A nós, coadjuvantes

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

| | |
Adagas voam pelos ares,
Potentes, cheias de si.
Balas voam pelos ares
Como tiros de um canhão em miniatura
Apontado para a cidade
Disparando à todo lado,
Apenas para voar.
Tiros voam pelos ares
E cortam meu peito com uma dor lancinante que me tira o ar,
Afoga minha mente num lago escuro, frio e desconhecido.
E as luzes voam dos meus olhos, rumo a outros olhos.
Olhos que possam enxergar o horizonte,
Que se põe, total, irredutível, implacável à dor e ao desconcerto do mundo.
Ser expectador da violência nos mostra sua face cruel
E nos dói o coração como um aperto.
Mas quando essa mesma se aproxima de ti,
E remove de sua face sua máscara
E te transforma de expectador a coadjuvante
Aí, caro amigo(a) você percebe
Que ela é muito pior do que possa parecer
A um expectador, na segurança da platéia.

0 conselhos: