Um pingo, uma gota, um grito

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Um pingo, uma gota, o som e o grito desesperado. Os olhos que já não conseguiam enchergar olhavam tão fixamente para um horizonte inalcançável a mim; sua pele, seu toque não tinha o mesmo tom de outrora: era frio, sem emoção, sem vida. As lágrimas que ora lavaram meu rosto agora buscavam o dela, na tentativa vã de focar seu olhar em mim, na tola esperança de seu despertar como nos contos de fada, como na ficção, como nas histórias.
Meus braços agora agarram os dela, balançando-a: "Acorda", falava tolamente, balbuciava... E agora meu rosto estava ao lado do dela, meus braços envolviam os dela, com força, e ela estava deitada no meu aconchego.
Andava, não: corria. Corria desesperadamente em direção alguma, a procura de um nada, apenas por andar. andar, andar desfazia toda a dor, andar desatava os nós e trazia de volta a alegria.
A noite estava gélida, impenetrável, sombria como meu futuro, minha mente, meu olhar. O olhar. COm um toque quente e carinhoso fechei seus olhos do esforço vão de enchergar algo que ela já não podia ver. Ela. Porque ela?
Não entendia, não sabia, não conseguia explicar.
TUdo que fiz foi amar, amar desesperadamente. E ela não conseguia fazê-lo. Repelia. Não desprezava: mas também não retribuía.
Foi uma briga. Da minha parte, uma faca. Da dela, um pingo, uma gota e um grito.

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