Mau-hálito

domingo, 31 de agosto de 2008

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E lá estava ele, mais uma vez, com aquele estranho gosto na boca.
Já havia ido em mais de 15 dentistas, e todos diziam a mesma coisa: mau-hálito.
Achou incrível que alguém estudasse mais de quatro anos para repetir diariamente: "Mau-hálito,escove os dentes.". E ficou imaginando aulas sobre dizer que a pessoa está com mau-hálito, ou aulas de como dispensar a pessoa do consultório em menos tempo.
Fato é que, do nada, pelo que pareceu a ele, estava o médico gritando seu nome enlouquecidamente. Ele estava num consultório médico, desesperado com aquele gosto que afastava as mulheres, os empregos e tudo que necessitava uma aparência apresentável.
Para sua instantânea surpresa, o médico não disse :"Mau-hálito, escove os dentes"(Ele deve ter faltado nesse período, pensou). O médico passou o que parecia uma bíblia, mas eram os pedidos de exames. Disse que poderia ser algo muito, mas muito grave, provavelmente no fígado.
Obviamente, ele correu para o primeiro dos exames. Estava deitado, nu na cama, e veio uma mulher com uma seringa, dizendo que enfiaria aquela seringa, que ele não sentiria quase nada.
Mas quando a moça enfiou aquele troço que parecia ser o pênis de um cavalo na veia do seu pescoço, ele soltou um berro assustadoramente alto e se contorceu de dor, atado, à cama.
A conclusão é que, depois que saiu do exame, com uma atadura enorme no pescoço, ele foi ao banheiro, jogou todos os pedidos na privada, e, enfim, escovou os dentes, pela primeira vez na vida.

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