O Dia

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

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E ela acorda, a vista ainda turva, mas a cosnciência, aos poucos, tomando o ritmo dos pensamentos, enfim. Localizou-se: estava numa cama, de calcinha. AO seu lado, um travesseiro vazio.
Levantou-se então, para iniciar aquele enfadonho ritual diário: ir ao banheiro, escovar os dentes, pentear o cabelo, passar os quilos de creme, removê-los, tomar café-com-leite e comer pão, reescovar os dentes, trocar a roupa, ligar a TV e sentir-se livre até as 18:00, quando o marido chegava a casa.
E então começou. Para passar o tempo da enfadonha atividade diária, definirei para vocês a personagem: Clara, seu nome. Idade incerta, por volta de uns vinte e tantos anos. Casada desde os dezenove, por força da mãe. Laqueada nas trompas, detestava crianças, e também a monotonia. De certo, enfadonha era a última de suas qualidades: viva plenamente a vida. Já tentou os mais variados esportes, trabalhou desde gari até professora, viajou por uma penca de países estrangeiros (um em cada férias), vestia roupas exuberantes. Nada grosseiro, apenas diferente e bem exuberante.
A essa hora ela já estava tomando seu café-com-leite quando percebeu que estava sozinha e libre pelo resto do dia. Decidiu vestir-se diferente e foi a um parque de diversões.
Saiu, tomou um trem e dois ônibus para o melhor parque de diversões da cidade, encontrando-o fechado. Entediada (e isso era um péssimo sinal), voltou para casa. Entraria em reforma como, provavelmente, o parque.
Fez as unhas, o cabelo, limpeza de pele e tudo o mais.
14:00! O dia não passava. Lembrou-se de almoçar, comeu lentamente e...14:20!
Então fez o que sempre fazia quando estava entediada. Ligou.
E em menos de trinta minutos estava à sua porta um rapaz branco, corpo definido, nada bombadão, apenas definido. Cabelos nem loiros, nem morenos, castanhos, como os olhos. E ela já se atirou para cima dele, removendo suas roupas e lambendo cada centímetro do corpo do rapaz que era alcançável.
Fizeram sexo por duas horas, quando ela, exausta e completamente aberta via, para ambos espantos, o triângulo na casa: Ela, o rapaz e seu marido, à porta do quarto, flores em mãos junto com uma jóis que mantinha todas as flores juntas, uma carta em envelope vermelho, cara de besta.
Então o homem deixou tudo aquilo ai em cima da estante, saiu pela porta, por onde nunca mais passou em sua vida. Era dia dos namorados, domingo. Todos da cidade largavam às 16:00.
Hoje aquele corpo alto, nem branco, nem negro, moreno, cabelos longos, uma bunda consideravelmente linda, quadris apresentáveis, seios fartos e com bico para o alto, uma barriga lisinha que daria num lindo umbigo se tornara flácido, seios caídos, enrugado, barriga saliente para frente, deixara há tempos de raspar suas intimidades.
Mas uma coisa é certa: nunca esqueceu de comprar calendários!

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