Cidadão

domingo, 30 de março de 2008

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"Cidadão
Lucio Barbosa


Tá vendo aquele edifício moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
olho pra cima e fico tonto
Mas me chega um cidadão
e me diz desconfiado, tu tá aí admirado
ou tá querendo roubar?
Meu domingo tá perdido
vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar o meu tédio
eu nem posso olhar pro prédio
que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Pus a massa fiz cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
vem pra mim toda contente
Pai vou me matricular
Mas me diz um cidadão
Criança de pé no chão
aqui não pode estudar
Esta dor doeu mais forte
por que que eu deixei o norte
eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava mas o pouco que eu plantava
tinha direito a colher
Tá vendo aquela igreja moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá sim valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
e o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
Rapaz deixe de tolice
não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a Terra
enchi o rio fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
e na maioria das casas
Eu também não posso entrar."

É tudo uma questão de Educação

quinta-feira, 20 de março de 2008

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Estava com meu pai, quando ele me fez refletir sobre uma coisa:
Pense bem. Por que há tráfico de drogas?
Porque há consumidores, sem eles não haveria o tráfico.
Por quê há consumidores?
Porque há tempo ocioso, onde eles consumem drogas.
Por Quê há tempo ocioso?
Chegamos ao ponto. Porque não há educação séria e de qualidade.
Quando me refiro a educação, digo à educação escolar e à educação no sentido de modos, valores.
Uma pessoa que estuda sobre os efeitos das drogas não as utiliza e se o faz é porque não tem valores suficientes para não o fazer, valores do tipo: tenha sua própria personalidade, não faça só porque os outros estão fazendo, tenha noção do que é certo ou errado.
Pense: Se houvesse educação moral de qualidade e uma escola num tempo integral, onde os alunos estudassem, praticassem esportes, se alimentassem, se divertissem, teria algum tempo para consumir drogas? A resposta é não.
Mas o que vemos é justamente o oposto: escolas sem aulas, escolas que literalmente desmotivam o aluno a estudar, professores faltosos, desmotivados e, conseqüentemente, desmotivantes. E o ciclo se repete.
Outro exemplo clássico são alguns presos.
A pessoa pratica um crime, faz e acontece aí no fim o que acontece? São presas. E só, gente paremos para pensar: como é a vida de alguns presos?
Ficar sentado o dia todo, com direito a banho de sol e alimentação. E quem paga isso? Nós, as pessoas que andam pra lá a pra cá o dia todo, estudando, trabalhando, para pagar rios de impostos, aí estamos andando de carro e o pneu amassa porque a droga da rua estava esburacada. Ou sofremos acidentes por causa da terrível situação das estradas. E isso tudo bem do lado de um pedágio. Isso é revoltante, isso é...não tenho nem palavras.
Digo alguns presos porque temos presos que realmente estão sofrendo demais. Celas superlotadas, más condições de higiene, diretamente relacionadas com a superlotação. Não sou a favor disso, porque se houvesse alguma chance de recuperação essa não seria com certeza.
O que deveria acontecer: O preso deveria sim ser alimentado, mas para isso teria que trabalhar. Não trabalha, não come. E não é trabalhar só limpando as privadas da prisão não. Trabalhar capinando a rua, limpando a rua, reciclando o lixo, literalmente trabalho de verdade.
Mas porque isso não acontece?
Voltamos para a educação. Com educação, não haveria os crimes, logo não haveria presos.
E se houvesse presos, eles estariam trabalhando, prestando algum serviço à sociedade, o invés de estarem ali e somente isso, estarem.

Existência e Realidade

domingo, 9 de março de 2008

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"Quando, na vida, uma porta se fecha para nós, há sempre outra que nos abre. Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não nos apercebemos da outra que se abriu. (O S Marden)"
Olhem a epígrafe supra-citada e reflitam bastante sobre ela. É uma grande verdade. Eu creio que nossa vida depende intimamente do que pensamos sobre ela. Quem é feliz simplesmente não tem os olhos abertos para a infelicidade, já quem é infeliz tende a ser de tal forma que cai num profundo poço e mantém seus olhos fixos nos problemas ao seu redor e ao passar do tempo vai notando um número crescente de problemas, que não pára pra notar que ao seu lado, estende-se uma corda, uma saída, a felicidade.
Alguns dizem que quando a frota de Colombo chegou à América, os índios ali situados não a perceberam, até que se tornasse ativa e deixasse de ser apenas paisagens inafetivas.
Isso nos traz à reflexão: Será que o que vemos, a nossa percepção do exterior não depende intimamente do que tomamos por existente, por real?
Será que, se nos caracterizarmos como seres infelizes seremos pra sempre e eternamente infelizes, limitados por nossas percepções de realidade infelizes?
Por isso, viva todo tipo de emoção possível, seja feliz, chore, cante, brinque, entristeça-se, viva! Torne sua realidade ampla, perceptíveis diferentes formas de emoção:
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charles Chaplin