Eu e você

domingo, 3 de abril de 2011

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E vamos estar nós dois, debaixo do edredom macio e quente, e sentiremos aquele calafrio gostoso por baixo da espinha quando nossos corpos aquecidos se encontrarem, pois você me abraçará o peito. Sua respiração cálida será sentida pelo meu pescoço, quando sua cabeça se encaixar perfeitamente no vão entre meu ombro e minha cabeça, me causando nova onda de calafrios.
Súbito, nos levantaremos e caminharemos toda aquela estradinha de terra deserta e somente iluminada por alguns postes aqui e ali, descalços e abraçados, sentindo a brisa gelada bater em nossos narizes, tornando-os imensamente gelados. Chegaremos a uma praia, deserta e absolutamente escura, e não conseguiremos enchergar nem mesmo um dedo à nossa frente. Mas curiosamente veremos algo muito mais distante, que é o reflexo da luz das estrelas no mar revoltoso. Nos sentaremos então na areia gelada e úmida, e deitaremos ali, meu braço abaixo de sua cabeça. Veremos as estrelas brilhando no céu como cotões brancos em uma malha negra intensamente negra. Falaremos que da cidade não conseguiríamos ver tamanho espetáculo de beleza natural, riremos e ficaremos ali, deitados numa praia deserta e escura, admirando as estrelas, ouvindo o barulho hipnótico das ondas quebrando na beira da praia. Talvez meu braço que apoia sua cabeça encoste ao seu, e minha mão segure a sua, fazendo um carinho leve com meu polegar. Talvez nos beijemos, e, por fim, nos deixaremos levar pelo som das ondas e vamos dormir. Dormir e sonhar conosco alcançando as estrelas, pulando de uma a outra como o pequeno príncipe. E vamos nos beijar na estrela mais bonita, que ainda não foi tomada pelos imensos baobás.

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