De como primos se tornam irmãos

domingo, 29 de agosto de 2010

| | |
Há um tempo que estou com esse post encaminhado na cabeça, mas infelizmente ou felizmente, as coisas têm andado intensas no colégio e no trabalho, mas enfim, num domingo ocioso, a cabeça volta a funcionar e asboas lembranças voltam me atingir em cheio.
Venho falar de como primos se tornam irmãos. Simplesmente isso. Mas tenho motivos para refletir sobre isso justamente agora. Como a maioria das pessoas que escrevem esse tipo de coisa, uma experiência recente me fez parar para pensar a respeito: as férias escolares. Passei este período de ócio e relaxamento na casa de meu pai, aqui no Rio e então fomos viajar por um tempo para Saquarema, recanto paradisíaco dele, e lá nos encontramos com minha vó, sua mãe, com meus primos que moram com ela.
Não estamos mais naquelas maravilhosas idades infantis, em que as maiores preocupações da vida eram quantas brincadeiras diferentes poderíamos fazer em um dia de sol, ou de quantas maneiras diferentes poderíamos nos esconder num "pique-esconde", mas à nossa maneira curtimos bastante a estadia naquele lugar. Em meio à brisa fresca da varanda, conversamos sentados em cadeiras de praia sobre diversas coisas: falamos sobre trabalho, sobre a escola e a faculdade, sobre o rumo do pagode e o fim do samba, falamos sobre a vida do vizinho que deu vexame ao ficar bêbado e estragar a festa da família, falamos sobre garotas, sobre mulheres, falamos sobre a brevidade da vida, falamos sobre amigos e falamos sobre religião. Enfim, falamos em muitas coisas. NO entanto, à medida que as conversas passavam, fui percebendo que a pessoa que falava não era mais meu primo. Cada vez mais, meu primo se tornava meu irmão.
Na verdade, tenho que parar para esta observação: ele sempre foi meu irmão. DUrante um bom tempo da minha vida, fui filho único, e sempre o considerei meu irmão, mas ultimamente, nossa relação fraternal vem crescendo e se fortificando, a cada dia. E a cada dia mais, percebo que nós pensamos muito igual. Percebo isso bem quando vamos andar de bibicleta, quando saímos do recanto da casa para cair nas ruas de barro do local, e explorar, e descobrir as belezas que saquarema esconde. Sempre que nos vemos em uma bifrucação, ou numa encruzilhada, olhamos para as opções: a que tiver mais verde, a que tiver mais mato, nós vamos. Talvez há quem se pergunte porque disso, mas respondo de pronto: nós dois amamos a natureza, gostamos do visual do local, de estar em contato com todas aquelas belezas naturais. O cheiro do mato, a diversidade dos cheiros inebriamtes das diversas flores escondidas no meio da relva, provoca uma diversidade de sensações, que apenas contribuem para uma deliciosa memória olfativa, dos melhores momentos que passo com meu irmão mais velho, andando de bicicleta pelas ruas e pelas paisagens da saquarema, vislumbrando ao horizonte e por cima das folhas de taboa e capim navalha que permeiam os caminhos, o brilho dourado do maravilhoso pôr-do-sol.

0 conselhos: