É, acabou...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

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É, acabou. Talvez o mais correto seria eu estar chorando, triste, em pânico, por encerrar uma rotina de quatro anos que, basicamente, definiu a minha vida. Deveria estar desesperado por confrontar uma nova rotina, sem a federal, como tudo que é novo causa na gente, mas não estou. Deveria estar me derretendo em lágrimas por não ver mais as pessoas com quem convivi por pelo menos três anos, mas, novamente, não estou. Estou normal. Se a escola tivesse acabado a um ano atrás, talvez eu estivesse assim, nesse espírito bucólico, saudosista. Afinal, guardo em algum lugar soterrado no lixo dos últimos períodos as lembranças da TM-121, a melhor turma que eu já vi no mundo, da felicidade nas aulas de ed. física jogando vôlei, e das fotos tiradas aleatoriamente a qualquer momento; as lembranças dos diversos laboratórios e das diversas aulas práticas, das aulas teóricas e das provas monstruosamente difíceis que me faziam estudar e instigavam a nossa inteligência; dos discursos de verdadeiros professores, que nos instigavam a refletir nosso papel na sociedade, a importância e o valor do raciocínio e de ser um ser pensante no mundo contemporâneo; dos projetos de semana de química, de síntese e de IC, que me faziam refletir, pensar, passar horas a fio na frente de uma bancada, ou andando de um lado pra outro, lendo, lendo e lendo, estudando, pensando, sendo picado por mosquitos e contando larvinhas em potinhos d'água e sendo enganado por elas.. Mas não. A imagem da escola se estragou em mim. Os três anos maravilhosos que ela me proporcionou estão escondidos em algum lugar nos confins da minha mente, pois a imagem mais urgente, mais aparente, é aquela do sofrimento do último ano, de ter de suportar horas e horas de aulas que eu não desejaria ter, com professores que não faziam a mínima ideia do que estava sendo dita. A imagem que fica na minha cabeça é essa, do desespero em que eu estive ao longo desse ano por estar aqui do lado de fora daqueles muros mal-protegidos e sem segurança. E, enfim, aqui estou, fora dos muros mal-protegidos e sem segurança! BINGO! Consegui, estou em ritmo de festa!Sei que em algum momento vou sentir saudades de conviver com algumas pessoas que me fizeram muito bem ali dentro, e com quem o contato se tornará mais raro, ou mesmo desaparecerá (digo de amigos e professores). Mas o fato de me ver livre daquele turbilhão de boçalidades me agrada e me faz tão bem que, por ora, estou um tanto extasiado para sentir essas coisas. Não vou forçar um clima pesaroso, triste e bucólico só porque isso é o que se espera de um fim de uma jornada, ou se um fim de federal. Não, estou MUITO, MUITO FELIZ. Há um ano, a federal deixou de ser um lugar que eu adorava passar minhas manhãs e tardes, para se tornar um lugar para o qual eu era forçado a ir à noite.Amigos, foi muito bom estar com vocês por perto ao longo desses 4 anos. Vocês foram muito importantes pra mim, mesmo, e em algum momento vou sentir muita saudade de vocês (aí pegarei o telefone e vamos marcar de nos vermos, fim de papo).. Professores amigos, sentirei também muita falta dos discursos, dos ensinamentos, da reflexão e do exemplo de vida. Sentirei falta do Larvicídio, pois foi algo que saiu de dentro da nossa cuca, e por fim foi reconhecido pela comissão da escola e da Febrace como algo útil. (CARAMBA! EU fiz algo útil na minha vida! =O). Sentirei falta sim, de cada ladrilho verde daquela escola, até o último grão de poeira mal-limpa que esteve pro lá até o sexto período.Afinal, o "tempo em que eu investi nesta rosa, fê-la muito importante pra mim".A estes, deixo esta última frase neste texto:"...Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." Raposa - Pequeno príncipe - Capítulo XXI

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