Sadismo

domingo, 25 de maio de 2008

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A dor era lancinante, suas pernas estavam fracas e atrofiadas, mas ele levantou, esqueceu até de desatar os aparelhos que o acompanhavam, num passo os aparelhos escorregaram e caíram no chão. Estava agora livre. Sua perna ainda doía, mas ele buscava esclarecimentos, como, por exemplo, o que ele fazia ali. Não lembrava-se de absolutamente nada. Em sua mente, um filme passava, mas emperrava numa dada hora. Nada mais saía, apenas um branco.
A única coisa que ele se lembrava, e passava como um filme distante em sua mente era ele acordando, estava um tanto tonto. Levantou e foi até o banheiro. A água o livraria do péso de ontem. E que belo peso. Demorou uns instantes para enxaguar o rosto, custanto libertar-se daquele momento mágico que ele lembrava ser o dia de ontem: Márcia, mulher incrível, linda, amorosa, amigável, e insaciável na cama. Encontrara-na num bar noite passada, conversaram, a mulher parecia simpática. Uns drinkes depois e estavam atirados à cama, com uma sensação nunca antes vivida por Marcos. Enfim, lavou o rosto, as gélidas águas matinais lambiam sua face e o despertavam do transe hipnótico em que aquela lembrança o pora.
Perambulou um pouco pela casa, em busca de algo para fazer e reparou num bilhete logo abaixo do telefone. Na verdade não era um bilhete, era uma anotação, o telefone de Márcia.
Marcos, num salto, pegou o telefone anotado e o aparelho de telefone. Discou rapidamente e, para espanto, ouviu uma voz grossa e viril do outro lado da linha: "Alô". Gaguejando, não por ser frouxo,não por ter medo, mas pelo espanto da ocasião: "P-Posso falar c-com a Márcia?".
E Márcia atendeu o telefone. Marcos falou que só pensava nela, que aceitaria a condição de amante, mas que queria tê-la novamente esta noite, o que era intercalado por interjeições monossilábicas de Márcia. E de repente ela fala: " OK, hoje às 20;00, seu José, vamos dar um jeito na sua casa." e desligou o telefone.
Atônito, Marcos preparou tudo: Arrumou a casa, preparou a cama, o sofá e onde mais seria possível fazer o que fá-lo-iam. Às oito em ponto, chega Márcia, sob uma capa, que logo que entra na casa, cai e revela uma quente lingerie vermelha. ELa olha toda aquela arrumação, não gosta, bagunça completamente o sofá, pega algemas, chicotes e afins de sua maleta, que aparentava ser para decoração.
Depois de nú e amarrado, Marcos percebe algo estranho no ar. A moça pega um punhal. Crava o punhal na sua perna esquerda. Se delicia por uns instantes da dor de Marcos. Sai correndo. Marcos desmaia. E acorda na atual situação: num hospital, de pé, tentando, agora com sucesso, relembrar o que aconteceu. Mas quem o teria trazido até aqui?
Perguntou ao médico, após o sermão sobre responsabilçidade com a vida, por ter levantado daquela forma, ao que o médico responde: " Carlos". Carlos era seu melhor amigo e, quando entrou no quarto e abriu a boca, levou Marcos a um estado hipnótico que o fez relembrar da voz viril que escutara pelo telefone.
Carlos apenas sorri e diz :"Eu te perdôo. Agora eu peço desculpas. Ela sempre faz isso."

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