Horário, tempo

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

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Depois de passar muito tempo sem vir no blog, admito, por pura preguiça, venho escrever um pouco sobre o tempo. E sobre a preguiça.
Porque o tempo, no sentido de horário, nada mais é do que a criação humana numa tentativa desesperada de organizar um universo que naturalmente é regido pela entropia, pelo caos. Basta pensarmos na utilidade de um relógio, por exemplo: marcar as horas. Aparentemente, um objetivo simples, mas aí fica embutido uma permissão a organizar seu dia: às sete eu acordo, ao meio dia almoço, às três tenho um compromisso com aquela gata, às nove janta, às dez, sexo com aquela mesma gata. Podemos perceber que o tempo como horário existe para nos controlar, para que nos deixemos reger pelas batidinhas do relógio. O horário não é de nossa natureza, os seres humanos não sabem o que é o horário. Basta ficar alguns dias sem um relógio para que percamos totalmente a noção de tempo, e que nossa rotina vá por água abaixo: as tarefas se atropelam, a gata te dá o fora e você tem que apelar. Esse é o retrato do caos, da ordem natural do universo.
Você pode dizer que sempre tivemos uma noção de tempo: do dia e da noite, por exemplo. Mas, novamente, dia e noite são criações humanas. Ora, quem disse que a noite é para se dormir, e o dia para executar as atividades? De novo, essa noção de dia (ativo) e noite (inatividade) é uma tentativa de organização básica e primitiva.
Para não ser injusto, é claro que po ser humano tem uma noção de tempo no sentido de sucessão de eventos que, de fato, seria uma interpretação rudimentar de tempo, mas não é a mesma coisa. Uma é dizer que às sete vou acordar, às nove tomar café e ao meio dia sair de casa. Outra é dizer que depois que acordar tomarei café e, então, sairei de casa.
O tempo, no sentido de sucessão de ventos, de decorrer, é um instinto humano, você pode perceber e sentir o tempo passando por você. Mas quando tentamos medir o tempo, criar escalas, padrões, quando tentamos organizar algo que é tão complexo, tão natural, ocorre que perde o sentido de natureza, ganha uma conotação artificial, ou seja, o horário. Basicamente, o horário é uma tentativa de medir, cotnrolar o tempo, que ainda hoje é um mistério.
A preguiça por sua vez, é a simples falta de vontade de deixar que o tempo ganhe alguma utilidade que exija de nós algum esforço. Mas isso fica para outra história.

1 conselhos:

SUSANA disse...

Adorei seu retorno! Adorei sua filosofação sobre o tempo!
Beijinhos.