Vaca contemplativa

domingo, 13 de julho de 2008

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O que vou contar é nojento, podendo, para alguns, chegar ao ponto de ser cáustico, nocivo, ou pior: desnecessário.
Mas...Idéia é idéia e esta não podia passar.
Desculpas a alguns, mas, se serve de consolo: não gosto do aroma.

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"ONOMATOPEIA" fechava a palavra-cruzada no quadro :"Figura de linguagem em 'vento lambia minhas pernas'". Fora uma barrigada de arrepiar, estava realmente apertado. Mas era, infelizmente, totalmente inoportuna, já que a vontade de defecar ocorrera durante o ato sexual, bem na hora H. Chegou a ser cômico: "Ah!/Puts!" E estava lá no banheiro.
Palavra-cruzada terminada, era hora do banho, afinal era rapaz decente e tomava banho toda vez que a natureza o solicitava.
Entrou em baixo do chuveiro. A água estava fria. Deu uns pequenos pulinhos, com medo de estabacar-se ao chão. Certificou-se muito bem de lavar cada canto e fresta de seu corpo: da cabeça aos pés, passando por trás das orelhas, narinas, entre as pernas e, principalmente a tal região anal. Duas vezes.
Pensava a todo instante que aquilo era culpa daquela carne que comera ontem no jantar. A vaca agora estava cheia de fúria e interrompeu seu ato de prazer que lhe era restrito a uma ou duas vezes por semana por estranhas e fortes dores de cabeça. Em sua esposa.
Saiu do "box". Pegou a toalha. Enxugou cada fresta de seu corpo, excluíndo-se a região anal, já que não era muito prazeroso, para ele, passar na cara o que passou em seu ânus. Estava todo seco, exceto nos fundilhos, e passou a toalha limpa e branquinha. Sabe-se Deus como, a toalha voltou com uma substância pastosa e marrom. A vaca furiosa contra-ataca.
Ficou tão embasbacado com a situação que ficou olhando para aquela maldita vaca que o contemplava em todo seu esplendor por alguns instantes. Quando voltou a si, pensou: " Puts, como vou sair carregando esta maldita vaca do banheiro?". Sentia vergonha. Decidiu sair do banheiro e lavar aquilo no tanque, antes que a mulher o visse. A tal mulher tinha nojo e pavor e sempre dizia que bastava um frenada na cueca e "bye-bye" relacionamento. "Bye-bye" casamento, companhia amorosa e sexual.
Abriu a porta e quase pulou ao ver que existia mais algo contemplativo ali além da vaca: sua esposa. A toalha foi pra trás. Estava nu.
_ Porque você não cobre seu corpo?
_É...Vou...experimentar...sim, experimentar o nudismo. Quem sabe não é uma boa?
_Nudismo?
_Sim, nudismo.
_Bom, então me dê a toalha que eu vou lavar.
_Não dá não.
_Por que cargas d'água não dá?!
_Porque...porque eu vou terminar de me secar no quarto.
_Ora, então termine de se secar aí e me entregue a toalha...E abaixa este troço aí porque você hoje me decepcionou! Como assim você sai correndo? Só me usa assim deste jeito, só por prazer, nem um carinho.
_Poxa amor, não foi assim, é que eu estava apertado para ir ao banheiro.
_Tão apertado que me deixa assim, na cama?!
_Sim.
_...
_Não me olha com esta cara!
_...
E, de repente, viu a escapatória. Seria rude, mas depois teria como desculpar, afinal ela sabia que estava sendo um tanto dramática. Brigar porque ele estava apertado para ir no banheiro?! COisa de mulher em TPM ou simplesmente quando quer arranjar briga por qualquer coisa que seja...
_Ah, por favor, Célia! Eu estava apertado, você queria que eu fizesse o que? Cagasse em cima de você dizendo:" Eu te amo"?!!_Disse rudemente e saindo para o quarto.
Lá chegando escondeu a toalha dentro da sua caixa de tênis novo. Depois daria um fim àquilo.
_Amor, desculpa, fui grossa com você..._Disse Célia
_Claro que sim, fui um pouco grosso também...
_Eu te amo
_EU também
E agradeceu aos céus por existirem mulheres, e por ela terem TPM. Mas principalmente por existirem mulheres.

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