documentos."
"Ok, posso levar na segunda*feira?"
"Sim, segunda feira você traz os documentos e assina o contrato."
"OK, muito obrigado."
"Nada"
clic
clic
URRA!
Chuto a mesa, disfarço e pigarreio, com o dedinho mindinho do pé esquerdo latejando. Se você teve paciência de aturar minha ladainha sobre meu dia, pode-se perguntar agora: porque sempre acertamos o dedinho mindinho do pé direito quando batemos com o pé?
Que importa, afinal? O negócio é que fui aceito, e trabalharei com Aramis, e farei, bem ou mal, mais um período de teatro, e arrumarei o camarim, o que sempre foi meu sonho desde que entrei naquele lugar pela primeira vez. E verei a gurizada que está entrando agora no colégio. Espero que sejam participativos. Darei meu máximo.
Ainda que me espere o metrô das seis, ainda que um dia na semana me espere o metrô das SETE,, mesmo que não tenha teatro nesse dia e eu tenha que ficar com artes! Ainda que me espere a marmita revirada e a comida aquecida por microondas! Ainda que me espere uma noite de sono de duas horas porque tenho provas nos dias seguintes! Ainda que me espere tudo isso! Que me esperem prontas, que eu " chegando"!