Criança

quarta-feira, 22 de julho de 2009

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Penso que, às vezes, usamos o conhecimento de forma equivocada. Digo isso por experiência própria. Já me escondi do mundo sob o toldo do conhecimento, e me tornei insensível a um olhar, frio a um toque, indiferente a um gesto. Mas de tanto em sentir amargurado para com tudo e todos, passei a me concentrar, a buscar internamente a chave, o porque.
E aconteceu quando eu entrei para escola, na verdade, um ano depois, no maravilhoso laboratório da vida: o teatro. Foi quando, numa peça, me tornei criança e adulto, ficava criança, me trocava na cochia, e me tornava adulto novamente. E nessas ondas, nesse imergir e emergir nos anais da idade, passei a enxergar algo que meus olhos, toldados pelo conhecimento, não reconheciam: o olhar de uma criança para o mundo.
Basta pensarmos que, como uma criança está em busca do conhecimento, não adianta que ela se esconda debaixo de um toldo furado, certo? Então, ela usa sua ingenuidade para enchergar as maravilhas do mundo a sua volta. Cada flor, canto de pássaro, paisagem, até mesmo um cão maltrapilho: tudo é incrivelmente belo. E isso me levou a uma relfexão profunda, e uma mudança radical no meu modo de encarar os fatos: hoje, n~çao uso o conhecimento como um toldo, que esconde minha sensibilidade e minha alma, mas o uso como uma janela, que eu permito abrir e fechar quano bem entendo, e quando a abro, permito que cada detalhe, cada minúsculo toque gentil da natureza e dos seres ao redor chova em minh'alma transbordando-a de prazer e felicidade.
Minha mensagem é: vejam o mundo sob o olhar de uma criança, com inocência e humildade. Mais vale admitir que não sabemos nada e captar o mundo como uma grande descoberta que se renova a cada dia, do que chafurdar no pântano da ignorância, achando que sabemos de tudo e tentar compreender coisas que são, de fato, incompreensíveis.

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